O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), declarou que estuda pedir a pedir prisão preventiva dos sócios da 123 Milhas, empresa que tem sido acusada de lesar milhares de clientes em todo o Brasil depois que suspendeu a emissão de bilhetes de pacotes e viagens comprados em seu site.
Ribeiro também anunciou que já requereu à Justiça a condução coercitiva dos sócios da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, e de toda a diretoria da empresa para prestarem esclarecimentos no dia 6 de setembro, às 10h.
O Deputado destacou que se mesmo com o pedido de condução coercitiva os convocados faltem à CPI, ele deve adotar outras medidas como o pedido de prisão preventiva dos sócios.
Reconvocados para esta quarta-feira (30), os irmãos Ramiro e Augusto enviaram novamente ofício por meio do advogado alegando que não poderiam comparecer à CPI por ter reunião agendada no mesmo horário no Ministério do Turismo.
No entanto, eles já haviam faltado na terça-feira (29). A defesa acrescentou que uma nova data poderá ser agendada a partir de 4 de setembro, com o compromisso de comparecimento dos empresários.
Além dos sócios da empresa, a CPI também aprovou a convocação de oito testemunhas relacionadas à investigação como a sócia da empresa Cristiane Soares Madureira do Nascimento; o gerente de prevenção a fraudes, Roger Duarte Costa; e os sócios de duas empresas relacionadas – Tânia Silva Santos Madureira, da HotMilhas; e Max Gaudereto Oliveira, da MaxMilhas.
Ronaldinho
Além dos sócios da 123 Milhas a CPI tem tentado, sem sucesso, ouvir o jogador Ronaldinho Gaúcho que é apontado como um dos sócios da empresa 18k Ronaldinho, acusada de ser um golpe financeiro que teria lesado milhares de pessoas no país com a promessa de rendimentos com Bitcoin.
Convocado pela CPI, Ronaldinho já faltou duas vezes e nesta quinta-feira (31), a CPI marcou novamente reunião para ouvir o ex-jogador. Caso ele falte novamente, a CPI deve requisitar a condução coercitiva.
De acordo com o deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que solicitou a convocação do jogador, a empresa afirmava estar envolvida em atividades de trading e arbitragem de criptomoedas, prometendo retornos de até 2% por dia aos seus clientes. Essa promessa, supostamente baseada em operações com Bitcoin e moedas digitais, levantou preocupações e questionamentos sobre a sua legitimidade.
Desde 2020 a empresa suspendeu suas operações e deixou de pagar milhares de investidores que acreditam nas propostas da empresa. Ronaldinho Gaúcho alega que teve sua imagem indevidamente utilizada e também afirma ter sido prejudicado pelo ocorrido.
No entanto, o deputado Silva relembra que, no ano de 2020, o ex-jogador se tornou réu em uma ação que visa a obtenção de R$ 300 milhões de indenização devido a prejuízos causados a investidores.
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