De olho na tecnologia blockchain, a Telefónica, uma das maiores empresas do mundo no setor de telecomunicações, anunciou em 09 de março, segundo publicação do Jornal Valor Econômico, um investimento, por meio da Innovations Ventures, braço da empresa para investimentos em inovação e startups, no fundo brasileiro Redpoint eventures.
Criada em 2012, a Redpoint eventures se dedica a apoiar startups brasileiras por meio de investimentos, know-how e acesso à uma rede para o desenvolvimento de seus negócios. No mesmo ano de seu lançamento, a empresa de capital de risco — que nasceu a partir da parceria com a Redpoint Ventures e a e.ventures — anunciou um fundo de US$ 130 milhões para startups brasileiras.
“O ecossistema de startups no Brasil cresceu absurdamente. O que aconteceu nos últimos cinco anos é assustador, no bom sentido”, ressalta Anderson Thees, sócio-fundador da Redpoint eventures. Uma das primeiras apostas feitas pelo fundo, em setembro de 2012, foi na startup Minuto Seguros, criada por Marcelo Blay. Ao todo, foram US$ 60 milhões investidos pela Redpoint eventures e Intact Ventures ao longo dos anos. A última rodada foi realizada em 2019.
Segundo a reportagem, Guenia Gawendo, brasileira radicada na Espanha responsável pelo Telefónica Innovation Ventures (TIV), o objetivo é financiar o desenvolvimento de empresas e tecnologias relacionadas ao mundo de telecomunicações, que possam fazer negócios com a operadora ao redor do mundo.
O Valor destaca que entre as áreas de interesse estão transformação digital, redes 5G, cibersegurança, computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas e blockchain. O interesse da Telefónica em blockchain é latente e, recentemente, a empresa anunciou que possui uma das 3 maiores redes de blockchain do mundo, processando cerca de 500 transações por segundo.
Segundo Christoph Steck é Diretor de Políticas Públicas e Internet da Telefónica e vice-presidente da Alastria, a rede é um desenvolvimento interno que controla as rotas de entrega de modem e outros dispositivos. A aplicação é desenvolvida no Hyperledger Fabric e foi lançada em março de 2019.
"Cada vez que um dispositivo é fabricado, ele é gravado na blockchain e todas as etapas intermediárias também são registrada na plataforma e segue assim até que seja instalado na casa do cliente. Então, quando coletamos o equipamento para avarias ou desconexões, seguimos o mesmo processo até que os tenhamos em nossos armazéns. Lá, recondicionamos para dar uma segunda vida, que também controlamos com blockchain. Realizamos até 500 transações por segundo e até 800.000 transações ou alterações no estado dos roteadores por dia", destacou Steck.
No início de 2019, a Telefónica, firmou parceria com a gigante Microsoft visando justamente expandir sua atuação no mercado usando blockchain e passou a utilizar o Azure da Microsoft para desenvolver novos serviços para a indústria de telecomunicações.
“Juntos, vamos aplicar a capacidade da Azure e da Azure AI para criar experiências novas e inovadoras para os milhões de clientes da Telefónica ao redor do mundo e moldar o futuro da rede da Telefónica”, comentou na época o CEO da Microsoft, Satya Nadella