Pontos principais:
Mais de US$ 313 milhões em posições vendidas de Bitcoin foram liquidadas, sinalizando condições para um short squeeze.
O momento do ouro destaca a busca dos investidores por alternativas, já que as expectativas de cortes de juros ganham força.
Bitcoin (BTC) testou o nível de US$ 121.000 na quinta-feira, sua máxima em sete semanas. Os touros seguem confiantes, observando que as condições atuais são muito mais fortes do que em meados de agosto, quando a moeda chegou brevemente a US$ 124.000.
Além da diminuição dos temores de recessão e do impulso do ouro, os derivativos de Bitcoin sugerem que os traders foram pegos de surpresa — cenário que frequentemente cria condições para um short squeeze.
Em contraste, o ouro havia ficado estagnado próximo a US$ 3.400 por quase dois meses antes de meados de agosto, quando o BTC disparou para sua máxima histórica. Na época, as tensões comerciais globais aumentaram com a expiração da redução temporária de tarifas de importação da China pelos EUA em 12 de agosto, alimentando expectativas de pressão inflacionária.
Riscos inflacionários reduzidos e ganhos do ouro favorecem o Bitcoin
O mais recente Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, divulgado na sexta-feira, mostrou aumento de 2,9% em agosto, em linha com as previsões. Com a inflação deixando de ser vista como preocupação urgente, os traders ganharam confiança de que o Federal Reserve (Fed) manterá o curso rumo a novos cortes de juros.
Traders que compraram Bitcoin acima de US$ 120.000 em agosto acabaram frustrados, já que as tarifas de importação não afetaram negativamente a balança comercial nem as vendas no varejo dos EUA a curto prazo. O avanço do BTC em outubro coincidiu com um rali de 16% no ouro em seis semanas, enquanto dados do World Gold Council mostram acumulação constante por bancos centrais.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade implícita de o Fed reduzir os juros para 3,50% ou menos até janeiro de 2024 agora está em 40%, ante 18% em meados de agosto. Embora os investidores recebam bem a trajetória atual da inflação, a fraqueza do mercado de trabalho pode desafiar a recente máxima histórica do S&P 500, especialmente em meio às incertezas ligadas ao shutdown do governo dos EUA.
Na segunda-feira, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, manifestou preocupação com o mercado de trabalho, alertando que ele “pode enfrentar estresse” se não for apoiado. Jefferson atribuiu a pressão às políticas comerciais, de imigração e outras do presidente Donald Trump, segundo a Reuters. Ele acrescentou que esses efeitos “aparecerão ainda mais nos próximos meses”, levando traders a buscar instrumentos alternativos de proteção.
Derivativos de Bitcoin e menor pressão no setor de IA reduzem a pressão vendedora
Nos três dias que antecederam a máxima histórica do Bitcoin em meados de agosto, os traders precificavam chances quase iguais de movimentos para cima ou para baixo, segundo dados de derivativos. Hoje, no entanto, o mesmo indicador de opções de BTC aponta para um medo moderado de correção, com opções de venda (put) sendo negociadas com prêmio em relação às opções de compra (call).
Mais de US$ 313 milhões em posições vendidas alavancadas de futuros de Bitcoin foram liquidadas entre quarta e quinta-feira, segundo dados da CoinGlass (fonte). Isso confirma que o rali acima de US$ 120.000 pegou o mercado de surpresa, reduzindo a probabilidade de realização massiva de lucros nos mercados futuros, caso o impulso de alta se mantenha.
Outro fator que reduziu riscos de curto prazo foi a bem-sucedida venda de ações da OpenAI, que alcançou uma avaliação recorde de US$ 500 bilhões. O setor de inteligência artificial vinha enfrentando maior escrutínio após restrições dos EUA à exportação de chips avançados de IA para a China e a decisão da Meta de congelar contratações em sua divisão de IA.
Com investidores mostrando maior convicção nos cortes de juros futuros nos EUA e percebendo menos risco de uma correção no mercado de ações, o caminho do Bitcoin em direção a US$ 125.000 (ou mais) parece cada vez mais plausível. Enquanto isso, o impulso constante do ouro destaca a crescente preferência dos traders por alternativas aos mercados tradicionais de títulos e ações.
Este artigo tem fins informativos gerais e não pretende ser, nem deve ser, aconselhamento jurídico ou de investimento. As opiniões, pensamentos e pontos de vista aqui expressos são exclusivamente do autor e não refletem ou representam necessariamente as opiniões e pontos de vista do Cointelegraph.