A exchange, cujo CEO já dissuadiu os funcionários de expressarem opiniões políticas, começou sua oferta pública inicial com uma mensagem oculta no blockchain sobre o pacote de estímulo do presidente dos EUA Joe Biden.

De acordo com a Coinbase, a exchange fez com que o pool de mineração F2Pool incorporasse o título de um artigo do New York Times na blockchain do Bitcoin (BTC) às 14h05 UTC de hoje. A mensagem no bloco 679.187 refere-se ao Congresso dos EUA aprovando o American Rescue Plan Act de 2021 em 10 de março - um projeto de lei que reservou US$ 1,9 trilhão para medidas destinadas a conter o impacto econômico da pandemia.

Ao postar a mensagem no dia em que suas ações COIN foram abertas na Nasdaq, a Coinbase disse que estava prestando uma homenagem ao criador do Bitcoin. Satoshi Nakamoto embutiu no bloco de gênese do BTC extraído em 3 de janeiro de 2009, o título “ Chanceler à beira do segundo resgate para bancos ”, respectivo a publicação The London Times durante a crise financeira iniciada em 2008.

Embora Satoshi tenha iniciado a tendência, outros mineradores de criptomoedas já usaram mensagens ocultas para marcar eventos notáveis ​​na história do Bitcoin. Imediatamente antes do terceiro halving do BTC, em maio de 2020, F2Pool incluiu uma mensagem no blockchain Bitcoin contendo o título de um artigo do New York Times comparando a crise financeira causada pelo COVID-19 com a situação em 2008. Um minerador desconhecido também incorporou um verso da Bíblia em uma transação no bloco número 666.666 do blockchain - o número 666 é bem conhecido por sua conotação religiosa.

Os legisladores dos EUA votaram no Plano de Resgate Americano quase que inteiramente segundo as linhas partidárias, com o projeto de lei não recebendo apoio republicano na Câmara ou no Senado. No entanto, a a adição da mensagem respectiva aparentemente iria contra a posição do CEO Brian Armstrong sobre a expressão de opiniões políticas de seus funcionários.

Em setembro passado, Armstrong escreveu uma postagem no blog alegando que a missão da Coinbase não incluía a defesa "por quaisquer causas ou candidatos internos que não estejam relacionados à nossa missão porque é uma distração de nossa missão."

“Não debateremos causas ou candidatos políticos internos que não tenham relação com o trabalho”, disse Armstrong na época. Ele acrescentou que os funcionários da Coinbase não devem "esperar que a empresa represente crenças pessoais externamente" e que a exchange deve ser "focada em cumprir sua missão".

Sessenta funcionários da Coinbase, ou cerca de 5% de sua equipe na época, supostamente deixaram a empresa após o anúncio do CEO. Armstrong afirmou mais tarde que uma “maioria silenciosa” de funcionários ficou do lado dele em manter a política fora da Coinbase, mas alguns dos que permaneceram alegaram que a empresa está sufocando sua liberdade de expressão.

Embora não haja um direito constitucional de liberdade de expressão nas empresas privadas, o assunto tem sido intensamente debatido. Instituições como Coca-Cola, Delta Air Lines, Major League Baseball e outras se manifestaram contra uma lei da Geórgia que muitos defensores dos direitos civis dizem que visa a supressão de eleitores. Em uma entrevista no Squawk Box da CNBC sobre política na Coinbase hoje, Armstrong disse que as empresas "com grandes intenções às vezes podem acabar criando divisões e ambientes hostis internamente ao se envolverem em algumas dessas questões".

A mensagem embutida na blockchain do BTC hoje não pare provocar o mesmo nível de indignação que o tweet do CEO causou em outubro. Naquela ocasião, durante o horário comercial normal, Armstrong enviou o link de um artigo sobre o filho do então candidato Joe Biden para seus mais de 500.000 seguidores no Twitter

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