Principais pontos
Banco Central reafirma que o Drex não abandonou a blockchain.
Projeto enfrenta desafios técnicos e de privacidade, mas avança.
Objetivo é criar um ecossistema digital estável e inclusivo.
O Banco Central do Brasil reafirmou nesta semana que o Drex, a moeda digital nacional, não abandonou a tecnologia blockchain, mesmo com mudanças recentes no piloto do projeto.
A declaração foi feita pelo coordenador da iniciativa, Fábio Araújo, durante o evento Meridian 2025, organizado pela Stellar Development Foundation.
Araújo reconheceu que o projeto enfrenta desafios técnicos, principalmente relacionado a privacidade, mas destacou que a colaboração com o setor privado tem impulsionado os avanços.
Segundo ele, o mercado está “bastante animado com a tokenização de ativos do mundo real”, e há expectativa de grandes progressos nos próximos meses.
O coordenador ressaltou que o Drex busca ampliar o acesso da população a serviços financeiros, aprofundando os resultados conquistados com o Pix. Ele lembrou que milhões de brasileiros entraram recentemente no sistema bancário e que agora o desafio é oferecer soluções mais acessíveis e baratas.
Planos do Banco Central para o Drex
Segundo o Banco Central, a visão de longo prazo para o Drex é construir um ecossistema digital estável, no qual a moeda emitida pela autoridade monetária garanta segurança ao sistema, enquanto o dinheiro digital privado ofereça ferramentas para novas soluções financeiras.
Nesse modelo, instituições poderiam desenvolver serviços inovadores apoiados em uma infraestrutura sólida e supervisionada. O objetivo é combinar confiança institucional com a capacidade de inovação do setor privado, criando um ambiente competitivo e inclusivo.
Apesar de a terceira fase do piloto não utilizar blockchain, Araújo assegurou que isso não significa o abandono da tecnologia. Ele lembrou que o Banco Central participa ativamente de laboratórios internacionais de tokenização de moedas digitais com outros bancos centrais.
Segundo o coordenador, o foco está em testar diferentes formas de usar DLTs para garantir eficiência, privacidade e escalabilidade.
“Não existe como dissociar a tokenização de DLTs”, afirmou, lembrando que a tecnologia blockchain segue como base para os experimentos.
Araújo explicou que a decisão de não usar blockchain em uma fase específica do piloto foi motivada por questões de escala e privacidade. Como havia uma demanda da diretoria do BC para entregar resultados no curto prazo, concluiu-se que seria mais seguro avançar sem essa camada tecnológica, evitando riscos de fragmentação ou vulnerabilidades.
Ainda assim, ele reforçou que o Drex continua sendo um projeto estratégico para o Banco Central e que a integração da blockchain deve seguir em fases futuras, alinhada às necessidades da economia digital brasileira.