A China não está declarando guerra ao dinheiro vivo ao introduzir sua própria moeda digital, disse uma autoridade do banco central.

Como a Reuters informou em 12 de novembro, citando Mu Changchun, chefe do instituto de pesquisa em moeda digital do Banco Popular da China (PBoC), Pequim ainda pretende que a nova moeda complemente o yuan em papel.

PBoC “conhece” o público que quer notas e moedas

Mu falava em uma conferência em Singapura, enquanto a especulação girava de que a moeda digital poderia aparecer dentro dos próximos três meses. A China seria um dos primeiros países do mundo a emitir uma moeda digital doméstica, junto com a Tunísia.

"Sabemos que a demanda do público em geral é manter o anonimato usando papel-moeda e moedas... daremos às pessoas que exigem anonimato em suas transações o que elas querem", explicou Mu. Ele continuou:

"Mas, ao mesmo tempo, manteremos o equilíbrio entre o 'anonimato controlável' e a lavagem de dinheiro, o CTF (financiamento contra o terrorismo) e também questões tributárias, jogatina online e quaisquer atividades criminais eletrônicas. Esse é um equilíbrio que precisamos manter e esse é nosso objetivo.”

Não há guerra ao dinheiro vivo?

A China já emprega rigoroso monitoramento da esfera financeira. O uso de operadoras populares de pagamento móvel, como o WeChat Pay e a Alipay, exige extensas informações pessoais e, até recentemente, estava disponível apenas para aqueles com uma conta bancária chinesa.

Os comentários de Mu baseiam-se em movimentos anteriores do PBoC para proteger o dinheiro. Em julho, o banco anunciou uma repressão aos comerciantes que se recusam a aceitar dinheiro em papel.

No entanto, Mu parecia interessado em afirmar que a moeda digital não implicava maior controle dos dados do usuário, apesar da facilidade de agregação desses dados nas transações digitais.

"Não estamos buscando o controle total das informações do público em geral", acrescentou.

Outras tentativas de digitalizar transações anteriormente baseadas em dinheiro receberam muitas críticas. Na Índia, onde o governo tenta inversamente limitar o uso de dinheiro desde 2016, os espectadores emitiram um alarme deram um alerta para um esquema para vincular transações digitais de substituição às identidades reais dos consumidores.