Em 10 de janeiro, depois da falsa largada no dia anterior, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), presidida por Gary Gensler, deu sinal verde para o lançamento de fundos negociados em bolsa de Bitcoin (BTC) à vista.
A decisão da SEC de aprovar pela primeira vez um veículo de investimento em criptomoeda à vista levantou dúvidas sobre as intenções de Gensler. Desde que assumiu o cargo, o presidente da SEC tem falado com frequência sobre os riscos inerentes aos investimentos em criptomoedas, relacionando os ativos digitais a fraudes e golpes.
No entanto, quando a SEC realizou a votação para autorizar ou não o lançamento de ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, Gensler foi um dos três comissários que votaram a favor da aprovação. Os comissários Hester Peirce e Mark Uyeda votaram a favor do ETF ao lado de Gensler, enquanto Caroline Crenshaw e Jaime Lizárraga se opuseram à aprovação.
O placar de 3 a 2 sugeriu que o presidente da SEC foi decisivo para a aprovação. Em uma declaração de 10 de janeiro, após o anúncio público da aprovação histórica, Gensler manteve sua postura crítica às criptomoedas, chamando o BTC de "ativo especulativo e volátil" e dizendo que a comissão não "aprovou ou endossou" o Bitcoin, apesar da aprovação do ETF.
Great to see the spot #Bitcoin ETFs finally get the green-light from the SEC
— Cointelegraph (@Cointelegraph) January 10, 2024
Was anyone secretly worried Gary Gensler might've pulled the plug after yesterday's debacle? pic.twitter.com/sYO69SF9wk
É ótimo ver que os ETFs de #Bitcoin finalmente receberam o sinal verde da SEC
Alguém estava secretamente preocupado que Gary Gensler pudesse ter desligado a tomada depois do desastre de ontem?
— Cointelegraph (@Cointelegraph)
O Cointelegraph entrou em contato com o escritório de Gensler, mas não recebeu uma resposta até o momento da publicação deste artigo. Alguns membros da comunidade cripto sugeriram que o presidente da SEC "votou com Wall Street", pois a expansão dos produtos de criptomoedas provavelmente atrairão investidores de peso. Outros especularam que a aprovação "tratava-se de um fato consumado", já que a comissão havia sido derrotada em um tribunal federal que a obrigou a revisar a negativa ao pedido da Grayscale para converter o Grayscale Bitcoin Trust em um ETF de BTC.
A Grayscale ganhou um recurso movido contra a SEC em agosto, com o tribunal dizendo que a SEC havia sido "arbitrária e caprichosa" ao negar o pedido de ETF da gestora de ativos. A decisão sugeriu que, caso a SEC decidisse rejeitar um ETF de Bitcoin à vista após a decisão do tribunal, ela precisaria fazê-lo por motivos diferentes – ou seja, não alegando os riscos de manipulação do mercado e proteção do investidor.
"Teria sido mais simples, mais rápido e muito menos doloroso se o presidente Gensler tivesse aprovado um ETF anos atrás, em vez de ser essencialmente obrigado a fazê-lo por ordem judicial", disse Kristin Smith, CEO da Blockchain Association, ao Cointelegraph. "A demanda dos consumidores por esse produto acessível tem sido óbvia e, como o presidente gosta de citar, esses consumidores poderiam se beneficiar de um regulador criterioso e atento. Embora atrasada, a aprovação do ETF é uma reviravolta bem-vinda da SEC."
As much hate as Gensler received leading up to ETF vote, at the end of the day you have to give him credit that he did the right thing https://t.co/m8ikf1xucP
— WhiteBelt (@WhiteBeltCrypto) January 11, 2024
Por mais ódio que Gensler tenha recebido antes da votação da ETF, no final das contas, é preciso reconhecer que ele fez a coisa certa
— WhiteBelt (@WhiteBeltCrypto)
Os deputados Patrick McHenry e French Hill, do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, disseram que a decisão da SEC foi uma "melhoria significativa" em relação à regulamentação por aplicação da lei . Não está claro como a aprovação do ETF poderá afetar as ações judiciais da SEC em andamento contra empresas de criptomoedas, incluindo Ripple, Coinbase, Kraken e Binance. Nesses casos, a comissão qualificou muitas criptomoedas como valores mobiliários não registrados.
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