O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 01/07/2025, está cotado em R$ 581.419,35. O BTC sofre com uma queda de quase 1%, voltando para US$ 106 mil, mas ainda dentro do range de negociação lateral que vem dominando o mercado. Aguardando um catalisador de alta, a criptomoeda deve permanecer entre US$ 104 mil e US$ 108 mil.

Bitcoin análise macroeconômica

A Strategy voltou a movimentar o mercado com mais uma grande aquisição de Bitcoin. Na semana passada, a empresa revelou a compra de US$ 531 milhões em BTC, elevando seu total para 597.325 bitcoins — o equivalente a quase 3% da oferta total da criptomoeda.

“O ritmo de acumulação pelas tesourarias corporativas está acelerando, e isso sustenta o suporte de longo prazo do Bitcoin. É um sinal claro para o investidor de varejo: haverá liquidez na saída”, avaliou Valentin Fournier, analista-chefe da BRN.

Apesar do movimento positivo, os fundos negociados em bolsa (ETFs) começaram a demonstrar sinais de esgotamento. Os produtos de Bitcoin atraíram apenas US$ 102 milhões em aportes recentes, número bem abaixo da média diária de US$ 300 milhões observada nas últimas semanas. No caso do Ethereum, os ETFs somaram apenas US$ 31 milhões, mesmo com aumento no volume de negociação.

“Há uma clara desaceleração no apetite institucional de curto prazo. Sem novos gatilhos, será difícil o Bitcoin romper os US$ 110 mil com força”, afirmou Fournier.

Para o médio prazo, o cenário permanece construtivo. A BRN reduziu levemente sua exposição, priorizando proteção de capital, mas ainda mantém uma visão positiva, especialmente em altcoins que ficaram para trás no recente rali.

Atualmente, a carteira da BRN está posicionada assim:

  • 75% em BTC – alocação principal, com fundamentos intactos

  • 15% em caixa – para flexibilidade diante da volatilidade

  • 7% em ETH – reduzido devido à queda no fluxo

  • 3% em SOL – mantido por força relativa e perspectiva positiva

“Mesmo com o fôlego curto no curto prazo, os sinais estruturais seguem positivos. Estamos atentos, mas otimistas”, concluiu Fournier.

Bitcoin análise técnica

Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, afirma que o preço do Bitcoin segue trabalhando dentro da lateralização entre as faixas de preços de US$ 108.750 e US$ 106.400 desde o dia 25 de junho.

 Ao analisar o fluxo, podemos observar que o preço da principal criptomoeda do mercado está em uma zona de indecisão, pois o preço está testando uma forte resistência. Mas, apesar da resistência, o preço não recuou.

 “Se entrar força compradora rompendo a faixa de preço de US$ 108.750, os próximos alvos de curto e médio prazo estão nas regiões de liquidez dos US$ 109.300 e US$ 111.230. No entanto, caso ocorra reversão do movimento fazendo com que a lateralização seja rompida para baixo, os suportes de curto e médio prazo estão nas faixas de preços de US$ 105.500 e US$ 94.700”, disse.

Guilherme Prado, country manager da Bitget, destaca que o mercado segue em “Bitcoin season”, com o índice de altseason em 18, indicando dominância do BTC sobre as altcoins.

No curto prazo, analisando o preço, o viés predominante do mercado é positivo - bullish - desde que o suporte em US$ 107.000 se mantenha e haja fechamento convincente acima de US$ 108.000–109.000.

Existe um risco de possível realização de lucros ou correção técnica caso o Stoch RSI sobrecomprado se confirme, especialmente se perder US$ 106.000. Se o Bitcoin romper US$ 110.000, pode acelerar para US$ 115.000–120.000 devido ao acúmulo de shorts e potencial short squeeze. Por outro lado, a perda de US$ 106.000 pode acionar liquidações e buscar US$ 104.000 ou abaixo”, destacou.

Já Israel Buzaym, Country Manager da Bybit, destaca que o Bitcoin inicia a semana em um movimento de consolidação, negociado próximo de US$ 107.800, com o mercado aguardando definições macroeconômicas e sinais técnicos mais claros.

Segundo ele, o suporte imediato está em US$ 103.000 e a resistência relevante em US$ 112.000; enquanto o preço permanecer entre esses níveis, o cenário é neutro, favorecendo lateralização. O apetite institucional segue firme, com empresas como a MicroStrategy ampliando posições em BTC, enquanto notícias sobre uma possível reserva estratégica de Bitcoin pelo governo dos EUA geram otimismo de médio prazo.

Por outro lado, a cautela prevalece diante da expectativa por decisões do Federal Reserve sobre juros, que podem impactar o apetite por ativos de risco. Caso o BTC perca o suporte de US$ 103.000, pode buscar níveis mais baixos, como US$ 97.000 ou US$ 93.000. Já uma quebra da resistência em US$ 112.000 abriria espaço para alta mais consistente. Portanto, o curto prazo é de atenção, com o mercado monitorando fatores macroeconômicos e o comportamento técnico do preço”, reforçou.

O que esperar para julho

Para Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que a realização de lucros está aumentando novamente. Ontem, os lucros realizados do BTC atingiram US$ 2,46 bilhões, enquanto a média móvel simples (MMS) de 7 dias subiu para US$ 1,52 bilhão.

Segundo ele, isso está acima da média acumulada no ano de US$ 1,14 bilhão, mas ainda bem abaixo dos picos de cerca de US$ 4-5 bilhões (MMS) observados entre novembro e dezembro de 2024.

