O diretor de relacionamento com clientes e pessoas físicas da Bolsa de Valores do Brasil, a B3, Felipe Paiva, disse em uma transmissão ao vivo que o corte dos juros, a educação financeira e as plataformas digitais levaram a bolsa à marca histórica de 3 milhões de investidores. Em comparação, a maior exchange de criptomoedas e da América Latina, a Mercado Bitcoin, já soma 2 milhões de clientes.
Paiva participou da live "Resultado da Pesquisa de Investidor Pessoa Física", que faz parte da Semana Mundial do Investidor da B3. Ele disse que o cenário macroeconômico tirou o investidor da "zona de conforto", e que o investimento de instituições financeiras na digitalização e na educação financeira também impulsionou a disparada no número de investidores.
"Os juros baixos foram um gatilho muito importante, mas esse movimento não teria acontecido se o mercado financeiro não tivesse feito essas mudanças ao longo do tempo [...] com corretoras e bancos fazendo um trabalho para simplificar linguagem, melhorar as plataformas de investimento, principalmente para uma geração acostumada com tudo no mobile. Estamos vendo não só o setor financeiro, mas muitos outros se transformando e dou um peso muito forte a isso, à oferta das plataformas de investimento."
Ele também destaca que a imprensa e as redes sociais também passaram a dar mais atenção ao mercado financeiro. Por outro lado, o diretor da B3 lançou um alerta sobre a prática de 'day trade', que se proliferou em canais que supostamente promovem educação financeira no YouTube. Segundo ele, a prática requer tempo e preparação:
"As pessoas têm que tomar cuidado, porque tem gente que vende na internet que é fácil, dizem até 'pare de trabalhar e venha para o day trade'. Mas assim como você ficou anos estudando para uma profissão, é a mesma coisa com da trade."
A digitalização também levou os investidores a diversificar os investimentos, garante Paiva. Se antes a maioria dos investidores buscava investimentos com menos risco, a queda dos juros levou o mercado financeiro a se diversificar.
Felipe Paiva completa:
"Mais de 80% são pessoas que estão diversificando sua carteira, saindo de um investimento que no passado garantia 15% ao ano, ficando sentado em casa vendo seriado. Hoje em dia acabou, não tem mais isso, então o investidor precisa olhar para outros locais, alternativas"
Neste caso, o mercado de criptomoedas também venceu parte da resistência que havia nos mercados tradicionais. Para além das exchanges de criptomoedas, a Comissão de Valores Mobiliários também aprovou no último ano uma série de fundos de investimentos para o público em geral e para investidores qualificados.
Em 2020, os investimentos nos fundos cripto performaram muito à frente da bolsa - que foi prejudicada pela queda histórica do real frente ao dólar - em rendimentos.
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