O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta quinta-feira, 12/06/2025, está cotado em R$ 601.484,26. Os touros fraquejaram e o BTC caiu para US$ 107 mil, mas ainda mantém a perspectiva de alta buscando romper com US$ 1110 mil.

Bitcoin análise macroeconômica

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, aponta que o dólar registra queda no mercado à vista, refletindo o alívio inflacionário nos Estados Unidos e a maior disposição global ao risco após avanços nas negociações comerciais entre EUA e China.

A desaceleração do índice de preços ao consumidor americano (CPI) fortalece as expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, o que pressiona a moeda americana no cenário internacional medido pelo índice DXY que devolve os ganhos acumulados na semana. No Brasil, o real se valoriza diante do diferencial de juros ainda elevado e em torno das expectativas de medidas fiscais voltadas ao corte de gastos públicos”, afirma.

Já André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados globais iniciaram o dia em queda, pressionados pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. Mesmo com a notícia positiva de um possível novo acordo bilateral entre EUA e China sobre a exportação de terras raras, o ceticismo dos investidores resultou em recuos nos principais índices asiáticos.

O dólar atingiu seu menor nível desde abril, o ouro seguiu em alta, e o petróleo permaneceu estável. Em contraste, o Bitcoin demonstrou resiliência, sustentado por fortes entradas institucionais — os fundos cripto atingiram um recorde histórico de US$ 167 bilhões em ativos sob gestão, refletindo um movimento de diversificação em meio à instabilidade global.

“A tendência de curto prazo para o Bitcoin segue positiva: apesar do cenário de aversão ao risco provocado pelas tensões geopolíticas, a moeda laranja vem se destacando como um ativo alternativo de proteção”, afirmou.

Stablecoins como novo motor econômico

Além disso, a aprovação do GENIUS Act no Senado dos Estados Unidos marcou um ponto de inflexão para o mercado de stablecoins. Com 68 votos a favor, o projeto define pela primeira vez regras claras sobre lastro, auditoria e emissões, sinalizando que Washington busca assumir o protagonismo regulatório no universo cripto.

“Essa é a primeira vez que o Congresso americano aprova um projeto tão robusto sobre stablecoins. O recado é claro: o dólar digital não quer apenas sobreviver, ele quer dominar o mercado global de criptoativos”, afirma Isac Honorato, CEO do Cointimes.

Até recentemente, o Senado era apontado como principal obstáculo às reformas cripto nos EUA. A aprovação com apoio bipartidário, entretanto, reflete uma mudança de postura motivada pelo desejo de atrair capital institucional e reforçar a força do dólar frente a moedas digitais de outras nações, como o yuan digital.

“Com a eleição de Trump e sua equipe demonstrando apoio público ao projeto, a regulação das stablecoins ganha tração política e econômica. A promessa de sanção antes de agosto reforça a urgência e a importância desse movimento”, destaca Honorato.

O mercado de stablecoins já supera US$ 240 bilhões em valor circulante, com uso crescente em pagamentos, remessas e finanças descentralizadas. Ainda assim, a ausência de um arcabouço legal claro limitava a participação de grandes instituições financeiras.

“Com o GENIUS Act, o jogo muda. Emissores ganham respaldo legal, usuários têm mais segurança, e os grandes fundos, que estavam à margem, finalmente terão um caminho regulamentado para operar nesse ecossistema”, avalia o analista.

Ao exigir lastro 100% em ativos líquidos e permitir a emissão por empresas não financeiras, o texto institucionaliza o dólar digital como infraestrutura chave da nova economia. Para Honorato, a medida indica uma “reinvenção” da moeda americana, transformando-a na base financeira do mundo cripto.

“É como se o dólar estivesse passando por uma reinvenção. Mas, ao invés de desaparecer, ele está se transformando na principal infraestrutura financeira do novo mundo cripto. E isso muda tudo”, conclui o executivo.

Bitcoin análise técnica

Diante desta perspectiva positiva, Taiamã Demaman, analista-chefe da Coinext, destaca que o dado de inflação mensal dos EUA, apesar de maior que abril, vieram abaixo do esperado, o que pode contribuir para alimentar a alta. No entanto, a incerteza sobre o impacto tarifário ainda deve manter o Fed cauteloso. Com isso, a reunião do FOMC, no dia 18, será fundamental para uma leitura precisa. 

Segundo ele, o dia 13 ajudará a prever o movimento, já que, historicamente, o fechamento diário da sexta-feira anterior à decisão do Fed costuma dar a indicação de como será o trimestre seguinte.

Se o BTC fechar a semana acima de US$108 mil ou alcançar novamente os US$112 mil, o caminho para novo recorde em US$116 mil é consolidado. Ainda que se mantenha entre US$104 mil e US$108 mil, o cenário é promissor para junho. Apenas a perda dos US$104 mil sinalizaria uma queda maior, até os US$101 mil, postergando o novo recorde, que mesmo assim não seria suficiente para mudar a perspectiva de alta, visto os demais fatores que contribuem para o cenário positivo.". afirma.

No âmbito dos fundos negociados em bolsa (ETFs), as entradas em Ethereum surpreenderam: enquanto os ETFs de Bitcoin registraram inflows de US$ 165 milhões — valor inferior aos picos dos últimos dias –, os de Ethereum atingiram US$ 240 milhões, marcando o maior volume semanal em semanas e evidenciando uma confiança institucional crescente na segunda maior criptomoeda.

“O fluxo robusto de ETH reflete o fortalecimento do apetite institucional por alternativas ao Bitcoin, e esse movimento deve posicionar o Ethereum como protagonista da próxima perna de alta”, avalia Valentin Fournier, Analista de Pesquisa Líder na BRN

Apesar dos dados favoráveis de inflação e dos ingressos significativos em ETFs, o mercado de criptoativos não sustentou a alta: a capitalização global caiu 1,8%, para US$ 3,39 trilhões; o Bitcoin recuou 1,6%, negociado a US$ 107.900; o Ethereum caiu 1%, para US$ 2.770; e o Solana apresentou desempenho ainda mais fraco, com queda de 4%, cotado a US$ 159.

“Esse movimento reflete realização de lucros próximo a resistências técnicas e não aponta fraqueza estrutural”, explica o analista. “Vemos nesse recuo uma fase saudável de consolidação e acumulação, especialmente se o Bitcoin validar suporte acima de US$ 103 mil.”

Posicionamento recomendado pelo analista:

  • Caixa (10%): Reduzida novamente, considerando o cenário macro favorável e os fluxos de fundos.

  • Bitcoin (65%): Mantém-se como âncora de portfólio; suporte em US$ 103 mil e resistência em US$ 110 mil.

  • Ethereum (20%): Posição reforçada; expectativa de liderança de alta sustentada pelos fluxos institucionais.

  • Solana (5%): Exposição de alto beta; monitorar oportunidades de compra após o recente declínio.

Queda pode testar novos níveis

“Se o BTC continuar em queda, poderá estender a queda para testar novamente seu suporte diário em US$ 106.406. Um fechamento bem-sucedido abaixo desse nível pode estender a queda em direção à Média Móvel Exponencial (MME) de 50 dias em US$ 102.471”, aponta Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin.

Portanto, o preço do Bitcoin em 12 de junho de 2025 é de R$ 601.484,26. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 12 de junho de 2025, são: SPX6900 (SPX), WhiteBIT Coin (WBT) e OKB (OKB), com altas de 11%, 4% e 1% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 12 de junho de 2025, são: Gate.io (GT), Artificial Superintelligence Alliance (FET) e Chainlink (LINK), com quedas de -7%, -6% e -5% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão