Apesar dos esforços do governo para conter o crescimento das criptomoedas e o Blockchain na Índia, as povo e o mercado indiano de criptomoedas parecem amá-los cada vez mais. O ano de 2017 tem sido particularmente interessante para o crescimento das criptomoedas na Índia, principalmente devido à viagem "à lua" do foguete Bitcoin. A rápida valorização do preço da moeda digital provocou um grande interesse nacional, com a grande mídia indiana se enrolando ao informar sobre criptomoedas. Os meios de comunicação rotineiramente dão conselhos de "investimento" e reitera avisos "cautelosos" do governo indiano ao mesmo tempo. Então, como foi o ano de 2017 para o desenvolvimento geral das criptomoeda e do Blockchain na Índia?

Contratempos para o Bitcoin e Blockchain

A resposta legal ao Bitcoin e outras criptos foi majoritariamente negativa, com o Banco Central da Índia (Reserve Bank of India - RBI) emitido dois avisos em 2017, sendo o primeiro em fevereiro e depois novamente em dezembro. O RBI desaconselhou o povo a comprar Bitcoin e outras moedas virtuais. O Ministro das Finanças da Índia também reiterou a posição do RBI, acrescentando que o governo indiano não conferiu legitimidade ao Bitcoin.

Uma petição on-line iniciada pela DABFI, a maior organização de criptomoeda da Índia à época, pedindo a legalização do Bitcoin na Índia, recolheu só 15 mil assinaturas. Esta é uma demonstração deveras pobre, dada a população da Índia de 1,2 bilhão de pessoas.

Em dezembro de 2017, mesmo quando o ano estava chegando ao fim, muitas importantes casas de câmbio de Bitcoin na Índia (incluindo pelo menos Unocoin e Coinsecure, de acordo com as fontes) foram invadidas pelo Departamento de Imposto de Renda, que alegadamente procurava informações sobre o funcionamento do Bitcoin e criptomoedas.

Pontos altos e aceitação generalizada

Uma das principais associações comerciais da Índia, a ASSOCHAM, realizou uma cúpula global sobre Bitcoin e Blockchain em março, descrevendo o Bitcoin como uma "revolução no campo das finanças da cadeia de suprimentos".

Mais tarde, em maio de 2017, a demanda por Bitcoin cresceu de forma exponencial e abrupta, tanto que as maiores casas de câmbio da Índia tiveram que impôr um limite de compra de Bitcoin devido à escassez de oferta. Um mês depois, em junho, o Zebpay tornou-se o 7º aplicativo mais popular na categoria finanças na Apple App Store da Índia, maior até que os aplicativos de muitos bancos nacionais. Em outubro foi relatado que as principais casas de câmbio Bitcoin na Índia acrescentavam mais de 200 mil novos usuários todos os meses.

2017 também testemunhou o lançamento de duas bolsas de criptomoedas na Índia apoiadas por grandes nomes, sendo elas a BitIndia, apoiada por John McAfee e a Coinome, apoiada pela BillDesk.

Ano do Blockchain

O ano começou com o IDRBT, o setor de pesquisas do RBI, banco máximo da Índia, pedindo a "digitalização da rúpia indiana" usando a tecnologia Blockchain. Este desdobramento foi seguido pela reunião de todos os principais atores da indústria de criptomoeda e Blockchain na Índia para iniciar uma organização cripto. A denominada "Fundação de Ativos Digitais e Blockchain da Índia" (DABFI, na sigla em inglês) tem como objetivo autorregulamentar a indústria.

Em fevereiro, o Banco Estatal da Índia, o maior banco do país, tomou uma iniciativa chamada "Bankchain", que visa compartilhar dados entre todos os bancos indianos usando a tecnologia Blockchain. Em maio de 2017, o Bankchain começou a oferecer serviços de compartilhamento de dados AML/KYC entre bancos. Em novembro, o Banco lançou um sistema de KYC baseado em Blockchain para seus próprios fins de verificação e anunciou planos para testar os contratos inteligentes baseados em Blockchain. A tecnologia também foi implementada por outros grandes bancos indianos, incluindo ICICI, Tech Mahindra, Yes Bank e Axis Bank.

Em julho, a Ernst & Young (EY), um dos Quatro Grandes das firmas de auditoria, promoveu uma Hackatona Blockchain na Bombay Stock Exchange (BSE) em Mumbai, na Índia. O ano foi encerrado com o lançamento da Fundação Blockchain da Índia, com os principais protagonistas da criptomoeda na Índia, como Coinsecure, Unocoin e Bitxoxo juntando-se aos líderes da indústria de PwC, Nokia, Microsoft, Yes Bank e Governo da Índia.

Vencedores de 2017

O ano de 2017 presenciou respostas variadas ao Bitcoin e às criptomoedas, com o governo constantemente ennviando mensagens ameaçadoras. No entanto, o Bitcoin teve um volume de negociação aumentado drasticamente, apesar dos esforços do governo, e todas as casas de câmbio de Bitcoin tiveram um crescimento considerável em suas operações. A mídia tradicional indiana também fez um aquecimento para o Bitcoin este ano, com muitas grandes publicações postando artigos a favor do Bitcoin e das criptomoedas. No entanto, a maior vencedora do ano foi a tecnologia subjacente do Bitcoin, o Blockchain. O Blockchain encontrou muitos admiradores em todos os setores do país, no governo e na indústria.

Em geral, tudo que diz respeito às criptos - seja o Bitcoin, o Blockchain, ou as altcoins - tiveram um grande crescimento no mercado indiano, não importa o que diga o governo. Na verdade todos são os vencedores de 2017.