A gestora independente Buena Vista Capital e a Hashdex, anunciaram nesta terça (24), o lançamento do GBTC11, novo ETF que combina ouro e Bitcoin como alternativa de proteção patrimonial para cenários econômicos instáveis.
Com alocação ajustada conforme o risco de mercado, o fundo será listado na B3 no dia 29 de julho e busca atender investidores que desejam se proteger de choques cambiais, inflação e volatilidade dos ativos tradicionais.
A estratégia do fundo replica o índice “FTSE Bitcoin and Gold Risk Weighted”, calculado pela FTSE, que ajusta os pesos dos ativos trimestralmente conforme a oscilação de preços.
Dessa forma, o GBTC11 aumenta a exposição ao ouro em momentos de maior oscilação no universo cripto, e vice-versa, buscando uma composição equilibrada entre ativos com baixa correlação e vocação como reserva de valor.
“Em um cenário de incertezas, o GBTC11 oferece uma resposta sofisticada para o investidor. Ao combinar a exposição a dois ativos – um reconhecido pela sua resiliência em ciclos econômicos adversos e outro emergente, o Bitcoin, que tem apresentado grande crescimento e aceitação global –, entregamos uma ferramenta robusta não só para a preservação de patrimônio, mas também com potencial de apreciação”, afirma Henry Oyama, Diretor de Estratégias de Investimento da Hashdex.
Com gestão passiva e rebalanceamento automático, o ETF GBTC11 terá taxa de administração de 0,98% ao ano. A oferta do produto será coordenada pelo Itaú BBA e pela Genial Institucional, a partir de 24 de junho. O valor estimado da cota no lançamento é de aproximadamente R$ 30.
“Nossa proposta com o GBTC11 foi transformar uma tese consagrada entre investidores institucionais globais em uma alternativa acessível ao investidor local. Trata-se de um produto que traduz, com simplicidade e disciplina, uma estratégia sofisticada de diversificação e preservação de valor”, complementa Renato Nobile, Gestor da Buena Vista Capital.
ETF trazem mais liquidez para o mercado
Os ETFs, como este novo lançamento da Hashdex, ajudam a trazer mais liquidez para o mercado e nos mercados financeiros, a liquidez é frequentemente tratada como uma variável secundária – um derivado da ação do preço, do sentimento do investidor ou das condições macroeconômicas. Em criptomoedas, ocorre o oposto. A liquidez não é o eco; é o sinal.
À medida que a classe de ativos amadurece e a adoção institucional se aprofunda, a liquidez está se tornando um barômetro da saúde do mercado, do apetite ao risco e até mesmo de pontos de inflexão macroeconômicos. Não se trata mais apenas de quem está negociando — trata-se de por que o capital está se movimentando, onde o risco está sendo precificado e como o próximo ciclo de mercado pode se desenrolar.
De acordo com Dovile Silenskyte, Diretor de Pesquisa de Ativos Digitais, WisdomTree, a dinâmica da liquidez das criptomoedas costuma ser mais precisa, transparente e, sem dúvida, mais preditiva do que a dos mercados tradicionais. Elas reagem mais rapidamente, oferecendo sinais antecipados de entradas e saídas de capital.
Duas métricas principais ancoram esse cenário de liquidez:
Profundidade do mercado — quanto capital é necessário para movimentar o preço.
Custo de execução — slippage e spreads de compra e venda, especialmente em negociações maiores.
Excluindo tokens encapsulados e derivativos. Somente para corretoras centralizadas. O desempenho histórico não é indicativo de desempenho futuro e qualquer investimento pode perder valor.
O Bitcoin lidera o ranking de liquidez e obtém as maiores pontuações em métricas de profundidade e volume:
Profundidade de 0,1%: pode absorver um fluxo significativo de pedidos com impacto mínimo no preço.
Profundidade de 1%: oferece excelente execução e baixo deslizamento em grandes negociações.
Volume: indica atividade de negociação forte e consistente.
Silenskyte também destaca que a liquidez das criptomoedas é reflexiva. A liquidez melhorada comprime a volatilidade, atrai alocadores institucionais e impulsiona o volume — um volante que impulsiona as altas. Mas a mesma dinâmica funciona ao contrário, exacerbando as quedas e o pânico.
“Considere o final de 2022. Após a FTX, a liquidez do bitcoin despencou — a profundidade à vista nas principais corretoras caiu mais de 50%, atingindo níveis não vistos desde 2018. Isso não foi apenas um sintoma da queda dos preços. Foi um indicador importante da fuga de capitais e da desconfiança das contrapartes”, disse.
Segundo ele, avançando para 2024, o lançamento nos EUA de produtos negociados em bolsa (ETPs) de Bitcoin à vista mudou o jogo. Os fluxos de entrada impulsionaram não apenas os volumes, mas também a carteira de ações mais profunda, spreads mais estreitos e uma qualidade de mercado estruturalmente melhorada. Não se tratava apenas de instituições se recuperando, mas sim de uma significativa aplicação de capital, visível em tempo real através da lente da liquidez.
Liquidez e ETFs
Os ETPs são agora essenciais para a equação de liquidez das criptomoedas. Não são apenas produtos, são infraestrutura. Cada entrada em um ETP de criptomoedas se traduz diretamente em fluxos de mercado subjacentes: aprofundando os livros, reduzindo spreads e diminuindo o atrito para todos os outros.
“É aqui que a liquidez revela todo o seu poder analítico. Ela fornece insights granulares e em tempo real sobre o posicionamento de capital e as mudanças comportamentais que os mercados tradicionais têm dificuldade em captar.Ela nos diz:Quais locais estão ganhando confiança por meio da qualidade de execução consistente.Quanto capital ainda está parado em comparação com o que está ativamente em ação.Para onde o capital pode girar em seguida, usando indicadores como spreads de liquidez Ether/bitcoin (ETH/BTC) para sinalizar movimentos de risco/aversão ao risco.
“Portanto nas criptomoedas, a liquidez não apenas acompanha a demanda, mas a define. Para alocadores e gestores ativos, as métricas de liquidez devem ser o foco principal na avaliação das condições e estratégias de mercado.Porque neste mercado, a liquidez não é apenas o barômetro. É a previsão do tempo. E, às vezes, é o alerta de tempestade”, finalizou.
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