Líderes do Grupo dos Sete (G7) podem discutir os crescentes ciberataques e roubos de criptomoedas da Coreia do Norte em uma próxima cúpula no Canadá, em meados do próximo mês.

Conflitos na Ucrânia e em Gaza dominarão as discussões, mas as crescentes ameaças cibernéticas e ataques a criptoativos da Coreia do Norte se tornaram uma preocupação importante que exige uma resposta internacional coordenada, segundo a Bloomberg em 7 de maio, citando pessoas familiarizadas com os planos.

As fontes disseram que as operações cibernéticas nefastas da Coreia do Norte são alarmantes, pois os criptoativos roubados se tornaram uma fonte chave de financiamento para o regime e seus programas.

Grupos de hackers afiliados à Coreia do Norte, como o Lazarus Group, já roubaram bilhões de dólares em cripto apenas este ano, incluindo o hack de US$ 1,4 bilhão contra a Bybit em fevereiro — o maior da história da indústria cripto.

Hackers ligados à Coreia do Norte também roubaram mais de US$ 1,3 bilhão por meio de 47 ataques a criptoativos em 2024, segundo a empresa de análise blockchain Chainalysis. Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul alertaram em janeiro que a Coreia do Norte também envia trabalhadores de tecnologia para se infiltrarem em empresas de cripto como ameaças internas.

Atividade de hackers da Coreia do Norte relacionada a cripto por ano. Fonte: Chainalysis

“Trabalhadores de tecnologia da informação (TI) norte-coreanos também representam uma ameaça interna para parceiros do setor privado”, diz o comunicado.

Os lucros ilícitos desses ataques de alto perfil ajudaram o regime isolado a contornar sanções internacionais e a financiar seus programas de desenvolvimento de armas, segundo um relatório do Departamento do Tesouro dos EUA publicado em setembro.

Em abril, um grupo ligado ao Lazarus criou três empresas de fachada, duas delas nos Estados Unidos, para distribuir malware a usuários desavisados e enganar desenvolvedores de cripto.

Tentativa de infiltração em exchange de cripto

No início deste mês, a exchange de cripto Kraken detalhou como frustrou uma tentativa de um hacker norte-coreano de se infiltrar em sua organização.

O diretor de segurança da Kraken, Nick Percoco, realizou testes de verificação de identidade armadilhas que o candidato não conseguiu passar, confirmando a fraude.

O especialista em inteligência de ameaças cibernéticas da Telefónica e pesquisador de segurança blockchain, Heiner Garcia, também revelou como operativos norte-coreanos conseguiram trabalhos freelancers online.

Em fevereiro, Garcia convidou o Cointelegraph para participar de uma entrevista de emprego simulada que ele havia montado com um suposto agente norte-coreano, que acidentalmente compartilhou detalhes que o ligavam aos golpes cripto do país.