Resumo da notícia
Bradesco e Itaú participam de testes da Swift com Ethereum.
Novo livro-razão digital promete pagamentos internacionais 24/7.
Projeto global envolve mais de 30 instituições financeiras.
Nesta segunda, 29, os bancos Bradesco e Itaú Unibanco confirmaram participação nos testes de uma nova rede de transações internacionais que será construída sobre o Ethereum, em parceria com a Swift.
A Swift, principal cooperativa global de mensagens financeiras, anunciou em Frankfurt, durante a conferência Sibos, que lançará um livro-razão compartilhado digital, desenvolvido em conjunto com a Consensys.
Esse sistema servirá como base para pagamentos internacionais instantâneos, disponíveis 24 horas por dia e sete dias por semana, e contará com a colaboração de mais de 30 instituições financeiras.
Entre os bancos que participam do projeto, Bradesco e Itaú se destacam como representantes brasileiros no grupo de teste.
De acordo com Marina Veasey, diretora do Bradesco, a colaboração com a Swift reflete um foco contínuo em inovação.
“Nosso objetivo é melhorar a experiência dos clientes em operações internacionais, trazendo mais eficiência e segurança”, destacou.
Já o Itaú vê no projeto uma oportunidade de ampliar sua presença global e alinhar suas operações ao novo cenário financeiro.
Entre os bancos participantes estão:
Absa, Akbank, ANZ, Banco Santander, Banco da América, Banorte, BBVA, BNP Paribas, BNY, Bradesco, Citi, Commerzbank, Crédito Agrícola, Banco DBS, Deutsche Bank, Emirados NBD, Primeiro Banco de Abu Dhabi, Banco FirstRand, HSBC, Itaú Unibanco, JP Morgan Chase, Mizuho, MUFG, NatWest, OCBC, Banco Real do Canadá, Banco Saudita Awwal, Banco Shinhan, Société Générale-FORGE, Standard Chartered, Grupo TD Bank, UOB, Wells Fargo e Westpac
Como funcionará a infraestrutura baseada em Ethereum
O livro-razão digital da Swift será uma extensão natural de seu sistema de mensagens, permitindo que bancos liquidem valores tokenizados regulamentados em tempo real. O projeto inclui recursos de contratos inteligentes, que vão aplicar regras de forma automática e segura às transações.
Essa nova camada digital não substitui as redes já existentes, mas as complementa, garantindo interoperabilidade. Ou seja, os bancos poderão transferir valores por meio da blockchain sem abrir mão dos sistemas fiduciários tradicionais, como o câmbio oficial e os registros internos.
Com o uso do Ethereum, os testes ganham escalabilidade e flexibilidade. A escolha da rede pública permite maior integração com projetos já existentes de tokenização, stablecoins e ativos digitais. Além disso, cria uma ponte entre o sistema bancário tradicional e o ecossistema emergente da financeira descentralizada (DeFi).
Segundo o CEO da Swift, Javier Pérez-Tasso, a iniciativa é parte de uma estratégia de longo prazo.
“Com este conceito de livro-razão, estamos abrindo caminho para que as instituições financeiras ofereçam uma experiência de pagamentos em um novo patamar”.
Atualmente, a Swift conecta mais de 11.500 instituições financeiras em 200 países, sendo a espinha dorsal do sistema global de transferências. Com o novo projeto, a organização busca não apenas reduzir custos e riscos operacionais, mas também responder à pressão por soluções mais rápidas e acessíveis.