Resumo da notícia

  • Microcrédito tokenizado chega ao interior com apoio público.

  • Aplicativo e máquinas físicas simplificam acesso ao crédito rural.

  • Blockchain privado garante previsibilidade e controle dos recursos.

O uso de blockchain acaba avançar no interior paulista, e desta vez com impacto direto na produção do agronegócio. A fintech brasileira Tanssi iniciou a implantação de um projeto de microcrédito totalmente tokenizado, criado para atender pequenos produtores rurais e apoiado pela administração pública.

A iniciativa, chamada TerraLogs, funciona com um aplicativo móvel e também com máquinas físicas de pagamento. Dessa forma, os agricultores conseguem solicitar crédito e movimentar recursos de maneira rápida.

Além disso, o programa oferece empréstimos de até R$ 15.000, valor que promete aliviar dificuldades comuns no início das safras e durante períodos de maior pressão financeira.

De acordo com Francisco Rodrigues, para o Coindesk, a Tanssi apresentou o projeto durante a Conferência Blockchain Brasil, em São Paulo. Na ocasião, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Luis Dal Porto, explicou que o serviço deve chegar oficialmente ao público no próximo mês.

Segundo ele, o piloto realizado em Santo Antônio da Alegria mostrou que a tecnologia consegue funcionar bem mesmo em localidades de pequeno porte.

Blockchain no interior de São Paulo

O TerraLogs utiliza uma infraestrutura privada construída pela Tanssi, diferente das redes públicas como Ethereum ou Solana. A escolha não ocorreu por acaso. Dal Porto afirmou que redes abertas ainda enfrentam gargalos, taxas imprevisíveis e momentos de congestionamento. Esses fatores criam incertezas no custo final das operações, o que se torna um problema quando há dinheiro público envolvido.

Ele destacou ainda que o uso de blockchain aparece somente no backend. O produtor rural não precisa entender ou visualizar a tecnologia. Ele apenas acessa o aplicativo, solicita o crédito e utiliza os terminais físicos onde o sistema está habilitado. Assim, a complexidade tecnológica fica escondida, enquanto a experiência do usuário permanece simples.

Essa estrutura fechada, segundo Dal Porto, ajuda a controlar melhor a destinação dos recursos. Como o ecossistema limita onde o crédito pode ser utilizado, o risco de desvio diminui. O modelo já havia sido testado no projeto municipal de Santo Antônio, que criou uma moeda digital local para distribuir benefícios sociais com regras claras. Os tokens impediam gastos com produtos fora do escopo do auxílio e tinham funções programadas para bloquear compras inadequadas.

O novo programa rural segue a mesma lógica de segurança. A prefeitura de São Paulo apoia a iniciativa, que deve ser lançada de forma oficial no próximo mês. A expectativa é que produtores de diferentes regiões consigam acessar o crédito de modo mais rápido, com taxas estáveis e com toda a operação registrada digitalmente.