A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta quinta-feira, 22/05/2025, em R$ 625.359,39. Os touros elevaram o preço do BTC em mais 5%, levando o ativo a superar a marca de US$ 110 mil, registrando uma nova máxima histórica.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, Bitcoin, aponta que os mercados globais iniciam a madrugada em queda apos enfrentarem um dia de turbulência, com os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA atingindo as maiores máximas em 18 meses, impulsionados por preocupações fiscais relacionadas a um projeto tributário que pode aumentar a dívida nacional em até US$ 3,8 trilhões.
De acordo com ele, esse cenário gerou aversão ao risco, fazendo o dólar recuar para o menor nível em duas semanas, enquanto uma emissão de US$ 16 bilhões em títulos de 20 anos teve baixa demanda. Em contraste, o Bitcoin voltou a atingir sua máxima histórica, impulsionado pela busca por ativos alternativos diante da crescente incerteza econômica. O ouro também se valorizou, reforçando sua posição como ativo de segurança.
“O aumento da aversão ao risco nos mercados tradicionais e o enfraquecimento do dólar têm um impacto extremamente positivo para o Bitcoin no curto prazo, já que esses fatores estão impulsionando a demanda por ativos alternativos”, disse.
Já Beto Fernandes, analista da Foxbit, o sentimento de alta vem desde as negociações para uma cessar fogo entre Ucrânia e Rússia até a construção de uma proposta de um acordo comercial pela União Europeia com os Estados Unidos.
Segundo ele, esse ânimo mais leve dentro do mercado permitiu fluxos de capital mais intensos para a criptomoeda. Isso é observável nos ETFs, que já registram mais de US$ 3,6 bilhões em entradas este mês – valor não visto desde janeiro.
Fernandes aponta que com essa injeção de capital, quem apostou na queda acabou sofrendo os impactos. No mercado de derivativos, por exemplo, a gente viu a liquidação de mais de US$ 300 milhões em contratos futuros nas últimas 24 horas. Desse total, US$ 200 milhões foram de posições vendidas, ajudando o BTC na renovação dos topos.
“Nesse fundamento da demanda crescente, mais um player dá sinais de entrada. Hoje, a Câmara do Texas aprovou a terceira leitura do projeto que cria uma reserva de BTC estratégica. O documento vai para o Governador que pode sancionar ou vetar lei. Caso aprovado, podemos ver uma "instituições" grande fazendo aportes neste mercado”, afirma
Bitcoin análise técnica
Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, alerta que US$ 3 bilhões em shorts de Bitcoin serão liquidados se o BTC atingir US$ 120.000
“O Bitcoin está a caminho de sua primeira Cruz de Ouro desde outubro. A última fez os preços dispararem 46% nos próximos 2 meses, então acredito que veremos muitos shorts liquidados em breve”, disse.
“Diante deste cenário de alta, mantemos uma exposição elevada a ativos digitais, com foco em altcoins de alto potencial beta, mas estamos preparados para uma eventual correção após esse rompimento.”, disse Valentin Fournier, analista-chefe da BRN.
Atualmente, a alocação do BRN está dividida entre 15% em caixa, para eventuais oportunidades ou proteção diante da volatilidade, 50% em Bitcoin, pela força institucional, 20% em Ethereum, que apesar de recente protagonismo, agora esfria, e 15% em Solana, que pode surpreender com a decisão da SEC mais adiante.
Considerando o curto prazo, estou bastante otimista com o desempenho do Bitcoin até o fim de 2025 e início de 2026. Estamos em um ciclo de forte expansão institucional, e acredito que novas máximas históricas estão no radar. É possível que o BTC ultrapasse os US$ 140 mil ainda este ano, com potencial para atingir entre US$ 200 mil e US$ 250 mil até o fim do ciclo atual”, afirma Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que o BTC está subindo após bater na resistência do triângulo rompido e transformá-lo em suporte.
“O movimento acima de US$ 108 mil confirma o controle de alta, agora visando a zona de resistência de US$ 120 mil. A estrutura permanece fortemente otimista, mantendo-se acima do canal”, afirmou.
Bitcoin nova máxima histórica
Ney Pimenta, fundador do Bitybank, destaca que diferentemente das altas anteriores, que foram impulsionadas principalmente por fatores internos do mercado cripto, como o halving e a adoção institucional, esta nova máxima histórica do Bitcoin reflete uma mudança no cenário macroeconômico global.
