O Bradesco realizou nesta semana a primeira transferência interbancária de forma simultânea com duas instituições financeiras utilizando o Drex, a versão digital do Real. A operação realizada foi de transferência de reservas bancárias envolvendo uma versão tokenizada de reservas da Caixa e do Inter, que enviaram o Real Digital para o Bradesco e vice-versa.
Outro avanço foi da Genial Investimentos que instalou seu nó do Drex. O consórcio, liderado pela Genial Investimentos e pelo Mercado Bitcoin, e composto por Mastercard, Sinqia e Cerc, utilizou a infraestrutura da Genial para a integração.
Quem também avançou com a integração do Drex foi o Agibank foi incluído no consórcio da Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Segundo anunciado, a instituição foi aprovada pelo Comitê Executivo Gestor do Banco Central para participar dos testes da versão tokenizada da moeda brasileira.
Recentemente, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, realizaram a primeira transferência de Drex entre bancos públicos do país. Já os bancos Itaú de BTG Pactual, duas das maiores instituições financeiras do país, executaram as primeiras transferências interbancárias do piloto do Drex.
Drex, o que eu ganho com isso?
Segundo a professora do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, Ma. Valéria Vanessa Eduardo, o Drex é uma promessa de transformação profunda na maneira como conduzimos transações comerciais, compras e vendas de ativos.
“Diferente das criptomoedas, o DREX é uma moeda emitida pelo Banco Central, evoluindo a moeda física para uma forma eletrônica inovadora. Isso significa que nossa relação com os bancos não sofrerá mudanças drásticas. Continuaremos a ter contas correntes, usar o PIX e todas as nossas atividades financeiras habituais. A diferença reside na integração dos princípios das criptomoedas, que permitem a transformação de ativos em tokens verificáveis, redefinindo como compramos e vendemos”, explica a professora.
Valéria aponta que o real digital traz como premissa diminuir o risco de contraparte em transações comerciais do Brasil.
“Risco de contraparte é a possibilidade de uma das partes envolvidas em uma transação financeira não cumprir sua obrigação contratual, causando perda para o outro lado. Por exemplo, se você compra um veículo e efetua um PIX, mas o vendedor não efetua o registro em seu nome, você sofre um risco de contraparte. Assim, para garantir confiança, às transações de compra e venda, especialmente no mercado de ativos como imóveis, veículos e investimentos, serão simplificadas", disse.
Neste exemplo, segundo ela, os intermediários como DETRAN, B3 e cartórios, que tradicionalmente garantem a legitimidade das transações, cederão espaço a tokens digitais. Esses tokens, representando os ativos reais, agirão como garantias em transações. Imagine poder vender seu veículo diretamente a alguém, transferindo o token digital que representa seu automóvel com confiança e simplicidade.
A professora destaca que uma característica notável do DREX é sua integração com contratos inteligentes (Smart Contract). “Esses documentos digitais executam automaticamente acordos predefinidos, eliminando intermediários e garantindo que as condições sejam cumpridas. Isso impulsiona a segurança jurídica e a eficiência nas transações comerciais”.
Os pontos positivos do DREX, segundo a professora, é que os riscos de contraparte irão desaparecer, a segurança das transações é aprimorada e a burocracia é reduzida a um mínimo. O DREX está previsto para ser lançado ao público até o final de 2024, e é a representação digital do real, trazendo uma nova era de eficiência e confiança para economia.
Por fim, a professora elencou alguns pontos importantes sobre a nova moeda:
- A relação das pessoas com os bancos não irá mudar.
- Não trará mudança nos pagamentos e sim nas transações de compra e venda.
- Não será permitido aos Bancos emprestarem a terceiros.
- Não terá rendimento automático.
- Haverá garantia de segurança jurídica, cibernética e privacidade nas operações.
- As operações com o DREX não serão gratuitas, pois estarão associadas à prestação de um serviço financeiro que irá gerar despesa e, de alguma forma, serão repassadas ao consumidor. Mesmo a operação não sendo gratuita, a automatização dos processos com o DREX irá trazer mais economia para o bolso do consumidor.
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