O mercado de criptoativos está passando período de fortes desvalorizações, com o Bitcoin e Ethereum liderando quedas de 70% e 80% respectivamente nos ultimos 8 meses. No entanto, recentemente o ânimo dos investidores havia retornado ao mercado já que o BTC batia novamente na marca de US$ 25 mil.

Contudo os touros não tiveram força para manter o BTC acima desta marca e o preço voltou novamente a despencar para US$ 21 mil e, com a nova queda, mais desanimo com relação ao futuro da principal criptomoeda do mercado. Porém, segundo Estefano Debernardi, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da CoinsPaid para Latam, é preciso calma neste momento.

Debernardi destca que apesar da instabilidade em torno das moedas digitais ele acredita que o inverno cripto não deve afetar o crescimento da adesão ao uso de criptomoedas por pessoas e empresas. Portanto a queda não altera a perspectiva de longo prazo para os criptoativos.

“Podemos fazer um paralelo do que acontece neste momento com a bolha da Internet que vivemos no inicio dos anos 2000, quando houve uma grande especulação econômica em relação à empresas de tecnologia, resultando em uma diraparada no valor deste tipo de ações. No entanto, após o estouro da “bolha” não foi o fim da internet. Pelo contrário, tivemos uma revolução digital e as criptomoedas podem indicar um passo semelhante”, disse.

Ele aponta que nos ultimos anos América Latina saiu na frente no tema regulação foi El Salvador que reconheceu e adotou o Bitcoin como um moeda oficial. Contudo, projetos de leis se encontram avançados em paises como Brasil, Chile, Argentina e México.

Ele também destaca que nações como Singapura, Portugal e Malta já estão bastante adiantado tanto na adoção quanto em questões regulatórias, sendo um passo cada vez mais acelerado para o uso das moedas digitais no dia a dia para um número de pessoas cada vez.

Queda do Bitcoin não afeta seu futuro 

Debernardi cita uma pesquisa feita pela CoinsPaid em março deste ano, na qual 50,5% dos respondentes brasileiros afirmaram ter um impacto positivo na imagem de empresas que aceitam criptomoedas como forma de pagamento e 36,3% da população se mostram ainda mais propensos a adotar criptomoedas como forma de pagamento em suas compras diárias, o que aponta um aquecimento do setor no país. 

“A queda no valor das criptomoedas causaram um grande choque para aqueles que buscavam apenas ganhar dinheiro com os ativos digitais. Por muito tempo, apenas ouviamos falar sobre a valorização dos ativos e pouco sobre as possibilidade de uso das moedas. Esse movimento parece estar mudando e um número cada vez maior de pessoas começam a utilizar criptomoedas como forma de pagamento. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, registramos um recorde no número de transações e alcançamos um volume de mais de €2,8 bilhões processadas por nossa plataforma, sendo cerca de €1 bilhão apenas em maio”, afirmou Debernardi. 

Ele também destaca que a alta volatilidade e quedas que as criptomoedas estão sofrendo podem ser parcialmente explicadas pelo sentimento de aversão a risco generalizado nos mercados globais, impulsionados pela elevação da taxa de juros por bancos centrais do mundo todo e sinais de uma recessão econômica por vir. 

Porém afirma que o grande obstáculo continua sendo a regulação, onde hoje o mercado opera numa zona cinza em boa parte do mundo. Com esta falta de definição surgem empresas oferecendo oportunidades e ganhos irreais que acabam manchando a reputação desse mercado tão inovador.

"Neste momento o Bitcoin está  se afastando de sua correlação com a volatilidade do mercado de ações. Recentemente, após o relatório robusto da folha de pagamento não-agrícola dos EUA que fez com que as ações caíssem drasticamente, o Bitcoin não sofreu com as quedas de mercado, o que finalmente pode sinalizar o fim do inverno cripto", finalizou.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.