A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta quinta-feira, 31/10/204, em R$ 416.091,64. Os touros estão em busca de uma nova alta histórica para o Bitcoin neste último dia do "Uptober", mas devem enfrentar um forte pressão de venda dos touros se romperem níveis acima de US$ 73 mil, caso tenham sucesso em vencer os ursos, a próxima parada deve ser em US$ 76 mil.
Olhando para o cenário macroeconômico, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, afirma que nos próximos dias, o mercado cripto ainda deve permanecer aquecido e algumas variáveis podem continuar impactando o mercado financeiro até o final do ano. Dois temas centrais estão no radar do mercado: a taxa de juros nos EUA e o cenário eleitoral americano.
Segundo ela, indicadores macroeconômicos importantes, como o número de vagas de emprego (JOLTS), o índice de inflação (PCE), o Payroll e a prévia do PIB, serão divulgados em breve e eles tendem a influenciar o mercado cripto, pois refletem a saúde da economia.
Além disso, um cenário ideal para investidores da renda variável seria um equilíbrio econômico, com a inflação controlada e baixo risco de recessão. Caso os dados sejam favoráveis, é provável que o otimismo impulsione o setor de criptomoedas. Por outro lado, qualquer desvio significativo nos resultados pode gerar volatilidade no curto prazo.
No próximo dia 7, o FED decidirá sobre um possível corte de 0,25% na taxa de juros – uma ação que pode modificar o cenário financeiro atual. Se confirmado, o corte deve favorecer o mercado da renda variável.
"As eleições presidenciais americanas também são um ponto de atenção para o mercado cripto, especialmente pela possível volta de Donald Trump, que se mostrou favorável à regulamentação dos criptoativos.
Com todos esses fatores em jogo, o Bitcoin e o mercado cripto estão em um ponto decisivo. A depender do cenário mais equilibrado para a economia com o juros em queda, inflação controlada e um possível retorno de Trump, o Bitcoin pode continuar em busca de novas altas históricas em dólar, fortalecendo a tendência de alta e o Bull Market de 2024", destaca
Análise técnica Bitcoin
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que na hipótese dessa barra do mensal fechar acima dos US$ 72 mil, será o maior fechamento mensal desde o halving do Bitcoin.
"A última zona de pressão no book é na base dos US$ 74 mil. Se o mercado conseguir ultrapassar essa faixa, possivelmente veremos o BTC ainda neste ano entre 90 a 96 mil dólares – e até, quem sabe, ultrapassar os US$ 100 mil. Minha análise, neste momento, é de um cenário muito favorável para o Bitcoin", afirmou.
Israel Buzaym, diretor de comunicação do Bitybank, destaca que o Bitcoin se aproximou recentemente de sua alta histórica de US$ 73.800, e em algumas exchanges até ultrapassou os US$ 73.500, antes de corrigir para o patamar atual de US$ 72.300, movimento que vem acompanhado por uma alta de 6% do dólar nos últimos 30 dias, o que mantém o preço do BTC em reais acima dos R$410 mil.
"Nos indicadores, minha expectativa após o teste da ATH é de uma possível correção mais acentuada, especialmente considerando o RSI, que mostra sobrecompra acima de 70 no gráfico diário e chega a 80 no gráfico de 4 horas, um sinal claro para os swing traders.
Uma correção para o nível dos US$ 67 mil no curto prazo, ou até mesmo para os US$ 60 mil no médio prazo, seria totalmente saudável para o movimento de alta, ajudando a aliviar os indicadores sem exageros e permitindo que o mercado construa uma base mais sólida para uma nova subida. Contudo, vale lembrar que, em períodos de bull run, o RSI pode permanecer tensionado enquanto o ativo continua subindo, impulsionado pelo FOMO e pelo interesse crescente dos investidores", disse.
Ele também aponta que o volume, por outro lado, ainda não chegou nem perto dos níveis observados na queda para US$ 49k em agosto, e está bem distante dos patamares do início de 2023, quando o BTC chegou a US$ 15k, marcando o fundo do ciclo atual, assim, isso sugere que ainda há um grande potencial para entrada de capital quando a nova onda de alta finalmente tomar força.
Os ETFs, com compras recentes de aproximadamente US$ 3 bilhões, mantêm uma demanda institucional robusta, enquanto dados onchain mostram níveis historicamente baixos de BTC nas exchanges, indicando que investidores estão confiantes e apostam na renovação da alta dos preços.
"Quando o BTC testa e consegue superar a ATH, essa barreira psicológica repleta de ordens de venda de investidores cautelosos com a volatilidade dos últimos meses, o mercado entra em uma fase de descoberta de preços. Nesse cenário, o mercado tenta encontrar novas máximas, o que pode gerar novos patamares de valorização", destaca Buzaym
Buzaym afirma também que a performance recente de algumas altcoins reforça sinais de uma possível "alt season" em formação. Solana (SOL) está acompanhando o ritmo de valorização do Bitcoin, com um crescimento de 20% nos últimos 30 dias, enquanto o Ethereum (ETH) subiu cerca de 9%, sugerindo que o ETH ainda pode ter espaço para liderar um novo movimento de alta entre as altcoins.
Tradicionalmente, o Ethereum tende a puxar o mercado alternativo quando começa a superar o Bitcoin em valorização, o que torna a moeda uma observação estratégica para quem busca potencial de crescimento.
"Outro indicador do aquecimento do mercado de altcoins é o desempenho impressionante das memecoins, que novamente estão chamando a atenção com ganhos de dois dígitos em 30 dias. Dogecoin subiu 52%, POPCAT 84% e MEW 75%, sinalizando uma retomada da febre das memecoins que vimos no início do ano. Esse cenário reforça o apetite por ativos especulativos e pode estimular uma nova onda de capital fluindo para altcoins de maior volatilidade, em um movimento de busca por retornos rápidos e alavancados", finaliza.
Já Pauline Shangett, CMO da ChangeNOW, afirma que o Índice de Força Relativa (RSI) é negociado em seu nível de sobrecompra de 70, mostrando forte momentum de alta. No entanto, os traders serão aconselhados a não aumentar suas posições em long, pois as chances de uma retração mais profunda do preço ainda existem. Outra opção é que o rali continue, e o RSI suba ainda mais para sobrecomprado e permaneça lá.
"Se o BTC mantiver seu ímpeto ascendente, ele pode em breve se recuperar para testar novamente sua próxima barreira-chave de US$ 73.777, a máxima histórica alcançada em meados de março. Um fechamento bem-sucedido acima desse nível pode abrir caminho para o BTC mirar o nível de extensão de Fibonacci de 141,40% (extraído da máxima de julho de US$ 70.079 para a mínima de agosto de US$ 49.072) em US$ 78.777", afirma.
Portanto, o preço do Bitcoin em 31 de outubro de 2024 é de R$ 416.091,64. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0024 BTC e R$ 1 compram 0,0000024 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 31 de outubro de 2024, são: Mog Coin (MOG), Pyth Network (PYTH) e Maker (MKR) com altas de 8%, 6,02% e 6% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 31 de outubro de 2024, são: Celestia (TIA), Ethena (ENA) e Stacks (STX), com quedas de -8%, -7% e -6,9% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão