Resumo da notícia
Inflação dos EUA favorece cripto, mas decisão do BOJ mantém cautela
Venda de holders de longo prazo e saídas de ETFs limitam alta do BTC
Técnicos indicam consolidação antes de definir nova direção
9h
Guilherme Fais, Head de Finanças da NovaDAX
Essa queda muito recente reforça a vulnerabilidade do Bitcoin neste momento de incerteza e deixa claro que o ativo ainda está em processo de consolidação depois de marcar um novo topo. O movimento não tem cara de “virada de chave” para baixo, mas sim de mercado tentando encontrar um piso mais confiável antes de definir o próximo passo.
O preço de seguir testando suportes é típico de um mercado nervoso: há pressão, há volatilidade, mas ainda sem sinais de pânico generalizado. Na prática, eu leio mais como um ajuste, uma correção natural para aliviar o excesso e reorganizar posições, do que como o início de uma tendência de baixa propriamente dita.
8h50
Orlando Telles, Diretor de Research da On Crypto Research
Em meio a três semanas de movimento lateral do Bitcoin entre US$ 85 mil e US$ 94 mil, duas das maiores empresas de tesouraria corporativa em criptoativos estão protagonizando um dos mais agressivos ciclos de acumulação institucional da história, com aproximadamente US$ 2 bilhões investidos apenas na última semana.
A Strategy, liderada por Michael Saylor, adquiriu 10.645 BTC por US$ 980 milhões entre 8 e 14 de dezembro, elevando suas reservas totais para 671.268 BTC, equivalentes a mais de 3% da oferta total de Bitcoin. Paralelamente, a BitMine Immersion, presidida por Tom Lee, adicionou 102.259 ETH avaliados em US$ 320 milhões ao seu portfólio, alcançando 3,97 milhões de tokens de Ethereum.
Estamos observando um padrão de comportamento institucional que contraria a percepção de mercado atual. Enquanto o varejo demonstra baixo interesse e muitos analistas apostam no início de um mercado de baixa, essas companhias estão intensificando suas aquisições, sinalizando uma convicção de longo prazo que merece atenção."
O momento apresenta importantes níveis de suporte técnico que sustentam uma perspectiva mais otimista. O preço médio dos ETFs Spot de Bitcoin nos Estados Unidos está em torno de US$ 82 mil, uma região historicamente resistente durante ciclos de alta. Combinado com as recentes compras institucionais da Strategy e BitMine, que somaram mais de US$ 1,8 bilhão em Bitcoin e US$ 320 milhões em Ethereum nas últimas duas semanas, o cenário sugere que os ativos de maior capitalização do mercado cripto mantêm fundamentos sólidos.
O diretor de Research ressalta ainda que o contexto macroeconômico favorece esta perspectiva. Com o Federal Reserve sinalizando recompra de títulos de curto prazo no valor de aproximadamente US$ 40 bilhões nos próximos 30 dias, mantemos nossa visão otimista de curto e médio prazo, embora não descartemos um possível teste na região dos US$ 80-75 mil antes de uma retomada acima dos US$ 100 mil, o qual observa como cenário mais provável.
8h45
Vivien Lin, Chief Product Officer da BingX
O Bitcoin passou a semana sob pressão constante, recuando gradualmente dentro da tendência de baixa iniciada após novembro. Os preços caíram da faixa dos low-90Ks para os mid-80Ks, com repetidas tentativas frustradas de retomar o nível dos 90 mil, reforçando no curto prazo um padrão de topos e fundos descendentes.
Os fechamentos dos últimos sete dias mostram uma queda de aproximadamente 8% a 9%, e embora a volatilidade tenha permanecido elevada, o movimento refletiu mais realização de lucros e redução de risco típica de fim de ano do que uma capitulação propriamente dita. A dominância do Bitcoin segue firme, indicando que o mercado ainda enxerga o restante do ecossistema cripto como uma alavancagem de alto beta em relação ao BTC e à liquidez macro, e não como um ciclo independente.
O Ethereum voltou a apresentar desempenho inferior em termos relativos. O ETH à vista passou a maior parte da semana entre os high-2Ks e low-3Ks, com dificuldade para sustentar o nível acima de US$ 3.000. As condições on-chain permanecem estáveis, porém sem sinais de euforia: volume de transações sólido, taxas baixas e receita de fees moderada apontam para uma rede saudável, mas sem forte aceleração. As tendências de liquidez continuam favorecendo L2s e outras blockchains alternativas, mantendo o ETH em um papel mais consolidativo do que como líder de alta do mercado.
As stablecoins emitiram um dos sinais mais relevantes do período: após quase dois anos de crescimento contínuo, a oferta agregada se estabilizou e chegou a apresentar leve contração neste mês. Historicamente, esse arrefecimento na emissão de stablecoins costuma coincidir com fases de consolidação dos principais ativos. O foco regulatório em reservas e licenciamento se intensificou, conferindo vantagem estrutural de longo prazo aos modelos lastreados em dólar mais estabelecidos, mesmo com a desaceleração dos fluxos especulativos. Ao mesmo tempo, casos de uso institucionais e ligados a RWAs continuam avançando, ajudando a sustentar os rendimentos centrais do DeFi apesar do sentimento de mercado mais fraco.
As altcoins e tokens de DeFi se comportaram como ativos clássicos de alto beta. A maioria dos setores teve desempenho inferior ao de BTC e ETH na semana, com liquidez e atenção concentradas em poucos ecossistemas líderes. RWAs, estratégias de stablecoins com rendimento e componentes centrais do DeFi permanecem mais resilientes, enquanto tokens menores e narrativas puramente especulativas enfrentam dificuldade para sustentar movimentos de alta.
