Do terror na economia para os livros de história. Esse pode ser o futuro da inflação daqui a quinze ou vinte anos, na avaliação do professor de finanças da Duke University, Campbell Harvey, que apontou para um aumento de competitividade entre as criptomoedas, em especial os tokens de finanças descentralizadas (DeFi), e as moedas fiduciárias, emitidas pelos bancos centrais, como fator responsável pelo aniquilamento da alta de preços nos próximos anos, em entrevista concedida à coluna E-investidor, do jornal O Estado de São Paulo.

Harvey qualificou como “processo de amadurecimento” os movimentos de altas e baixas das criptomoedas e fez uma analogia entre o que acontece na atualidade com a DeFi e os desdobramentos da internet na década de 1990.

Segundo o professor, as finanças descentralizadas, com a amplificação das opções de “moedas” de pagamento, devem mudar completamente a forma com que a sociedade enxerga as finanças na medida em que os tokens serão alternativas às moedas fiduciárias, emitidas pelos bancos centrais. 

Campbell Harvey argumentou que as pessoas poderão utilizar diversos tipos de tokens para suas liquidações cotidianas, como as stablecoins, lastreadas em moedas fiduciárias, como o real e o dólar americano, e no ouro, por exemplo. 

A diversificação, segundo ele, deverá transformar a inflação em mera “curiosidade histórica” porque a emissão de papel-moeda pelos governos, que gera a escalada de preços toda vez que a circulação de moeda aumenta, terá a concorrência dos tokens lastreados a outras moedas e ativos, para que as pessoas possam se proteger por meio dos criptoativos mais vantajosos.

Ele frisou que, com a pandemia, aumentou a correlação entre o mercado de criptomoedas e o mercado tradicional por causa do crescimento da especulação por parte dos investidores de varejo. 

No universo pós-amadurecimento DeFi, Harvey considerou que os celulares funcionarão como “bancos” e apostou no fim das figuras de banqueiro e cliente e investidor institucional e de varejo ao considerar que, no futuro da igualdade entre “pares descentralizados”, todos serão iguais. O que representaria a quebra de monopólio dos bancos centrais e bancos comerciais. 

Outro avanço elencado por ele se refere aos tokens não fungíveis (NFTs) que, segundo o professor, terão aplicações positivas, como na indústria da moda e na substituição de cartões de crédito e débito, além de documentos pessoais, por NFTs.

Avaliação semelhante fez o sócio da fintech FinTrender, Gustavo Cunha, ao apostar na adoção das criptomoedas conforme elas forem se tornando mais amigáveis, além de comparar o momento de evolução dos criptoativos com a internet da década de 1990, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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