O colapso da FTX no início de novembro de 2022 impulsionou o uso de plataformas de derivativos descentralizadas no fim do ano. A GMX, exchange descentralizada (DEX) de contratos perpétuos, é um exemplo. Entre novembro e dezembro, a exchange viu 40% da sua base de usuários ser composta por novos interessados em alguns momentos.
Em uma publicação em seu blog, feita nesta terça-feira (31), o analista que se identifica como Ignas apontou que o mercado de opções descentralizadas é “uma mina de ouro esperando para ser descoberta”. O analista avalia que essa é a próxima grande narrativa dentro do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), e lista os principais protocolos dentro desse nicho.
Potencial de crescimento
Para Ignas, o setor de opções descentralizadas está “prestes a explodir”. Ele usa como base os números da plataforma de negociações Robinhood, que obteve US$ 163 milhões em receita advinda de taxas cobradas nas operações com opções.
“A demanda por opções em criptomoedas já está evidente. O volume de opções de Bitcoin negociadas na Deribit recentemente chegou a US$ 4,25 bilhões, o maior desde o colapso da FTX”, destaca Ignas. Apesar do potencial do setor, o analista destaca que o número de usuários ainda é pequeno. Por isso, ele acredita que o setor de opções em DeFi tem potencial de crescimento exponencial.
Opções são contratos que dão ao detentor o direito, mas não obrigação, de comprar ou vender o ativo a um determinado preço. Calls são contratos que apostam na alta do preço de um ativo, enquanto puts apostam na queda. Esses contratos são negociados no mercado com base na volatilidade do ativo ao qual estão atrelados. Ignas salienta que opções podem ser complicadas, e recomenda que traders sem experiência fiquem de fora.
Principais protocolos
O agregador de dados DefiLlama lista 42 protocolos focados em opções descentralizadas. Ribbon Finance é o protocolo com maior valor total alocado (TVL, na sigla em inglês), somando US$ 54,09 milhões. Embora não seja a melhor métrica para comparação, Ignas diz que elas servem para medir “produtos estruturados”.
A Ribbon utiliza vaults com opções para gerar rendimentos ajustados ao risco, aponta o analista. “Por exemplo, ao depositar ETH no vault T-ETH-C, você pode receber rendimentos por vender posições envolvendo uma possível alta do criptoativo. É a opção que se encaixa se você acredita em um aumento no preço da ETH.”
Ignas reforça que estas plataformas não são ideais para traders inexperientes. “Não é o tipo de estratégia que envolve deixar o dinheiro e esquecer”, ele diz. A Ribbon está relacionada ao segundo maior protocolo de opções descentralizadas em TVL, a Opyn, que tem estratégias próprias envolvendo as movimentações do Ethereum (ETH).
A terceira plataforma com maior TVL é a Dopex, uma das aplicações descentralizadas mais usadas da Arbitrum. Assim como Opyn e Ribbon, a Dopex permite ao usuário travar tokens e receber rendimentos. A diferença é que um preço deve ser informado para o contrato, conhecimento no mercado de opções com “strike”. Outra funcionalidade da Dopex é usar posições em opções como proteção para contratos futuros obtidos na exchange GMX.
A plataforma com TVL considerável que mais se aproxima do modelo tradicional de opções, na lista de Ignas, é a Lyra. Através de um fazedor de mercado automático (AMM, na sigla em inglês), a Lyra permite que traders negociem contratos de put e call.
O analista lista outros protocolos de opções descentralizadas, argumentando que muito já foi criado, mas há pouca demanda. O importante, destaca Ignas, é acompanhar esse setor e identificar o timing de entrada massiva de investidores. O próximo passo é identificar qual plataforma está recebendo um interesse maior e investir em seu token nativo.
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