Resumo da notícia

  • Semana reúne avanços em tokenização, segurança cripto e expansão de stablecoins.

  • RACA, Chiliz, Binance e Mercado Bitcoin lideram as principais novidades do setor.

  • Relatório da Outset PR reforça consolidação da mídia cripto asiática com impacto da IA.

A semana foi marcada por movimentações importantes no mercado cripto, começando pelo lançamento da nova edição do airdrop da RACA inspirado no Tesla Cybertruck, que distribui 15.000 USDT a cinco vencedores e reforça a estratégia gamificada da comunidade Web3.

No setor esportivo, a Chiliz Chain e a Assetera anunciaram uma parceria estratégica para criar ativos tokenizados regulados voltados ao entretenimento global, abrindo caminho para produtos como títulos esportivos digitais e participações em receitas.

No campo regulatório e de segurança, novas análises da Chainalysis e TRM Labs apontaram que o uso ilícito de criptomoedas em exchanges centralizadas atingiu o menor nível da história, com a Binance registrando apenas 0,007% de exposição — mais de 2,5 vezes melhor que a média do mercado.

Enquanto isso, o ecossistema de mídia cripto da Ásia passa por forte consolidação, segundo o relatório da Outset PR, que destaca o domínio de Coreia do Sul e Japão, a relevância crescente da descoberta por IA e a estabilização da audiência em veículos especializados.

No Brasil, o Mercado Bitcoin listou o AUSD, stablecoin institucional da Agora 100% lastreada em dólares e operante em 15 blockchains, reforçando a liderança do país no uso de stablecoins.

O mercado imobiliário tokenizado também avançou com força: a Nimber Capital, em parceria com a Finscale, captou quase R$ 2 milhões em seu novo modelo de investimentos fracionados, confirmando o crescimento da tokenização no país.

RACA Tesla Cybertruck

A RACA lançou a nova edição de seu airdrop temático do Tesla Cybertruck, como parte da Season 23, oferecendo 15.000 USDT para cinco participantes selecionados. A campanha reforça a estratégia da comunidade de conectar cultura pop, estética futurista e recompensas cripto, mantendo alto engajamento entre jogadores e holders do ecossistema. O airdrop utiliza a identidade visual característica do projeto, centrada em elementos de corrida, tecnologia e metaverso.

A ação ocorre em um momento em que a RACA busca ampliar sua presença no mercado global, combinando marketing gamificado, NFTs, metaverso e recompensas em USDT. O formato de temporada estimula a participação recorrente e incentiva usuários a permanecerem ativos dentro do ecossistema, reforçando a mecânica de fidelidade construída ao longo dos últimos anos. O apelo do Cybertruck fortalece a conexão com comunidades que se identificam com o universo tecnológico de Elon Musk.

A campanha também se alinha à tendência crescente de airdrops temáticos no setor Web3, que unificam entretenimento digital e incentivos financeiros. Com recompensas diretas e temática de alto impacto, a RACA mantém sua estratégia de atrair usuários por meio de engajamento visual e recompensas instantâneas. A ação reafirma o posicionamento da marca como uma das mais ativas em mecânicas gamificadas na indústria cripto.

Chiliz Chain e Assetera

A Chiliz Chain e a Assetera anunciaram uma aliança estratégica para desenvolver a nova geração de ativos de esportes e entretenimento baseados em blockchain. A parceria integra a infraestrutura esportiva da Chiliz — líder global no setor — com a plataforma regulada de negociação de RWAs da Assetera, licenciada na União Europeia. O objetivo é criar produtos financeiros estruturados, como títulos esportivos tokenizados, participações em receitas e instrumentos lastreados em propriedade intelectual.

A iniciativa pretende expandir o uso de RWAs em um dos setores mais valiosos do mundo, aproximando clubes, marcas esportivas e torcedores de oportunidades de investimento antes restritas a instituições. A Assetera destaca que a convergência entre finanças reguladas e engajamento esportivo abre espaço para modelos inovadores, como notas de receita lastreadas em direitos de TV e carteiras diversificadas vinculadas ao desempenho de clubes. A Chiliz, por sua vez, vê a iniciativa como evolução além dos fan tokens tradicionais.

Combinando tecnologia blockchain, compliance europeu e uma rede global de distribuição, as empresas esperam criar produtos que unam segurança, liquidez e acesso democratizado. As primeiras ofertas devem ser anunciadas nos próximos meses, preparando o terreno para uma nova classe de investimentos esportivos tokenizados. A parceria marca um passo importante rumo à institucionalização da tokenização no esporte e amplia o alcance global da Chiliz.

Binance reduz exposição ilícita

Uma análise da Chainalysis e da TRM Labs mostra que o uso ilícito de criptomoedas em exchanges centralizadas caiu ao menor nível já registrado, ficando entre 0,018% e 0,023% nas maiores plataformas globais. A Binance se destacou ao registrar apenas 0,007% de exposição direta a fundos ilícitos em junho de 2025, índice mais de 2,5 vezes inferior ao restante do mercado. Os dados também mostram que, entre 2023 e 2025, a empresa reduziu entre 96% e 98% essa exposição, mesmo operando o maior volume do setor.

A métrica de “exposição direta” representa o percentual das transações de uma exchange conectadas a carteiras comprovadamente ilícitas. Apesar de narrativas que associam cripto a crimes financeiros, organismos internacionais como NASDAQ, ONU e FMI reforçam que o sistema financeiro tradicional movimenta trilhões de dólares ilícitos por ano — proporção muito maior que o registrado no universo digital. A transparência da blockchain e o avanço das ferramentas de análise têm aumentado a capacidade de monitoramento no ecossistema cripto.

Mídia cripto passa por consolidação

O novo relatório da Outset PR mostra que a mídia cripto na Ásia vive uma fase de consolidação marcada por forte fidelidade do público e avanço das ferramentas de descoberta por IA. Coreia do Sul e Japão seguem como centros dominantes, concentrando mais de 70% do tráfego, enquanto Indonésia, Vietnã e Tailândia fortalecem seus ecossistemas por meio de plataformas comunitárias e conteúdo localizado. O estudo analisou 171 veículos e revela que a audiência das mídias especializadas permanece estável, mesmo com queda nos portais tradicionais de finanças.

A pesquisa indica uma divisão estrutural entre modelos baseados em fidelidade e modelos dependentes de SEO. Exchanges e influenciadores locais impulsionam conteúdos em X e YouTube, enquanto ferramentas de IA já representam até 17% das referências em alguns sites. Editores afirmam que o tráfego do Google apresenta instabilidade, o que força adaptação rápida na forma como veículos estruturam conteúdo e metadados. A credibilidade se tornou o principal diferencial editorial, especialmente em mercados mais regulados como Japão e Coreia.

O relatório também classifica os dez maiores veículos da região, destacando CoinReaders, CoinPost, 528BTC e Jinse.cn entre os líderes em engajamento e visibilidade. A Outset PR conclui que a região está entrando em uma fase mais profissionalizada, com ênfase em governança, ética e profundidade editorial.

Mercado Bitcoin lista AUSD

O Mercado Bitcoin anunciou a listagem do AUSD, uma stablecoin desenvolvida pela Agora e 100% lastreada em dólares mantidos em ativos seguros, como títulos do Tesouro americano e acordos de recompra. Com mais de US$ 200 milhões de capitalização, o AUSD opera em 15 blockchains, incluindo Ethereum, Solana e Polygon, seguindo o padrão ERC-20 e garantindo alta compatibilidade e segurança em transações. A chegada do ativo ao MB reflete a crescente preferência dos brasileiros por stablecoins totalmente reservadas.

Segundo Fabricio Tota, VP de Cripto Affairs do Mercado Bitcoin, mais de 90% dos fluxos de criptoativos do país envolvem stablecoins, o que reforça a demanda por moedas digitais confiáveis. A Agora fortaleceu essa posição ao captar US$ 50 milhões em rodada Série A liderada pela Paradigm, confirmando a confiança institucional no projeto. O AUSD se diferencia por seu modelo neutro, institucional e por compartilhar grande parte de sua receita com empresas parceiras.

Tokenização imobiliária avança no Brasil

A tokenização imobiliária deixou de ser promessa e se tornou uma tendência consolidada no setor financeiro brasileiro, democratizando o acesso a imóveis de alto valor ao transformá-los em frações digitais negociáveis. Essa tecnologia, baseada em blockchain, amplia a transparência, reduz barreiras e permite que pequenos investidores participem de empreendimentos antes restritos a grandes grupos. Nesse cenário, o projeto da Nimber Capital, desenvolvido com apoio da Finscale, tornou-se um dos exemplos mais emblemáticos do avanço desse mercado.

A Nimber estruturou uma plataforma própria para oferta de imóveis tokenizados, já captou quase R$ 2 milhões e planeja chegar a dez propriedades até o fim de 2025. Os investimentos começam em R$ 23 mil, com processo 100% digital regido pela Resolução 88 da CVM, combinando análise criteriosa, compliance e tecnologia blockchain. A Finscale foi responsável por desenhar todo o modelo de fintechzação da companhia, garantindo segurança regulatória e escalabilidade operacional.

O movimento se alinha a uma tendência global: a tokenização imobiliária pode atingir US$ 4 trilhões até 2035, segundo projeções da ABECIP. Países como EUA e Espanha já operam plataformas maduras, enquanto o Brasil avança com melhorias regulatórias, o DREX e a adoção crescente de blockchain. Apesar de desafios estruturais, casos como o da Nimber mostram que governança, transparência e tecnologia formam a base dessa transformação que já redefine o mercado de real estate no país.