O Real Digital, a CBDC do Brasil, nem foi lançada ainda e já ganhou seu primeiro 'fork' já que, segundo informações do Valor, a BBChain, um empresa que integra a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), anunciou uma plataforma para abrigar os excluídos pelo Banco Central dos testes iniciais do Real Digital.

A iniciativa, que ganhou o nome de BlockchainLab Sandbox RD, segue as mesmas diretrizes do BC, e irá permitir a simulação de transações de DvP, por meio de contratos inteligentes, usando o Hyperledger Besu, mesmo sistema adotado pelo BC nesta fase incial de testes.

No entanto, ao contrário do ambiente de teste do Banco Central, a plataforma da BBChain, não contará com um título do tesouro tokenizado e com o sistema de depósito/stablecoins do Real Digital.

Ao Valor, André Carneiro, CEO da BBChain, destaca que  esse sandbox já vem 'pré-configurado' e é livre para as empresas desenvolverem seus casos de uso.

“A empresa pode desenvolver o seu próprio caso de uso, utilizar para evoluir em suas provas de conceitos, pilotos de outros produtos e serviços, estando ou não selecionada para o piloto do real digital”, disse.

Real Digital

Falando recentemente sobre o Real Digital, Orli Machado, CEO da C&M Software, destacou que a CBDC chega para modernizar o sistema financeiro e consolidar a digitalização da economia brasileira. Open Finance e PIX foram os precursores para a digitalização e abriram caminho para o Real Digital, que terá uma vertente diferente de tudo que existe no mercado atual.

O Real Digital será a versão virtual da moeda física, podendo ser utilizada para realizar transações comerciais, pagamentos, transferências e remessas, entre outras operações financeiras. Além disso, especula-se que o Real Digital possa ser integrado a uma plataforma de blockchain, proporcionando maior rastreabilidade e segurança nas transações.

Em contraste com as criptomoedas descentralizadas como Bitcoin, que operam em redes blockchain públicas, o Real Digital será controlado e regulamentado por uma rede dirigida pelo Banco Central.

Quanto ao impacto do Real Digital na sociedade brasileira, Machado prevê que a mudança será substancial.

"Tradicionalmente, a sociedade brasileira esteve muito conectada com 'pagamentos físicos'. Dinheiro em espécie, cartões de crédito e de débito sempre fizeram parte das compras e do dia a dia do cidadão no país, mas o movimento de digitalização que atingiu o mundo como um todo tem mudado não somente o modo como o brasileiro consome, mas também como paga suas contas e realiza suas atividades financeiras."

O Real Digital também traz inúmeros benefícios, como a redução do uso do dinheiro em papel, inibição de crimes como a lavagem de dinheiro, e o estímulo à concorrência no ambiente digital.

"A chegada do Real Digital pode trazer inúmeros benefícios para a sociedade brasileira", afirma Machado.

Finalmente, Machado ressalta que apenas o futuro poderá validar as projeções do Banco Central para o Real Digital. No entanto, ele é otimista, citando o crescimento recente do uso de aplicativos bancários, a ascensão meteórica do Pix e a crescente conscientização dos cidadãos sobre a modernização dos processos como sinais positivos para a adoção do Real Digital.

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