Com o Bitcoin já em seu quarto halving quadrienal, outros projetos descentralizados também têm adotado ciclos semelhantes de corte de oferta — e a Bittensor está se aproximando do seu primeiro desde o lançamento em 2021.
A Bittensor, uma rede descentralizada e de código aberto de aprendizado de máquina baseada em “sub-redes” especializadas que incentivam mercados para serviços de IA, deve passar por seu halving inaugural em torno de 14 de dezembro. Nesse ponto, a emissão de seu token nativo, TAO (TAO), cairá de 7.200 para 3.600 unidades por dia.
O analista William Ogden Moore, da Grayscale Research, classificou o evento como “um marco importante na maturação da rede à medida que ela avança em direção ao limite de oferta de 21 milhões de tokens”, igualando o limite fixo do Bitcoin (BTC).
Investidores e participantes de redes de ativos digitais costumam ver uma oferta limitada como um possível catalisador de valor: se a adoção cresce e a demanda aumenta, um modelo de emissão finita pode ser mais atraente do que tokens pré-minerados ou moedas fiduciárias com oferta praticamente ilimitada.
O Cointelegraph reportou sobre a Bittensor em maio durante uma conversa com Chris Miglino, do DNA Fund, cujo fundo de computação em IA tem forte envolvimento no ecossistema do Bittensor.
“A principal coisa em que estamos trabalhando em todo o ecossistema é nosso fundo de computação em IA, no qual estamos profundamente inseridos no ecossistema TAO”, disse Miglino.
Um mergulho nas sub-redes do Bittensor
A Grayscale descreve as sub-redes da Bittensor como uma espécie de “Y Combinator para redes de IA descentralizadas”, já que cada uma funciona como uma startup desenvolvendo um produto ou serviço especializado.
O CoinGecko atualmente lista mais de 100 sub-redes da Bittensor, com uma capitalização de mercado combinada superior a US$ 850 milhões. O site Taostats, que acompanha o ecossistema de forma mais detalhada, mostra 129 sub-redes com uma capitalização total próxima de US$ 3 bilhões.
Em ambos os casos, as avaliações das sub-redes cresceram significativamente desde o lançamento, segundo a Grayscale Research. As maiores incluem Chutes, que fornece computação sem servidor para modelos de IA, e Ridges, uma sub-rede voltada ao desenvolvimento colaborativo de agentes de IA.
A expansão reflete a crescente demanda por infraestrutura de IA descentralizada, à medida que desenvolvedores competem para criar e escalar novos produtos e aplicações baseados em inteligência artificial.
Como Miglino afirmou ao Cointelegraph, a IA descentralizada pode se tornar o caso de uso mais relevante da blockchain desde o Bitcoin, impulsionada justamente por essa demanda crescente.
As sub-redes da Bittensor também estão atraindo capital de risco. A Inference Labs concluiu recentemente uma rodada de US$ 6,3 milhões para apoiar a Subnet 2, um marketplace da Bittensor voltado para verificação de inferência.
Enquanto isso, a xTao, uma desenvolvedora de infraestrutura que cria ferramentas e serviços para o ecossistema Bittensor, começou a ser negociada na TSX Venture Exchange em julho como uma empresa recém-listada.