Os fundos negociados em bolsa (ETFs) iShares da BlackRock impulsionaram um trimestre sólido de lucros e receitas para a gestora, reforçando o contínuo impulso por trás de seus produtos relacionados a cripto em meio à crescente demanda institucional.
A plataforma iShares, que reúne mais de 1.400 ETFs globalmente, atraiu fluxos líquidos recordes de US$ 205 bilhões no terceiro trimestre, segundo o relatório financeiro trimestral da empresa. Esses fluxos impulsionaram um aumento orgânico de 10% nas taxas básicas durante o trimestre e um crescimento de 8% nos últimos 12 meses, afirmou o presidente e CEO Larry Fink em comunicado.
Fink reiterou que a BlackRock “está sempre se preparando para o futuro”, destacando as ofertas contínuas em setores emergentes como tecnologia, análise de dados e ativos digitais.
Os ETFs de ativos digitais da empresa registraram US$ 17 bilhões em fluxos líquidos no trimestre, elevando o total acumulado no ano para US$ 34 bilhões. Em setembro, o total de ativos cripto sob gestão (AUM) atingiu quase US$ 104 bilhões, representando cerca de 1% do total de ativos da BlackRock.
Os resultados refletem o sucesso expressivo do iShares Bitcoin Trust (IBIT), que gerou US$ 25 milhões a mais em taxas do que o segundo ETF mais lucrativo da BlackRock e se aproximava de US$ 100 bilhões em ativos líquidos no início de outubro.
O IBIT fez parte da primeira leva de fundos de Bitcoin (BTC) spot aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) no início de 2024.
Ainda naquele ano, a BlackRock lançou o iShares Ethereum Trust (ETHA), um ETF de Ethereum spot que, após um começo lento, ganhou força em 2025 e se tornou o terceiro fundo mais rápido a atingir US$ 10 bilhões em ativos.
De forma geral, os fortes fluxos de entrada contribuíram para um trimestre robusto da BlackRock, que reportou US$ 13,46 trilhões em ativos sob gestão, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Tanto o lucro quanto a receita superaram as expectativas dos analistas.
Impulso institucional por trás da alta do Bitcoin
O aumento dos fluxos para os ETFs de cripto reforça não apenas a liderança de mercado da BlackRock, mas também o crescimento do apetite institucional por ativos digitais.
No caso do Bitcoin, o IBIT da BlackRock continua sendo, de longe, o maior ETF de Bitcoin, com mais de 800.000 BTC sob gestão, segundo dados do setor.
As instituições estão cada vez mais optando por ETFs devido à clareza regulatória, às garantias de custódia e à contabilidade simplificada, que permitem exposição direta a criptoativos sem as complexidades operacionais da autocustódia.
Esses ETFs têm sido um dos principais motores por trás da alta sustentada do Bitcoin desde o início de 2024, culminando em uma nova máxima histórica acima de US$ 126.000 no início deste mês.
Parte desse impulso também pode refletir o chamado “trade de desvalorização”, à medida que investidores buscam refúgio frente à maior queda do dólar americano em cinco décadas, em meio ao aumento dos déficits fiscais, à incerteza comercial e à inflação persistente.
Como o Cointelegraph noticiou recentemente, a correlação entre o Bitcoin e o ouro se fortaleceu, indicando que um número crescente de investidores vê o BTC como reserva de valor e proteção contra a inflação, ao lado dos tradicionais ativos de porto seguro.