A falida exchange de criptomoedas FTX diz que está considerando usar vias legais para tenar recuperar todas as doações e contribuições realizadas por suas subsidiárias e ex-executivos, o que pode incluir os milhões em doações a campanhas políticas feitas pelo seu ex-CEO, Sam Bankman-Fried.

Em um comunicado divulgado à imprensa em 19 de dezembro, a FTX disse que já havia “sido abordada por vários destinatários de contribuições ou outras formas de pagamentos” feitos por, ou sob a direção de Sam Bankman-Fried e outros executivos, acrescentando que essas entidades buscavam “orientações para devolução de tais fundos.”

Compartilhando nosso release recém-publicado: Devedores da FTX anunciam processo para devolução voluntária de pagamentos evitáveis

— FTX (@FTX_Official)

Na semana passada, três organizações proeminentes do Partido Democrata prometeram devolver mais de US$ 1 milhão de parte das doações para campanhas políticas de Bankman-Fried, após sua prisão e indiciamento.

Dias antes, em 13 de dezembro, uma secretária de imprensa da Casa Branca se recusou a responder se o governo Biden devolveria os US$ 5,2 milhões em doações de campanha feitas por Bankman-Fried.

No comunicado recente, a FTX convidou aqueles que receberam fundos a “fazer arranjos para a devolução de tais pagamentos”, alertando que, se eles não fossem devolvidos voluntariamente, a exchange iniciaria uma ação legal para recuperar os pagamentos com juros.

Especialistas alertaram anteriormente que até US$ 73 milhões em doações políticas da FTX poderiam ser alvo de recuperação judicial para serem utilizados para reembolsar os especulados 1 milhão de credores e honrar as dívidas estimadas entre US$ 10 bilhões e US$ 50 bilhões no processo de falência.

Enquanto isso, alguns membros do Congresso dos EUA que recebem as contribuições políticas da FTX doaram os fundos para instituições de caridade em uma tentativa de se distanciar da exchange e de seu fundador.

Membros do Congresso, como o líder eleito democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, e o líder democrata do Senado, Dick Durbin, doaram o dinheiro recebido da FTX para várias instituições de caridade.

O senador republicano John Hoeven também doou os US$ 11.600 que recebeu do co-CEO da FTX Digital Markets, Ryan Salame, para o Exército de Salvação.

No entanto, a FTX disse que essas transferências para instituições de caridade não impedirão que ela recorra à Justiça para recuperar os fundos:

“Fazer um pagamento ou doação a um terceiro (incluindo uma instituição de caridade) [...] Não impede que os Devedores da FTX busquem a recuperação.”

Bankman-Fried foi o segundo maior contribuinte do Partido Democrata nas eleições de meio de mandato de 2022, com US$ 36,8 milhões destinados aos candidatos do partido. Ele também havia doado US$ 5,2 milhões para a campanha presidencial de Joe Biden em 2020, tornando-se seu segundo maior “CEO-colaborador”.

Em uma entrevista concedida à a cripto vlogger Tiffany Fong em 16 de novembro, o fundador da FTX afirmou ter "doado quase o mesmo para ambos as partidos", mas suas doações para os republicanos teriam sido "ocultas".

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Outros executivos da FTX, como Salame, doaram cerca de US$ 20 milhões para candidatos republicanos. O diretor de engenharia Nishad Singh doou pelo menos US$ 500.000 para os democratas do Oregon.

Em 13 de dezembro, Bankman-Fried foi acusado de violações das leis de financiamento de campanha, incluindo violações de contribuições, obstrução das funções da Comissão Eleitoral Federal e de ter realizado contribuições em nome de terceiros.

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