De forma geral, o tom do mercado segue cauteloso, com rotações táticas, especialmente típicas de fim de ano. Profundidade de liquidez, fundamentos e catalisadores de curto prazo têm se mostrado mais relevantes do que uma exposição ampla ao mercado. Até que os fluxos de stablecoins ou a liquidez macro apresentem uma retomada mais significativa, o caminho de menor resistência segue sendo consolidativo, e não explosivo, na entrada do novo ano.
7h50
O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta sexta-feira, 19/12/2025, está cotado em R$ 485.760,53. Os touros do BTC buscam uma recuperação com o ativo subindo para US$ 88 mil, mas ainda estão fragilizados e carentes de um catalisador, deste modo, a tendência continua de lateralização.

Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, indica que os mercados asiáticos avançaram nesta sexta‑feira, liderados por uma recuperação em Wall Street impulsionada por dados de inflação dos EUA mais fracos do que o esperado e um forte desempenho de ações de tecnologia.
De acordo com ele, investidores mantêm foco na próxima decisão do Bank of Japan (BOJ), que está precificada com ~90% de chance de elevar os juros, algo que pode fortalecer o iene e impactar os mercados globais. Rendimentos de títulos nos EUA permaneceram relativamente estáveis, com moedas e commodities exibindo movimentos mistos no pregão.
Com o Bitcoin cotado em aproximadamente US$ 85 600, o impacto no curto prazo é neutro a levemente positivo. A fraqueza recente na inflação dos EUA aumenta as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve, o que historicamente favorece ativos de risco e criptoativos, pois reduz o custo de oportunidade da renda fixa e aumenta liquidez global. Contudo, o mercado segue atento à política monetária do BOJ, à força relativa do iene e à falta de um catalisador claro adicional para cripto, o que pode manter o BTC oscilando lateralmente antes de decidir direção.
Bitcoin análise técnica
Segundo Timothy Misir, head de research da BRN, o movimento reflete mais estresse de posicionamento do que uma mudança real de tendência. “O preço está comprimido dentro de um intervalo amplo, porém sem direção clara. Isso mostra incerteza, não convicção”, afirmou.
Do ponto de vista on-chain, a estrutura do Bitcoin segue se deteriorando de forma gradual. Investidores de longo prazo continuam distribuindo posições, adicionando oferta constante sempre que o preço tenta subir. Esse comportamento ajuda a explicar por que o ativo falha repetidamente ao se aproximar dos US$ 90 mil, mesmo diante de sinais positivos da inflação.
“O que vemos é uma venda consistente em ralis, o que limita significativamente o potencial de alta”, destacou o analista da BRN. O padrão de negociação lateral já se estende por várias sessões, caracterizando uma correção mais baseada no tempo do que em quedas abruptas. A demanda à vista segue reativa, enquanto a oferta acima do preço atual permanece densa.
Os fluxos de ETFs reforçam esse desequilíbrio. No dia 18 de dezembro, os ETFs de Bitcoin registraram US$ 161 milhões em saídas líquidas, enquanto os ETFs de Ethereum tiveram US$ 96,6 milhões em resgates, marcando seis dias consecutivos de saídas. Em contraste, ETFs ligados a Solana e XRP continuaram atraindo entradas marginais, indicando apetite seletivo ao risco.
Outro fator de atenção é o mercado de derivativos. Cerca de US$ 23 bilhões em opções de Bitcoin vencem na próxima semana, o que eleva o risco de movimentos bruscos e mecânicos de preço, mesmo sem novos gatilhos macroeconômicos.
A perda consistente da região dos US$ 85 mil pode abrir espaço para um teste mais profundo dos suportes estruturais, especialmente se a venda por detentores de longo prazo se intensificar. Por outro lado, uma retomada acima de US$ 90 mil, acompanhada de fluxos positivos para ETFs, poderia forçar recompras de posições vendidas, embora a oferta nessa faixa ainda seja considerada pesada.
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Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, afirma que o Bitcoin se manteve acima da retração semanal de Fibonacci de 38,2% , que tem sustentado o ímpeto de alta desde novembro de 2022.
Observamos diversos topos duplos durante esse período, cada um produzindo movimentos corretivos, mas nenhum rompeu os níveis estruturais que definem a tendência de alta mais ampla. Mesmo a recente queda para US$ 80.636 teve como resultado um fechamento acima de US$ 83.791, mantendo intacta a estrutura de alta mais ampla.
Ermolaev afirma também que os indicadores diários e semanais estão voltando a apontar para uma tendência de alta. No momento, o Bitcoin permanece abaixo das médias móveis de 9 e 18 dias, atualmente em US$ 88.266 e US$ 89.748, respectivamente.
“Uma quebra definitiva acima desses níveis abriria caminho para US$ 94.003, seguida por um novo teste de US$ 114.867. Por outro lado, apenas um fechamento abaixo de US$ 83.791 colocaria a mínima anterior de 80.636 de volta em jogo. E se o Bitcoin fechasse abaixo da retração de Fibonacci de 38,2% semanal, eu esperaria uma queda ainda maior e duvido que o nível de US$ 80.636 se sustentaria nesse cenário.
Portanto, o preço do Bitcoin em 19 de dezembro de 2025 é de R$ 485.760,53. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0019 BTC e R$ 1 compram 0,0000019 BTC.
As criptomoedas que estão registrando as maiores altas no dia 19 de dezembro de 2025, são: UNUS SED LEO (LEO), Bitcoin Cash (BCH) e Merlin Chain (MERL), com altas de 13%, 9% e 6%, respectivamente.
As criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 19 de dezembro de 2025, são: MYX Finance (MYX), Memecore (M) e Mantle (MNT), com quedas de -10%, -9% e -4% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
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