O Brasil é um dos países com maior taxa de endividamento do mundo. Em 2022, a cada 100 famílias brasileiras, 78 estavam endividadas. O patamar é o maior da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), com início em 2010. E, com juros elevados, a população está recorrendo ao cartão de crédito.

Segundo o levantamento, 86,6% das famílias brasileiras encerraram 2022 com dívidas no cartão de crédito e as principais dívidas foram nos setores alimentício com 65%, seguido de roupas, calçados e eletrodomésticos (48%), saúde (41%) e delivery (22%).

Para o especialista Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcios, a modalidade é vista como um valor adicional ao orçamento mensal.

“As pessoas vêm utilizando o cartão de crédito para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-os a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, antecipa as dívidas do próximo mês”. 

De acordo com o Banco Central, as instituições financeiras estão cobrando em média 411,5% de juros ao ano (14,5% ao mês) na modalidade de “crédito rotativo”, ou seja, quando não é pago o total da fatura, acumulando débitos para o mês seguinte. Lamounier aponta que ao adquirir o crédito rotativo, o cenário de inadimplência é maior por se tratar de uma manobra perigosa.

Dados da CNC mostram que o perfil mais comum de endividados são mulheres jovens e de baixa escolaridade. Pensando nisso, há uma urgência em relação à falta de educação financeira e como o cenário pode ser revertido com o ensino adequado.

“É necessário que a educação financeira seja cada vez mais incentivada na nossa sociedade. A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao seu redor”, destaca Lamounier. 

O especialista ressalta que muitos jovens se endividam por falta de consciência financeira e as escolas são capazes de prevenir esse problema, ajudando os estudantes a terem condições de se manterem financeiramente, controlando os gastos por impulso.

Empréstimos em criptomoedas

Especialistas do mercado de criptomoedas consultados pelo Cointelegraph, destacam que os empréstimos com criptoativos podem ser uma solução de liquidez e um modo de 'sair do poço' para quem está em apuros e com dívidas.

O empréstimo com criptomoedas é uma prática crescente no mercado financeiro, que permite aos usuários obterem empréstimos usando suas criptomoedas como garantia. Esta modalidade de empréstimo traz diversas vantagens, como rapidez na aprovação, taxas de juros mais baixas e maior acessibilidade.

Além disso, os protocolos de empréstimos descentralizados, como as plataformas DeFi (Finanças Descentralizadas), têm ganhado destaque por oferecerem soluções inovadoras e seguras para empréstimos com criptomoedas.

O processo de empréstimo com criptomoedas funciona de maneira semelhante aos empréstimos tradicionais, porém com algumas diferenças-chave. Em vez de usar bens físicos, como imóveis ou veículos, como garantia, os empréstimos com criptomoedas são garantidos pelas próprias criptomoedas do tomador.

Para obter um empréstimo com criptomoedas, o tomador deve depositar suas moedas digitais em uma plataforma de empréstimos, que atua como intermediário ou usar um protocolo DeFi. A plataforma ou protocolo avalia a quantidade e o valor das criptomoedas depositadas e estabelece um limite de crédito com base nesses parâmetros. O tomador pode, então, solicitar um empréstimo em moeda fiduciária ou outra criptomoeda, até o limite estabelecido.

Os especialistas destacam como vantagens do empréstimo com criptomoedas

  1. Acessibilidade: Os empréstimos com criptomoedas são acessíveis para um público mais amplo, uma vez que não exigem histórico de crédito ou análise de renda. Isso facilita o acesso ao crédito para pessoas não bancarizadas ou com histórico de crédito limitado.
  2. Rapidez na aprovação: Como a garantia é a própria criptomoeda, o processo de análise e aprovação do empréstimo é muito mais rápido do que nos empréstimos tradicionais.
  3. Taxas de juros mais baixas: Devido à descentralização e ao menor risco associado às criptomoedas, as taxas de juros em empréstimos com criptomoedas costumam ser mais baixas em comparação com empréstimos tradicionais.
  4. Flexibilidade: Os empréstimos com criptomoedas oferecem maior flexibilidade em termos de prazo e condições de pagamento, permitindo que os tomadores escolham o que melhor se adapta às suas necessidades.

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