Pouco antes da pandemia, Nelson Mercedes trabalhava em um supermercado no setor de vigilância eletrônica na República Dominicana. No entanto, com a disseminação do novo Coronavírus, o dominicano está atualmente desempregado e encontrou uma forma de sobreviver através da mineração de criptomoedas.

De acordo com o El País, o minerador conseguiu criar uma renda extra através da atividade de mineração de Ethereum (ETH). Logo após ser demitido do supermercado, Mercedes conta que decidiu comprar equipamentos para mineração de criptomoedas com o ‘acerto’ que recebeu do antigo emprego.

Incentivado por uma amiga dos Estados Unidos, o desempregado possui agora uma renda de US$ 400 ao mês, ou seja, ele ganha aproximadamente R$ 2,3 mil com a atividade de mineração.

Renda extra com criptomoedas

Logo após o confinamento iniciar, o dominicano Nelson Mercedes perdeu o emprego que tinha no supermercado. Antes de se dedicar à atividade de mineração, o desempregado afirma que ficava de olho em pessoas que roubavam no estabelecimento.

“Observei as câmeras de segurança para ver quem estava roubando ou fazendo algo estranho.”

Sem emprego, Mercedes usou o que recebeu depois que saiu do supermercado para investir em equipamentos para mineração. Além de uma CPU, o minerador comprou uma placa-mãe e quatro placas que foram dedicadas à mineração.

Todo o equipamento foi adquirido por ele usado, através de anúncios no eBay. No total, o ex-funcionário do supermercado investiu US$ 800 na atividade de minerar Ethereum.

Mineração ajuda desempregado

Depois que comprou os equipamentos na eBay, Mercedes procurou informações na internet sobre a mineração de criptomoedas. Até então, ele só conhecia a atividade através de uma amiga que mudou-se para os Estados Unidos.

Com o investimento inicial de US$ 800, ou ainda, algo próximo de R$ 4,6 mil, o minerador comprou os equipamentos para mineração e consegue ter uma renda extra de R$ 2,3 mil hoje.

Embora ele tenha gastos como energia, Mercedes consegue receber em média US$ 10 de lucro por dia, ou seja, R$ 58. No total, a conta de energia do minerador é de US$ 160, mas ele não paga o valor integral. Antes da primeira conta de energia, o minerador não sabia se a atividade seria lucrativa.

“No começo eu não sabia quanta eletricidade realmente consumiria. Quando veio a primeira conta, vi que ele estava dando lucro. Eu minero criptomoeda para sobreviver e pagar meu seguro de saúde.”

Com poucos conhecimentos em mineração e criptomoedas, o dominicano precisou da ajuda de um amigo para montar os equipamentos que foram comprados na eBay.

O amigo ensinou o minerador a instalar programas e a realizar manutenção em equipamentos. Mercedes conta que aprendeu isso tudo sem precisar de um curso na área.

“Ele me ajudou a comprar um computador, montá-lo e instalar o Windows para mim. Daí aprendi tudo o que se faz no computador: desmontar, formatar, limpar, entrar nos programas. Sem estudar e sem fazer nenhum curso.”

Calor excessivo

À primeira vista, a atividade de mineração mantida por Nelson Mercedes não parece ser tão vantajosa. Por viver em um país caribenho e com temperaturas elevadas, a refrigeração dos equipamentos para mineração de criptomoedas pode ser um custo adicional.


Equipamentos de mineração são mantidos no quarto (Reprodução:El País)

Para fugir do problema do calor excessivo, o minerador afirma que possui um ambiente ventilado no quarto, que conta com sistema de ventilação com quatro pequenas ventoinhas. Porém, se o calor aumentar, o minerador de Ethereum pode ligar um ventilador maior.

Além da atividade de mineração, o desempregado trabalha com a resolução de recaptchas na internet. Dessa forma, o dominicano consegue aumentar um pouco mais sua renda extra.

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