“O alívio nas tensões comerciais e o avanço na construção de um ambiente regulatório mais sólido estão trazendo uma nova camada de legitimidade ao mercado de criptomoedas. Estamos vendo o Bitcoin sair do universo da inovação para ocupar espaço real na política econômica global.” afirmou.
O CEO da Coinext, José Artur Ribeiro, destacou que o Long/Short Ratio abaixo de 1 desde abril mostra que ainda há muitas posições vendidas, ou seja, o mercado está fragilmente vendido em um contexto de forte pressão compradora. Isso cria um ambiente perfeito para novas liquidações que alimentam o movimento de alta.
“Se o Bitcoin conseguir sustentar esse fechamento semanal acima da máxima histórica, há espaço técnico para buscar os US$116 mil, com possibilidade de estender até US$122 mil nas próximas semanas. É um ciclo claramente construtivo, com fundamentos sólidos e uma dinâmica que pode surpreender positivamente se o fluxo institucional continuar firme”. analisou.
Já Guilherme Sacamone, gerente geral da OKX Brasil, também aponta que a última alta do Bitcoin não é apenas especulativa; ela representa uma grande mudança na forma como as instituições, empresas e indivíduos pensam sobre a preservação do capital.
“Não há um fator único que impulsione o Bitcoin, mas uma confluência de vários fatores, desde estratégias de reserva soberana até ações corporativas como a iniciativa de tesouraria de US$ 8 bilhões da Strive, influxos crescentes de ETFs e incerteza macroeconômica e geopolítica, sem mencionar os sinais regulatórios cada vez mais favoráveis. Combine tudo isso com a escassez inerente do Bitcoin e isso cria um ambiente perfeito para essa nova alta", disse.
Sentimento de alta
David Carvalho, fundador e CEO da Naoris Protocol, afirma que ver o Bitcoin atingir uma nova máxima histórica mostra o quanto este espaço evoluiu, de uma ideia simples para uma classe de ativos de trilhões de dólares, abraçada por gigantes financeiros como a BlackRock — agora o segundo maior detentor de BTC.
Já Nic Puckrin, analista cripto, investidor e fundador do The Coin Bureau, destaca que após meses de luta, o Bitcoin finalmente superou sua máxima histórica anterior, e a cereja no bolo foi que ele fechou ontem à noite acima desse nível. E, desta vez, realmente é diferente — este rali parece muito mais sustentável do que o que vimos em janeiro, que foi impulsionado em grande parte por esperanças irreais sobre o impacto da presidência de Trump no mercado de ativos digitais.
“Agora que estamos em território de descoberta de preço, poderíamos ver um movimento relativamente rápido em direção aos US$ 120 mil, embora provavelmente haja alguma resistência por volta dos US$ 115 mil, à medida que os traders realizem lucros. No longo prazo, porém, não acho que alguém acredite que o Bitcoin tenha atingido seu teto neste ciclo, com US$ 150 mil ainda sendo meu cenário base”
Segundo ele, os fluxos de ETFs, a volatilidade implícita das opções de Bitcoin e as tendências de busca no Google permanecem relativamente contidas em comparação com a última vez que o BTC ultrapassou a marca de US$ 100 mil, o que sugere que a euforia ainda não se instalou. Vai ficar mais volátil quando passarmos dos US$ 120 mil, mas ainda haverá espaço para o BTC subir mais. Além disso, no nível macro, estou convencido de que vimos apenas a ponta do iceberg em termos de liquidez global entrando no mercado.
“A ressalva é que isso não significa que o Bitcoin vai disparar 360%, como fez em 2017, ou que as previsões de preço de BTC entre US$ 300 mil e US$ 600 mil neste ciclo sejam realistas. Quanto mais perto chegarmos do topo, mais veremos essas manchetes, e mais volátil o mercado se tornará. Investidores com menos experiência no mercado cripto devem ter cuidado para não serem levados por esse hype. É sempre exagerado — essa é a única coisa que é 100% garantida”, afirmou.
Portanto, o preço do Bitcoin em 22 de maio de 2025 é de R$ 625.359,39. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 22 de maio de 2025, são: Fartcoin (FARTCOIN), dogwifhat (WIF) e Hyperliquid (HYPE) com altas de 20%, 19% e 17% respectivamente .
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 22 de maio de 2025, são: Tokenize Xchange (TKX), Kucoin (KCS) e Nexo (NEXO), todas com quedas de -0,1%. respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão