Resumo da notícia
Bitcoin recua quase 4% após atraso regulatório no Senado dos EUA
ETFs de BTC e ETH registram saídas de US$ 582 milhões em um dia
Mercado adota postura defensiva, mas capital segue concentrado em Bitcoin
10h16
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil
O Bitcoin segue pressionado e é negociado na região dos US$ 86 mil. No gráfico diário, o RSI recuou para 36, sinalizando fortalecimento do momentum baixista.
O cenário macroeconômico também pesa sobre os preços. Investidores têm reduzido exposição a ativos de maior risco, e o mercado cripto está entre os impactados. O Nasdaq Composite caiu pelo segundo dia consecutivo, diante de preocupações com uma possível bolha em IA. Além disso, investidores acompanham hoje a divulgação do payroll americano. O payroll é um indicador importante para calibrar as expectativas sobre juros e a postura futura do Fed.
Por fim, a saída líquida de US$ 351,7 milhões dos ETFs de Bitcoin no dia 15 adiciona mais uma camada de pressão sobre o ativo.
9h45
Marco Aurélio Camargo, CIO da Vault Capital
Diante da instabilidade e da incerteza que marcam esta semana, o mercado entrou em um modo claro de redução de risco antes da divulgação dos dados macroeconômicos. Em ambientes como esse, é comum vermos correções mais acentuadas, não necessariamente por deterioração estrutural, mas pela escolha dos investidores de diminuir exposição enquanto aguardam maior visibilidade.
Nesse contexto, o Bitcoin perdeu a região dos 88k e foi diretamente aos desvios previamente mapeados entre 85k e 83k, onde encontrou suporte e formou uma mínima local próxima dos 85k. Essa região passa a ser o ponto-chave para a manutenção da estrutura atual. A consolidação aqui não acontece de forma isolada, mas em função da agenda da semana: os dados que serão divulgados podem tanto prolongar esse movimento defensivo quanto servir de gatilho para aliviar a incerteza e permitir uma retomada em direção à região dos 90k.
Por outro lado, a perda consistente da faixa entre 85k e 83k abre espaço para o Bitcoin testar a mínima mais profunda da estrutura, na região dos 80k. Esse cenário tende a se materializar caso os dados frustrem as expectativas ou reforcem a aversão ao risco por parte dos investidores.
Vale destacar que a média real do mercado, hoje em torno de 81,3k, pode atuar como suporte adicional, mas não é uma região estruturalmente forte por si só, exigiria confirmação de fluxo para se sustentar.
A intensidade da queda atual está muito mais ligada à redução de exposição e ao ambiente de baixo volume do que a um evento específico.
Em mercados assim, liquidez reduzida costuma amplificar movimentos, gerando liquidações em cadeia e reforçando a sensação de pânico. Por isso, o momento pede menos ação e mais leitura.
O pessimismo está evidente, a expectativa do mercado está baixa e, historicamente, esses extremos costumam carregar vieses importantes. Os dados desta semana terão papel decisivo: ou confirmam esse sentimento negativo ou expõem o exagero das apostas defensivas, forçando uma reprecificação.
Até lá, a postura mais racional é paciência. Deixar o ativo se movimentar, observar como o mercado reage às informações e só então ajustar expectativas e posicionamento. Em momentos como este, entender o contexto é valioso.
7h50
O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 16/12/2025, está cotado em R$ 469.176,10. O BTC voltou a cair, registrando quase 4% de queda e devolvendo o preço para US$ 86 mil.
Por que o preço do Bitcoin caiu hoje?
A queda do Bitcoin não teve uma única causa. O mercado reagiu a uma combinação de tensões macroeconômicas, desmonte de posições alavancadas e vendas forçadas de mineradores.
O principal fator veio do cenário global. Investidores passaram a precificar uma possível mudança na política monetária do Banco do Japão, cuja reunião ocorre nesta semana. Durante anos, o Japão manteve juros extremamente baixos. Esse ambiente sustentou o carry trade com ienes, estratégia que alimentou posições em ativos de risco.
Com a expectativa de aperto monetário, esse fluxo começou a se desfazer. Um iene mais forte reduz liquidez disponível para apostas alavancadas em criptomoedas. O Bitcoin reagiu rapidamente a esse cenário. Dados mostram correlação negativa de curto prazo com ações de tecnologia e até com o ouro.
Além do fator macro, o mercado sofreu um forte choque nos derivativos. O Bitcoin perdeu o suporte psicológico de US$ 90 mil, ativando liquidações automáticas. O mercado liquidou mais de US$ 600 milhões em posições compradas em criptomoedas. Somente o Bitcoin respondeu por US$ 218,7 milhões desse total.
Com a queda, as taxas de financiamento dos contratos futuros perpétuos ficaram negativas. Esse movimento indicou venda em pânico entre traders alavancados. O volume negociado de Bitcoin cresceu 51%, atingindo US$ 46,7 bilhões. O dado confirma um cenário típico de capitulação de curto prazo.
Indicadores técnicos reforçaram essa leitura. O RSI caiu para 29,24, entrando em região de sobrevenda, historicamente associada a exaustão vendedora. Outro fator relevante veio do lado da oferta. Mineradores venderam cerca de US$ 172 milhões em Bitcoin ao longo do dia.
As vendas ocorreram após uma nova repressão da China contra a mineração. Autoridades fecharam aproximadamente 400 mil plataformas em Xinjiang. O fechamento reduziu o poder computacional da rede em cerca de 8%. Com custos elevados, mineradores buscaram liquidez imediata no mercado.
Historicamente, eventos de capitulação de mineradores pressionam o preço no curto prazo. Ao mesmo tempo, costumam marcar fundos locais relevantes.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados asiáticos recuaram, com bolsas como Tóquio e Seul caindo mais de 1%, refletindo nervosismo antes da divulgação de importantes dados econômicos dos EUA (incluindo relatório combinado de empregos e inflação que havia sido atrasado) e decisões de diversos bancos centrais.
O dólar permaneceu perto das mínimas de dois meses, enquanto o ouro subiu diante da aversão ao risco. O petróleo enfraqueceu devido a preocupações com oferta, e outros ativos de risco, como o Bitcoin, mantiveram preços pressionados em meio ao sentimento cauteloso. Com o Bitcoin cotado atualmente em cerca de US$86.000, a expectativa de curto prazo é neutra a levemente negativa.
A combinação de nervosismo no mercado global diante de dados macro críticos e incertezas sobre o caminho de juros em 2026 tende a reduzir o apetite por ativos voláteis como o BTC, mantendo o preço sob pressão. Mesmo com algum suporte técnico de dólar mais fraco e expectativas de cortes de juros, o sentimento de risco predominante impede uma recuperação robusta no curtíssimo prazo e favorece consolidação ou retrações adicionais, especialmente se dados dos EUA vierem mais fortes do que o esperado.
Bitcoin análise técnica
O analista e fundador da Outset PR, Mike Ermolaev, indica que no campo técnico, o mercado observa níveis importantes. O suporte imediato aparece em US$ 84.063, correspondente à retração de Fibonacci de 78,6%.
Se esse nível falhar, o risco de nova perna de baixa aumenta. Acima disso, o mercado tenta estabilizar o movimento. Apesar da queda, o debate sobre o futuro do Bitcoin permanece intenso. Nas redes sociais, o sentimento oscila entre medo extremo e otimismo estrutural.
Já Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, destaca que no campo técnico, a estrutura de mercado também se deteriorou. O Bitcoin falhou novamente em romper US$ 90 mil, perdendo o impulso recente e retomando um viés defensivo.
Indicadores de fluxo apontaram aumento da agressividade vendedora. O spot CVD entrou em território ainda mais negativo, refletindo pressão constante do lado da oferta. No mercado de derivativos, o ajuste ocorreu de forma controlada. O interesse em aberto nos futuros caiu, sugerindo redução de risco sem liquidações forçadas em larga escala.
“O que vemos é desalavancagem ordenada, não capitulação”, avaliou Misir. “Isso muda completamente a leitura do movimento.”
Ainda assim, os detentores de curto prazo enfrentam dificuldades. O indicador STH MVRV permanece entre 0,87 e 0,90, mostrando que compradores recentes seguem no prejuízo. O Bitcoin também negocia bem abaixo do preço realizado desses investidores, próximo de US$ 104 mil, criando uma barreira psicológica relevante para qualquer recuperação rápida.
“Enquanto esses níveis não forem reconquistados, o mercado tende a operar com cautela”, afirmou Misir. “Existe um peso emocional claro acima dos preços atuais.”
No curto prazo, o maior risco permanece ligado à política. Novos atrasos regulatórios podem intensificar perdas, especialmente se o Bitcoin perder a faixa entre US$ 84 mil e US$ 85 mil. Por outro lado, sinais de estabilização nos fluxos de ETFs ou uma retomada acima de US$ 90 mil poderiam indicar que a demanda institucional segue firme.
“O capital continua concentrado em Bitcoin, mesmo com a fraqueza do preço”, destacou Misir. “Isso sugere ajuste, não abandono.”
Portanto, o preço do Bitcoin em 16 de dezembro de 2025 é de R$ 469.176,10. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0019 BTC e R$ 1 compram 0,0000019 BTC.
As criptomoedas que estão registrando as maiores altas no dia 16 de dezembro de 2025, são: PinPin (PINPIN), XDC Network (XDC) e MYX Finance (MYX) com altas de 76%, 7% e 2% respectivamente.
As criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 16 de dezembro de 2025, são: Merlin chain (MERL), Aster (ASTER) e Midnight (NIGHT), com quedas de -17%, -12% e -11% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
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