O Federal Reserve dos Estados Unidos está planejando resolver ambiguidades que eles acreditam estar afetando a regulamentação de ativos digitais no país, após análises rápidas por agências governamentais.

Em um anúncio na terça-feira (23), o Conselho de Governadores do Sistema da Reserva Federal disse que recentemente trabalhou com a Federal Deposit Insurance Corporation e o Gabinete do Controlador da Moeda em uma série de "sprints de políticas" destinadas a abordar a clareza regulatória no espaço cripto. O esforço interagências incluiu a construção de um maior entendimento da terminologia em torno dos criptoativos, identificando riscos potenciais e analisando as estruturas regulatórias existentes para determinar se alguma mudança era necessária.

De acordo com o Fed, as três agências planejam determinar se "certas atividades relacionadas a criptomoedas conduzidas por organizações bancárias são legalmente permitidas", além de ajustar os padrões de conformidade e aplicação das leis e regulamentos existentes relacionados a serviços de custódia, compra e venda de criptomoedas, empréstimos garantidos por criptomoeda, HODLing e a emissão de stablecoins em 2022. O trio também pretende consultar o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia, um comitê global de supervisores bancários e bancos centrais, que fornece recomendações para os bancos que consideram a detenção de cripto.

“O setor emergente de criptoativos apresenta oportunidades e riscos potenciais para organizações bancárias, seus clientes e o sistema financeiro em geral”, disse o Fed. “Os sprints interagências avançaram rapidamente e se basearam no conhecimento combinado das agências, o que ajudou a identificar e avaliar os principais problemas relacionados a atividades de cripto-ativos em potencial conduzidas por organizações bancárias.”

O anúncio segue um relatório de 1º de novembro do Grupo de Trabalho do Presidente sobre Mercados Financeiros, sugerindo que a legislação é "urgentemente necessária" para lidar com os riscos financeiros potenciais das moedas estáveis. No momento, um aparente cabo-de-guerra legislativo está ocorrendo entre as agências governamentais dos EUA na regulamentação do espaço cripto, com grande parte da força por trás da Comissão de Valores Mobiliários e da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities.

Aproximadamente metade dos assentos para o Conselho de Governadores do Fed poderiam ser preenchidos com sangue fresco a partir de 2022, após a saída esperada de Richard Clarida. Na segunda-feira (22), o presidente Joe Biden anunciou que nomearia Jerome Powell para um segundo mandato como presidente do Fed, com potencial para durar até 2026.

No entanto, como Powell já é um membro do conselho, provavelmente ainda haverá três cadeiras vazias para o presidente dos EUA preencher durante seu primeiro mandato. Na segunda-feira, a Casa Branca disse que Biden pretendia anunciar suas escolhas para esses cargos, bem como para o vice-presidente do Fed para supervisão no início de dezembro, com foco em "melhorar a diversidade na composição do Conselho".

O Comitê Bancário do Senado anunciou na terça-feira que Powell testemunharia ao lado da secretária do Tesouro, Janet Yellen, em uma audiência de 30 de novembro para tratar da supervisão do Fed e do Tesouro na Lei 'CARES' (Coronavirus Aid, Relief, and Economic Security). No entanto, para ser confirmado como o próximo presidente do Fed, Powell ainda precisará comparecer a uma audiência diante do mesmo comitê antes que o Senado possa votar em sua nomeação.

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