O mercado de Bitcoin vive um momento de tensão e expectativa devido ao crescente choque de oferta causado pela demanda institucional e pelo aumento das compras via ETFs, segundo análise de Felipe Escudero, criador do canal Bitnada e que acertou em cheio a recente alta de 290% da GRASS.

Logo que o projeto de DePin Grass foi anunciado, ainda sem data para o airdrop de seu token nativo, Escudeiro indicou que o ativo era promissor devido à criação de uma rede descentralizada para compartilhamento de internet. Meses depois, os usuários que participaram da rede Grass receberam o airdrop do token que foi listado inicialmente a US$ 0,8 e bateu o valor de US$ 3,45.

Em uma avaliação recente, publicada na Carta Modular, Escudero destacou o impacto de movimentações recentes  no BTC e alertou sobre a crescente escassez de Bitcoins disponíveis no mercado. De acordo com Escudero, apenas em 14 de outubro, ETFs americanos adquiriram 8.551 Bitcoins, o equivalente a 19 dias de produção diária da criptomoeda.

“Estamos falando de 555,8 milhões de dólares que foram enviados diretamente para as gestoras. É impressionante como esse volume representa uma fatia significativa da oferta minerada”, afirma o analista.

Atualmente, os ETFs nos Estados Unidos detêm quase 1 milhão de Bitcoins, cerca de 5% da oferta circulante. Essa concentração é agravada por empresas como a MicroStrategy, que em 2024 adicionou mais 63 mil Bitcoins ao seu portfólio.

A MicroStrategy possui hoje 16,7 bilhões de dólares em Bitcoin, e isso ilustra como empresas públicas estão retirando grandes volumes de circulação”, destaca Escudero.

A Escassez é Real

Outro ponto abordado foi a quantidade de Bitcoins inativos, que podem estar perdidos para sempre. Um relatório da Bitwise estima que 17,6% de toda a oferta circulante, equivalente a 3,7 milhões de Bitcoins, esteja inativa.

“Não temos como provar que estão perdidos, mas é uma pulga atrás da orelha que reduz ainda mais a oferta disponível para negociações”, observa o especialista.

Além disso, Escudero menciona os primeiros Bitcoins minerados, atribuídos a Satoshi Nakamoto, que totalizam cerca de 1 milhão de unidades. “É um presente à rede, mas também reduz drasticamente a oferta ativa”, completa.

Escudero também chama atenção para a expansão da oferta monetária global, que impulsiona a busca por ativos de proteção como o Bitcoin. “Os Estados Unidos voltaram a ligar as impressoras no talo, e hoje o M2 americano já ultrapassa 21,7 trilhões de dólares. Quando olhamos para os quatro maiores bancos centrais, o número chega a 89,6 trilhões”, alerta.

Esse cenário, segundo Escudero, reforça o papel do Bitcoin como um ativo de proteção contra a inflação e a desvalorização das moedas fiduciárias. “Ter Bitcoin não é sobre valorização ou lucro, é sobre proteger o patrimônio em tempos de incerteza econômica”, argumenta.

Uma demanda explosiva pode estar à vista

Apesar das altas compras institucionais, a procura por Bitcoin entre investidores de varejo está em baixa, com buscas no Google atingindo os níveis mais baixos dos últimos anos. Para Escudero, esse fator pode ser um ponto de virada. “Imagine quando a demanda atingir níveis de 2017 ou 2021, com o varejo insano pelo mercado cripto. O preço pode explodir com uma oferta tão limitada”, projeta.

Felipe Escudero finaliza sua análise com um conselho direto:

“Fique atento. Encarteire sua cripto. Torça para ainda ter tempo de comprar enquanto é possível”.

Para ele, a combinação de escassez, choque de oferta e incertezas econômicas torna o Bitcoin um ativo essencial para proteção financeira. Com as movimentações atuais, o futuro da criptomoeda parece promissor, mas a mensagem do especialista é clara: o tempo está correndo.