Investidores de todo o mundo estão menos confiantes na aceleração da economia global e dão menos importância ao Brasil para o crescimento de seus negócios em 2020. A matéria é do Valor Econômico nesta sexta-feira, 24 de janeiro.

Segundo uma pesquisa feita pela consultoria Pricewaterhouse Coopers (PwC) com 1.581 CEOs de 83 países, a proporção de executivos que acreditam em atividade mais lenta nos próximos 12 meses subiu de 5% para 53%. Os que acreditam em aceleração do crescimentam caíram de 57% para 22%, número mais baixo desde 2012.

Além disso, no primeiro ano sob a gestão Jair Bolsonaro, o Brasil caiu do sexto lugar para a nona colocação entre os países mais importantes para os CEOs na ampliação de suas operações. No período, o Brasil foi ultrapassado como prioridade por Austrália, Japão e França.

O país já chegou a ser o terceiro país em prioridades de investimentos para a economia global em 2013, ao lado de Estados Unidos e China. Desde então, perde espaço para países da Europa e para a Índia.

O sócio da PwC Brasil, Fernando Alves, aborda na matéria a queda na colocação brasileira:

"O investidor internacional considera o Brasil, mas prefere a efervescência da Ásia. Sempre seremos um destino importante porque a escala do nosso mercado assim sugere, mas precisamos encarar com urgência o desafio da produtividade."

Entre os executivos brasileiros, 78% têm confiança no crescimento das receitas em 2020, valor menor que os 95% do início de 2019. O sócio da PwC diz que havia expectativa com privatizações e previdência com o novo governo. 84% apostam na expansão orgânica de suas empresas, sem colocar novos investimentos ou ampliação da produção como prioridade.

Ele destaca a blockchain como primordial para investimentos em novas tecnologias. Ele diz que o futuro da produtividade "passa inexoravelmente por investimento em tecnologia - inteligência artificial, automação, 5G, blockchain, internet das coisas - e em qualificação dos trabalhadores".