Parlamentares na França devem analisar uma proposta que pode ter implicações significativas para a adoção de moedas digitais no país, desde stablecoins até Bitcoin (BTC).
Em uma moção de resolução apresentada na quarta-feira, Éric Ciotti, da União da Direita pela República, liderou uma proposta para que a Assembleia Nacional da França proíba o euro digital, potencialmente desenvolvido pelo Banco Central Europeu e, em vez disso, promova “a disseminação de stablecoins em euro e o investimento em criptoativos”.
A moção citou os esforços dos Estados Unidos para proibir as moedas digitais de banco central (CBDCs) e promover as stablecoins por meio da lei GENIUS, sancionada em julho.
“Essa proposta de resolução europeia, portanto, pede ao governo que defenda que o futuro quadro prudencial europeu específico para exposições a criptoativos se desvie especificamente do padrão de Basileia de 2022, a fim de facilitar o uso de criptoativos como garantia, mantendo o objetivo de uma revisão substancial dessas regras dentro do Comitê de Basileia”, afirma a moção.
A proposta não menciona explicitamente o estabelecimento de uma reserva nacional de BTC, mas relatos sugeriram que Ciotti pretendia que o governo francês detivesse 2% do fornecimento total da criptomoeda, no valor de cerca de US$ 48 bilhões no momento da publicação. Tal movimento também seguiria os esforços do governo dos Estados Unidos para estabelecer reservas estratégicas de BTC e criptomoedas, em parte utilizando tokens apreendidos em casos criminais.
A moção, que até terça-feira não parecia ter sido considerada pelos parlamentares franceses, é a mais recente apresentada na Assembleia Nacional e pode afetar a política sobre cripto e Bitcoin. Em agosto, o partido político Rassemblement National teria pressionado o governo francês a minerar BTC usando o excedente de energia das usinas nucleares do país.
Outro país adotando políticas de reservas em cripto?
Além dos esforços do governo dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump para desenvolver estoques de BTC e criptomoedas, que podem ter sido reforçados por uma apreensão de US$ 14 bilhões no início deste mês, outros países também têm explorado opções semelhantes.
Parlamentares do Quirguistão teriam começado a avaliar a criação de uma reserva de ativos digitais após discussões com o ex-CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, que atua como conselheiro do comitê de cripto do governo. Enquanto isso, um dos polos econômicos do Butão afirmou em janeiro que planejava criar uma reserva estratégica de criptomoedas, utilizando BTC e outros tokens.