A Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou, em 29 de agosto, uma medida que regulamentou a instituição de seguros personalizados abrindo caminho para soluções baseadas em blockchain para mini e micro seguros no país, conforme reportagem da revista Exame, publicada em 12 de setembro.

Com a aprovação poderão ser contratados seguros específicos com contratos reduzidos (por meses, dias, horas, minutos ou restritos a viagens e trechos) e que são acionados apenas durante o uso, o chamado seguro pay per use.

Este modelo é adotado pela insurtech brasileira 88, que, por meio de blockchain e contratos inteligentes, permite a contratação de um seguro personalizado que pode ser, por exemplo, por uma viagem no Uber.

Além da 88, outras três startups já inauguraram o mercado antes mesmo do aval oficial do órgão regulador: a Onsurance, que oferece o seguro por minuto para automóveis desde abril do ano passado, e a Youse e Thinkseg que oferecem apólices mensais.

A perspectiva é que este tipo de solução, além de abrir um novo campo de negócios, pode tornar os seguros tradicionais mais baratos devido as novas ofertas que podem se adequar melhor as necessidades dos clientes.

A reportagem destaca a história de Estefani Balzana, 28 anos que contratou o seguro da Onsurance no início do ano e gastou, até agora, R$ 400 reais com a proteção, muito menos do que os R$ 3 mil reais da contratação de um seguro normal.

O seguro é acionado por Balzana sempre que ela deseja, diretamente pelo aplicativo. No começo, não foi fácil ter disciplina, conta. “Esquecia de ligar e desligar o seguro”. Mas a própria startup foi aperfeiçoando o produto e criando alertas, como forma de incentivar o hábito.

"Quando estaciona o carro na rua ou em supermercados, Stefani opta por ligar a proteção. “Desligo apenas na garagem de casa e na do trabalho, locais nos quais tenho mais confiança”. Quando a gestora de RH bateu o carro, acionou a startup e recebeu instruções para tirar fotos e filmar o acidente. “O processo foi todo online. Como a minha cobertura não tinha carro reserva, a Onsurance me pagou corridas de Uber durante toda a semana na qual eu fiquei com o carro na oficina”.", destaca a reportagem.

Como noticiou o Cointelegraph, blockchain também pode ser usado no setor de seguros rurais no Brasil. Um produtor rural do estado de Goiás emitiu a primeira Cédula de Produtor Rural Eletrônica (e-CPR) registrada em cartório do Brasil. A e-CPR permitiu reduzir o tempo da operação de 100 dias para 15.

A cédula do e-CPR "garante ao vendedor a antecipação dos recursos da negociação para financiar a produção e, ao comprador, a entrega futura do produto".