A Fundação Ethereum, que supervisiona o desenvolvimento da rede Ethereum, anunciou o “Privacy Cluster”, uma equipe de 47 especialistas de toda a indústria blockchain encarregada de trazer recursos de privacidade para a rede de contratos inteligentes de camada 1.
O cluster de privacidade do Ethereum reúne pesquisadores, engenheiros e criptógrafos para desenvolver recursos de privacidade em nível de protocolo, incluindo pagamentos privados e soluções privadas de identidade descentralizada, de acordo com um anúncio publicado na quarta-feira.
A Fundação introduziu os Privacy Stewards for Ethereum (PSE), uma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento focada em privacidade, em setembro, e o Privacy Cluster trabalhará em estreita colaboração com o PSE para construir melhorias voltadas à preservação da privacidade.
Esses desenvolvimentos incluem a criação de infraestrutura de conhecimento zero, uma forma de verificar informações sem revelar seu conteúdo específico, transferências confidenciais via a rede de segunda camada PlasmaFold e a prevenção de que nós de chamada de procedimento remoto (RPC) transmitam metadados de usuários.
A privacidade é central para o ethos cypherpunk que sustenta as criptomoedas e a criptografia de dados, e voltou a ser foco da comunidade cripto devido à sofisticação crescente das técnicas de vigilância digital e seus efeitos sobre a liberdade individual.
A importância da privacidade ampliada em 2025
A privacidade voltou ao centro das atenções na indústria cripto à medida que governos ao redor do mundo pressionam por uma vigilância financeira mais ampla dos cidadãos, e a inteligência artificial cria um novo vetor de ameaça à privacidade dos usuários.
A proposta de lei Chat Control da União Europeia, legislação que permitiria aos governos europeus acesso irrestrito a todo o tráfego de mensagens, pode impulsionar a adoção de alternativas Web3 à medida que os usuários buscam privacidade e controle sobre seus próprios dados.
O cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, instou a comunidade cripto a “lutar contra o Chat Control”, alertando sobre o potencial de mau uso dos dados coletados ou o vazamento de informações sensíveis de usuários por meio de hacks.
“Você não pode tornar a sociedade segura tornando as pessoas inseguras. Todos nós merecemos privacidade e segurança, sem backdoors inevitavelmente hackeáveis, para nossas comunicações privadas”, disse Buterin em uma publicação no X.
As informações armazenadas em um servidor centralizado se tornam um alvo atraente para hackers e cibercriminosos, disse David Holtzman, ex-profissional de inteligência militar e diretor de estratégia do protocolo de segurança descentralizado Naoris, à Cointelegraph.
O Discord, uma plataforma de comunicação online, tornou-se alvo de hackers que invadiram um banco de dados onde eram armazenadas fotos de verificação de idade dos usuários, incluindo carteiras de identidade e passaportes emitidos por governos, na quarta-feira.
Os hackers estão tentando extorquir a plataforma e ameaçaram vazar as informações de cerca de 2,1 milhões de usuários se suas exigências de resgate não forem atendidas.