A popularização dos criptoativos tem sido constante nos últimos anos, mas o seu uso e adoção em massa, muitas vezes, ainda esbarra na alta volatilidade. Pensando em justamente contornar tal desafio que surgiram os tokens RWA - sigla para “Real World Assets”.
Chamando a atenção do mercado, esse nicho deve atingir um valor de mercado de R$ 20 trilhões até o final de 2030, segundo relatório recente divulgado pelo Citibank.
“Hoje, graças a tecnologia blockchain, temos a possibilidade de gerar valor pelo ambiente digital e não somente trafegar dados ou informações. No entanto, ainda muitos ativos do setor cripto são marcados pela falta de tangibilização sobre a sua cotação. É por isso que os tokens RWA estão crescendo. Eles possibilitam juntar o digital com a referência de valor sobre os bens físicos”, explica Eduardo Carvalho, CEO e cofundador da Dynasty Global AG.
Ele aponta que o setor, inclusive, é um dos que vêm ganhando a atenção dos tokens holders. Hoje é possível comercializar tokens RWA que representam frações de imóveis. Tais ativos podem ser facilmente transferidos e negociados em outras blockchains, conectando holders do mundo todo.
“Esse fator não apenas aumenta a acessibilidade a essas criptos, mas também contribui para a liquidez do mercado imobiliário”, argumenta o CEO da Dynasty.
Tokens RWA
Apesar de todas as vantagens, o executivo alerta que é preciso ter em mente que as variações no valor dos tokens RWA, ligados a imóveis ou qualquer outro setor, também estarão atreladas ao valor do ativo real.
Se por um lado isso significa que eles são menos voláteis, por outro exige um tempo maior para que o valor varie de forma significativa.
“Dessa forma, ele pode ser impactado pelo próprio ciclo do setor em si. No caso específico do setor imobiliário, sabemos bem que a aquisição de um imóvel é um processo que pode levar até seis meses. Então, o reflexo dessa compra leva um tempo para ser traduzido no valor do ativo”, contextualiza Carvalho.
Outros criptoativos que estão sendo cada vez mais procurados pelos holders são as stablecoins, cuja principal característica é a estabilidade ("stable"), obtida a partir do pareamento em relação a moedas existentes no mundo físico.
Segundo Eduardo Carvalho, o grande trunfo da opção está justamente na estabilidade do seu valor, garantida pelo fato de estar atrelada a ativos já consolidados.
“As stablecoins são uma ferramenta muito importante para entrada e transação dentro do mercado cripto. Isso porque ela dá aos proprietários a oportunidade de trocar os seus ativos, que estão propensos a ser afetados pela volatilidade, em moedas fiduciárias ou commodities, que são os casos mais comuns”, explica.
Assim, as stablecoins se tornam muito úteis para que os holders se protejam em momentos de alta volatilidade, mas também para transações de compra e venda de bens e serviços, sem o risco de que o ativo mude drasticamente de valor no meio da operação.
Hoje alguns dos exemplos mais famosos dentre as stablecoins são a USDT e USDC, que são reconhecidas por atuar em paridade com o valor do dólar. Pensando no cenário brasileiro, o destaque fica para o BRZ, que se consolidou como a maior moeda digital pareada ao real. Há também a PaxGold, lastreada em ouro.
“A stablecoin é uma alternativa mais dinâmica para os holders que buscam iniciar em moedas tradicionais, já que elimina a dependência de processos burocráticos de terceiros, como os bancos e outros intermediários. No caso das commodities, como metais preciosos, evita a complexidade de adquirir e armazenar esse tipo de bem em um ambiente físico”, finaliza o CEO da Dynasty Global AG.