A tecnologia blockchain, integrada a outras tecnologias como a Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (AI), pode acelerar uma transição econômica nos principais serviços de infraestrutura global. A frase é de um artigo da especialista em blockchain Tatiana Revoredo, publicada no blog do jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo.

Segundo o texto, as inovações digitais já alcançaram um padrão global, com potencial de transforamar a operação de sistemas e fazer da infraestrutura, da manufatura, do comércio e da agricultura, "setores mais conectados inteligentes e eficientes".

A tranformação digital também traz novas soluções, desbloqueando novas possibilidades de inovação nos mais variados setores.

A partir disso, o G20, que reúne os ministros econômicos e presidentes de bancos centrais das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, traçou objetivos para a infraestrutura global, para desenvolver soluções para aprimorar a infraestrutura global.

O roteiro traçado pelo grupo invlui pontos como padronização de infraestrutura, incluindo contratual e financeira; coleta e organização de dados para melhores investimentos em infraestrutura; soluções para gerenciamento de riscos e maior transparência; e ganhos de eficiência, custos e prevenção de riscos. O texto diz a seguir:

"Ora, como se pode extrair do narrado acima, as diretrizes traçadas pelo G20, combinadas com o trabalho da OCDE de medição de dados e desempenho e finanças referente a infraestrutura, se encaixam perfeitamente no contexto das estruturas blockchain."

Ele diz então que blockchain, internet das coisas e inteligência artificial podem acelerar essa transição econômica, através de plataformas sustentáveis e novas oportunidades "ao longo da cadeia de valor".

As blockchains seriam usadas para gestão de registro de transferência de valor (usando criptoativos), "sem exigir que uma entidade centralizada valide as transações", tornando as informações únicas, transparentes e imutáveis:

"Em essência, tais recursos permitem o uso de criptomoedas (por exemplo, Bitcoin, Ether), bem como registros digitais “tokenizados” (por exemplo, direitos de propriedade, direitos de propriedade física) no contexto do ciclo de vida da infraestrutura, desde financiamento e compras, até licitação e operações."

Há, porém, gargalos de capacidade, segundo o texto, que restringem oportunidades de investimento e levam a déficit de financiamento nos projetos de infraestrutura, com participação ainda limitada de investidores, por "desalinhamentos" no perfil financeiro ou riscos envolvidos.

Além disso, falta transparência nas atividades de entidades e no cumprimento de normas, incluindo "critérios ambientais, sociais e de governança", além de investimentos que não consideram o impacto climático.

Finalmente, o artigo diz que a blockchain já é aplicada em infraestrutura ao redor do globo, com uma "infinidade" de protótipos em funcionamento nos setores de transporte, energia e agricultura. E completa:

"Quem sabe, assim como já percebeu o G20, este não seja um bom caminho para o Brasil solucionar os problemas de longa data nos sistemas de infraestrutura que nos assolam de norte a sul?"

Na assinatura, a biografia de Tatiana Revoredo diz que ela é CSO na The Global Strategy, representante do European Law Observatory on New Tecnologies no Brasil, membro-fundadora da Oxford Blockchain Foundation, especialista em blockchain pela University of Oxford e pelo MIT, e em Ciber Risk Mitigation pela Harvard University.

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