O preço do Bitcoin alcançou em maio de 2025 o maior valor da sua história, ultrapassando os US$ 111 mil. Mas o que está por trás dessa valorização histórica? De acordo com um novo relatório da Bipa, o halving não é o principal fator.
“O Bitcoin não é mais uma aposta de poucos. Ele se tornou um ativo global, com fundamentos sólidos, adoção institucional crescente e uma base cada vez mais consciente do seu valor. Entender o que move seu preço hoje é entender o novo cenário financeiro mundial.”, disse Caio Leta, Head de Pesquisa da Bipa.
A análise mostra que, apesar da sua fama de volátil, o Bitcoin segue um padrão cíclico previsível, sustentado por fundamentos econômicos e pela crescente demanda por alternativas ao sistema financeiro tradicional.
Adoção e não halving
Em maio de 2025, o Bitcoin ultrapassou os US$ 111 mil, renovando seu recorde histórico. E, segundo o relatório da Bipa, esse movimento não foi acidental. A alta foi acompanhada por uma significativa expansão da liquidez global, medida por indicadores como o agregado monetário M2, impulsionado por políticas de estímulo e juros baixos dos principais bancos centrais do mundo, como o Fed, o BCE e o Banco do Japão.
Segundo a Bipa, análises recentes mostram que o crescimento do M2 tem correlação direta com a valorização do Bitcoin — especialmente com um intervalo de atraso de 90 dias. Em outras palavras, o aumento de capital disponível no mercado tende a se refletir no preço do Bitcoin alguns meses depois, já que investidores passam a buscar ativos alternativos em meio à inflação e à instabilidade monetária. Com essa tendência, o relatório aponta a possibilidade do Bitcoin ultrapassar US$ 180 mil até agosto deste ano.
Enquanto isso, o tão citado halving — evento que reduz pela metade a emissão de novas moedas — já não exerce o mesmo impacto. De acordo com a análise da Bipa, a emissão diária de novos Bitcoins hoje representa apenas 0,1% do volume negociado na rede, contra 1,7% há dez anos.
“A crença de que o halving determina os ciclos de alta é cada vez mais simbólica. O que de fato impulsiona o mercado são as condições macroeconômicas e o aumento da base de usuários”, reforça Caio Leta.
Institucionalização, utilidade real e adoção global consolidam o valor do Bitcoin
Além do cenário macro, o relatório dedica uma seção inteira à adoção como motor estrutural da valorização do Bitcoin. E essa adoção é diversa: de investidores institucionais e empresas listadas em bolsa, como Tesla e Méliuz, até cidadãos em países com instabilidade econômica, como Venezuela, Turquia e Nigéria, onde a criptomoeda se tornou instrumento de soberania financeira.
A entrada de ETFs e bancos tradicionais no ecossistema também acelerou esse movimento. “A chegada de instituições tradicionais não só legitima o ativo, como o conecta ao sistema financeiro convencional, criando um novo ciclo de confiança”, aponta Caio.
O relatório destaca ainda que o Bitcoin é uma rede aberta, cujo valor aumenta com cada novo participante. Ao contrário de sistemas financeiros fechados, o Bitcoin ganha força à medida que sua base de usuários se amplia, tornando-se mais resiliente, seguro e útil.
Confira o relatório completo no link.