Os executivos de ativos digitais do Itaú, Guto Antunes e Jayme Chataque do banco Santander, apontaram durante o painel "Drex em 2025: Uma Nova Era em Construção", realizado no Criptorama, que os desafios para implementação do Drex vão muito além das questões relacionadas a privacidade, aponta pelo BC como um ponto chave para ser resolvido na segunda fase dos testes.
Guto Antunes, Head no Itaú Digital Assets, abordou um ponto essencial para o sucesso do projeto: a adaptação à nova geração de consumidores.
“Tudo o que estamos discutindo aqui é que estamos no meio de uma geração que já está totalmente digitalizada, e isso muda a dinâmica de consumo. A principalidade, como era conhecida, deixou de ser a relação com o gerente ou agência bancária. Hoje, um cliente da nova geração vê a experiência de mercado cripto como algo simples, que pode ser acessado em apenas três cliques”, afirmou Antunes.
Ele destacou também que o principal desafio está em como adaptar as estruturas legadas, que existem há décadas, à velocidade e aos hábitos da nova geração.
"Isso envolve não apenas a transição digital, mas também a necessidade de transformar a tokenização em uma experiência simples, fluida e invisível para o cliente, algo que já acontece com serviços como Netflix e Spotify", afirmou.
Do outro lado, Jayme Chataque, responsável pela Unidade de Negócios de Ativos Digitais e Blockchain no Santander Brasil, também destacou a complexidade da integração do Drex aos sistemas legados existentes. Para ele, o sucesso da implementação do Drex depende da capacidade de integrar as novas tecnologias com os sistemas bancários tradicionais.
“Ainda estamos no início dessa integração, mas esse será o ponto crucial para que o Drex se torne realmente escalável e sustentável”, explicou Chataque.
Segundo ele, a transição de um sistema centralizado e tradicional para um sistema baseado em blockchain não é uma tarefa simples. Além de questões tecnológicas, as mudanças envolvem processos organizacionais profundamente enraizados, que exigem tempo e ajustes para que a nova moeda digital seja de fato integrada às operações financeiras do dia a dia.
Regulação e Tokenização
Outro ponto mencionado por Antunes foi a regulação da tokenização, algo que ainda gera bastante debate. No Itaú, segundo ele, há uma visão de que o token é a própria representação digital de um ativo. A grande questão é como a regulação se encaixa nesse modelo e como ela pode garantir a segurança e a viabilidade do sistema sem engessar a inovação.
“A regulação é necessária, mas como ela será aplicada ao conceito de tokenização é uma questão que ainda precisa ser debatida mais profundamente”, explicou Antunes.
Antunes apontou que a ideia de criar um sistema robusto, mas ao mesmo tempo flexível o suficiente para adaptar a tokenização à vida financeira das pessoas, está longe de ser um desafio resolvido. A falta de clareza regulatória e a complexidade técnica da tokenização são pontos críticos para a plena adoção do Drex no futuro.