Com, isso, o mercado cripto fechou junho em alta, com o Bitcoin saltando de US$ 101 mil para mais de US$ 107 mil. A melhora no apetite por risco global, somada à percepção de que o Fed pode manter os juros estáveis por mais tempo, ajudou a impulsionar esse movimento. Dados do PIB e da inflação PCE dos EUA reforçaram essa leitura, favorecendo ativos de risco.

“Estamos vendo a criptoeconomia deixar a adolescência e entrar em sua fase adulta, com capital mais seletivo, regulação mais presente e integração crescente ao sistema financeiro tradicional”, disse Luiz Calado, especialista em cripto e planejador CFP pela Planejar

Apesar do cenário mais positivo, o investidor deve seguir atento às incertezas políticas nos EUA, especialmente após as críticas de Trump ao Fed, o que pode elevar a volatilidade no curto prazo.

“O sentimento do mercado também mudou: o Índice de Medo e Ganância passou para “ganância moderada”, indicando retomada seletiva de posições, embora com volumes ainda contidos e dominância do BTC elevada. Julho promete ser movimentado, com foco na inflação dos EUA e na reunião do Fed no dia 18”, disse Sarah Uska, analista de Criptoativos do Bitybank.

Consolidação ou alta

Isac Honorato, CEO do Cointimes, aponta que o primeiro semestre de 2025 foi marcado por um movimento claro de defesa no mercado cripto. Enquanto altcoins como Ethereum e Solana recuaram, o Bitcoin avançou 13% e se consolidou como o grande porto seguro do setor. Para ele, o comportamento dos ativos reflete uma maturidade do investidor diante de um cenário macro ainda instável.

“O BTC segurou o setor inteiro. O capital institucional buscou segurança em meio à alta dos juros reais, incertezas fiscais nos EUA e um ambiente global em transição. O Bitcoin respondeu a isso como o ativo mais resiliente e foi onde o dinheiro permaneceu”, avalia Isac.

Historicamente, o mês de julho tende a ser morno para o Bitcoin, com variações médias próximas a 6%. Mas isso, segundo Isac, pode esconder oportunidades estratégicas.

“Se os fluxos institucionais continuarem entrando via ETFs e tesourarias, podemos ver uma aceleração moderada. Mas também é possível que o mercado opte por lateralizar antes de buscar novas máximas no segundo semestre”, explica.

Segundo ele, mesmo com a queda de 25% no semestre, o Ethereum mostrou sinais de recuperação com a entrada de quase US$ 3 bilhões em fundos e novas aplicações em camada dois. Já a Solana, com alta de 16% na última semana, pode ser a surpresa do semestre, segundo Isac.

“O mercado ama narrativas. Se o Ethereum conseguir romper os US$ 2.700 com volume, a narrativa muda. E a Solana pode se beneficiar com o hype de novos ETFs e integrações. Mas o investidor precisa separar o que é momento técnico e o que são fundamentos de longo prazo.”

O índice de small caps cripto teve perdas de até 30% no semestre, e para Isac, ainda não há sinais consistentes de reversão.

“O segundo semestre costuma ser mais favorável, mas ainda é cedo para se expor em ativos sem liquidez ou com baixa tração. O foco deve estar em projetos sólidos e com fluxo institucional. O investidor inteligente usa o primeiro semestre para sobreviver. E o segundo, para multiplicar. O mercado cripto vai continuar separando quem tem estratégia de quem só aposta.”, finaliza.

Para o analista e fundador da Outset PR, Mike Ermolaev, o Bitcoin enfrenta um momento decisivo, com indícios técnicos de um possível padrão de fundo duplo no gráfico horário e sinais mistos nos dados de rede.

“O gráfico mostra claramente a formação de um fundo duplo local. Se o preço romper abaixo da linha de pescoço, o Bitcoin pode cair para US$ 105 mil”, explicou o especialista.

Enquanto isso, o volume de transferências da rede Bitcoin permanece estável em US$ 58,7 bilhões, valor que representa o meio do intervalo histórico entre US$ 40 bilhões e US$ 80 bilhões, observado desde janeiro de 2024. Esse intervalo tem servido como termômetro da atividade fundamental da rede e do capital circulando entre os participantes do mercado.

“Esse equilíbrio no volume mostra um estado neutro do mercado, semelhante ao que vimos em meados de 2021, antes de movimentos mais expressivos. É uma espécie de zona de consolidação”, comentou Ermolaev.

O analista destaca que, historicamente, volumes próximos de US$ 80 bilhões coincidiram com topos locais — como nos US$ 70 mil e US$ 100 mil. Já quando o volume se aproximou de US$ 40 bilhões, o mercado perdeu força, mas foi rapidamente absorvido por compradores.

“O patamar atual indica uma condição estável. Se o volume subir além de US$ 80 bilhões, veremos entrada de capital e retomada da alta. Mas uma queda abaixo de US$ 40 bilhões seria sinal de alerta, podendo indicar uma correção mais forte”, alertou.

Com isso, o Bitcoin permanece em compasso de espera. A estrutura técnica aponta risco de queda, mas a rede ainda mostra saúde. O comportamento do volume nos próximos dias pode definir se o mercado seguirá em alta ou entrará em correção mais acentuada.

Portanto, o preço do Bitcoin em 01 de julho de 2025 é de R$ 581.419,35. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 01 de julho de 2025, são: Bitcoin Cash (BCH), Algorand (ALGO) e Kaia (KAIA) com altas de 6%, 4% e 2% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 01 de julho de 2025, são: Tokenize Xchange (TKX), SPX6900 (SPX) e Arbitrum (ARB) com quedas de -13%, -9% e -8% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão