Os fundos negociados em bolsa (ETFs) atrelados ao ouro perderam bilhões em saques até agora em 2024, em contraste com os ETFs vinculados ao preço à vista do Bitcoin.

Os 14 principais ETFs de ouro registraram US$ 2,4 bilhões em saques até o momento em 2024, de acordo com uma postagem publicada no X pelo analista de inteligência da Bloomberg, Eric Balchunas, em 14 de fevereiro.

Enquanto isso, o cenário é muito ruim no momento na categoria dos ETFs de ouro... via @SirYappityyapp em nossa nota de fluxos semanaos recém-publicada

— Eric Balchunas (@EricBalchunas)

Apenas três ETFs de ouro registraram pequenos fluxos de entrada em 2024: o VanEck Merk Gold Shares, o FT Vest Gold Strategy Target Income ETF e o Proshares UltraShort Gold. Os saques mais significativos foram registrados no iShares Gold Trust Micro e no iShares Gold Trust da BlackRock, com saídas de US$ 230,4 milhões e US$ 423,6 milhões, respectivamente.

Por outro lado, os 10 ETFs de Bitcoin (BTC) à vista aprovados registraram aportes agregados de US$ 3,89 bilhões e volume recorde de negociação desde o lançamento em 11 de janeiro, de acordo com dados preliminares da Farside.

"Não só o Bitcoin está sugando fundos, mas o ouro está sofrendo uma hemorragia de ativos sob gestão a uma taxa alarmante em muitos ETFs", comentou o gerente de portfólios Bitcoin Munger em uma postagem no X.

Balchunas, no entanto, comentou que não achava que os investidores de ETFs de ouro estivessem necessariamente migrando em massa para os ETFs de Bitcoin, "mas sim apenas correndo atrás do FOMO do mercado acionário dos EUA".

O pioneiro do Bitcoin, Jameson Lopp, compartilhou um gráfico comparando os dois ETFs, perguntando sobre o bem-estar do investidor em ouro e detrator do Bitcoin, Peter Schiff.

Aportes agregados dos ETFs de BTC à vista desde o lançamento dos ETFs . Fonte: X/Jameson Lopp

A divergência foi exacerbada pela queda dos preços do ouro em 2024. A commodity perdeu 3,4% desde o início do ano, e atingiu uma mínima de dois meses de US$ 1.993 por onça em 14 de fevereiro.

Enquanto isso, o preço do Bitcoin valorizou 23,5% no mesmo período, com o ativo atingindo uma máxima de dois anos de US$ 52.483 em 14 de fevereiro.

Em um relatório divulgado no início de fevereiro, o World Gold Council disse que as saídas globais de ETFs de ouro e uma "redução no posicionamento especulativo" foram os principais contribuintes para o desempenho sem brilho do ouro, acrescentando:

"Os títulos do Tesouro de longo prazo e o dólar dos EUA, devido às fortes surpresas econômicas positivas dos EUA, também contam como fatores desfavoráveis ao ouro."

Em janeiro, o estrategista sênior de commodities da Bloomberg, Mike McGlone, previu que o ouro superaria o Bitcoin em 2024, mas parece que ele se equivocou. Pelo menos até o momento.

O Bitcoin e o ouro têm sido frequentemente comparados por suas propriedades comuns de reserva de valor e por serem escolhidos como investimentos de proteção durante períodos de turbulência econômica e geopolítica.

LEIA MAIS