O banco de investimentos Citi e a SIX Digital Exchange (SDX), da Suíça, estão unindo forças para modernizar os mercados privados tradicionais por meio da tokenização.
A iniciativa, revelada durante o Point Zero Forum na Suíça, utilizará a plataforma de Depósito Central de Valores Mobiliários (CSD) baseada em blockchain da SDX para tokenizar, liquidar e custodiar ativos, segundo anúncio feito em 6 de maio.
A plataforma, cuja previsão de lançamento é até o terceiro trimestre de 2025, tornará ações em estágio avançado e pré-oferta pública inicial (pré-IPO) acessíveis a investidores institucionais e qualificados em todo o mundo.
O projeto oferece aos emissores uma estrutura escalável e em conformidade regulatória para gerenciar liquidez — especialmente para os primeiros investidores e funcionários — enquanto mantém o controle sobre a composição acionária. Para os investidores, proporciona acesso a empresas de alto crescimento, apoiadas por capital de risco, de forma mais eficiente e transparente.
“Estamos entusiasmados em receber o Citi na plataforma da SDX e, juntos, entregar este projeto emblemático na tokenização de ações privadas”, disse David Newns, chefe da SDX.
Newns acrescentou que isso “permitirá a distribuição eficiente de ações de empresas privadas internacionais maduras, que devem gerar forte interesse dos investidores”.
Citi oferecerá serviços para ativos tokenizados
O Citi prestará serviços completos para esses ativos tokenizados, atuando como custodiante digital e agente de tokenização. “Estamos atendendo à demanda dos clientes por acesso a ecossistemas e investimentos digitais emergentes e relevantes”, acrescentou Ryan Marsh, chefe de inovação e parcerias estratégicas para serviços a investidores e emissores no Citi.
Marni McManus, diretora do Citi na Suíça, afirmou que os mercados privados representam uma oportunidade significativa e crescente, ajudando a digitalizar um setor ainda dependente de processos manuais e documentação em papel.
O Citi foi uma das primeiras grandes instituições financeiras a demonstrar forte confiança no futuro da tokenização, chegando a apostar que ela se tornaria o próximo “caso de uso revolucionário” das criptomoedas.
Em setembro de 2023, o Citigroup lançou o Citi Token Services, uma blockchain privada e permissionada que oferece soluções de pagamentos transfronteiriços, liquidez e financiamento comercial automatizado para clientes institucionais.
No início de 2024, o Citigroup se uniu à Ava Labs, a outras instituições financeiras tradicionais e empresas de ativos digitais para concluir uma prova de conceito voltada à tokenização de fundos de private equity.
Tokenização de ativos do mundo real ganha força
A nova iniciativa do Citi e da SDX surge em meio a uma nova onda de interesse pela tokenização de ativos do mundo real (RWA), com grandes nomes das finanças tradicionais e do setor cripto ganhando destaque na última semana.
Em 30 de abril, a BlackRock entrou com um pedido para criar uma classe de ações baseada em blockchain para seu fundo Treasury Trust Fund de US$ 150 bilhões, permitindo que um livro-razão digital reflita a titularidade dos investidores. No mesmo dia, a Libre revelou planos de tokenizar US$ 500 milhões em dívidas do Telegram por meio de seu novo Telegram Bond Fund.
A notícia mais significativa veio de Dubai, onde o assinou um acordo de tokenização de US$ 3 bilhões com a empresa imobiliária MAG, dos Emirados Árabes Unidos, e a fornecedora de blockchain Mavryk.
“O recente avanço não é aleatório. Está acontecendo porque tudo está se alinhando”, disse Eric Piscini, CEO da Hashgraph, ao Cointelegraph:
“As regras estão ficando mais claras nos principais mercados. A tecnologia está mais forte, mais rápida e pronta para escalar. E os grandes players estão realmente fazendo — a BlackRock está tokenizando fundos, o Citi está explorando custódia de ativos digitais, e a Franklin Templeton já tokenizou fundos do mercado monetário em blockchains públicas.”