A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta sexta-feira, 28/03/2025, em R$ 491.035,24. Os touros não conseguiram segurar a alta do BTC e ao invés de um teste na resistência de US$ 90 mil, houve um queda de 2% colocando em risco o suporte de US$ 85 mil.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que o Bitcoin está com dificuldades para sair da estagnação de preços essa semana. Ainda há muitos entraves para que o mercado renove sua demanda compradora, mantendo tudo muito frio e com volumes de negociação bem mais baixos.

Na macroeconomia, até houve possíveis gatilhos. A apresentação do PIB dos Estados Unidos confirmou o recuo. Porém, a queda foi menos agressiva do que o mercado esperava. Ao mesmo tempo, os pedidos por seguro-desemprego vieram ligeiramente abaixo dos registrados na semana anterior.

"Ou seja, o que poderia trazer uma percepção de queda econômica mais forte para o país e uma pressão maior para o corte de juros acaba ficando menos viável neste momento. Entretanto, o jogo ainda pode virar, caso o índice PCE, amanhã, mostre mais um recuo da inflação. Até lá, o mercado não deve, de fato, fazer nenhum movimento agressivo, confirmando que o apetite ao risco está bastante limitado neste período de indecisões. Lembrando ainda que em 2 de abril, as tarifas de Trump devem entrar em vigor, ainda sem uma clareza sobre como e onde elas serão aplicadas", disse.

Innokenty Isers, CEO da Paybis, também aponta que o cenário macroeconômico está complicado para o BTC. Segundo ele, o mercado global é altamente sensível às políticas monetárias definidas pelas principais economias, principalmente os Estados Unidos. Dada a forte concentração de investidores em ações de tecnologia, mudanças nas políticas comerciais e intervenções governamentais que influenciam índices importantes como o Nasdaq Composite criam efeitos cascata nos mercados financeiros.

Isers aponta que essa correlação se aprofundou recentemente com empresas como a Strategy e a RIOT Platforms, que tiveram grande exposição à negociação de Bitcoin na Nasdaq. Desde a posse presidencial dos EUA, a perspectiva do Bitcoin mudou de uma proteção confiável contra a inflação para um ativo mais arriscado com uma perspectiva de alto crescimento de longo prazo. 

Assim, com sua volatilidade relativamente maior, investidores avessos ao risco podem favorecer proteções alternativas contra a inflação em vez do Bitcoin. Considerando o período mais longo da guerra comercial e a inflação potencial que surgirá, a alocação de capital para o BTC como proteção contra a instabilidade econômica pode ser reduzida. Após o arrefecimento parcial nas tensões comerciais, os produtos de investimento em Bitcoin recuperaram um influxo massivo de US$ 724 milhões na semana passada.

"No entanto, a nova implementação de tarifa de 25% para automóveis pode reverter essa tendência daqui para frente. Como o presidente dos EUA fez movimentos decisivos de aumento de tarifas, países e principais parceiros comerciais estão prontos para implementar medidas retaliatórias também. No entanto, tarifas não são sanções, e o caso de uma mudança para Bitcoin ou stablecoins no comércio global pode ser rebuscado", afirmou.

Análise gráfica preço do Bitcoin

O fornecimento de Bitcoin mantido por detentores de longo prazo atingiu cerca de 63%. Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que caso o BTC perca o suporte de US$ 80 mil e trabalhe abaixo disso pode haver uma queda mais profunda. O Bitcoin indo retestar o último topo que foi rompido, que seria na base dos US$ 74 mil/ US$ 72 mil.

"Mas, por enquanto, a configuração do BTC dentro da proteção de preço dos US$ 79 mil/ US$ 80 mil, fazendo topos e fundos ascendentes respeitando esse canal. Então, o indicado é que o operador trabalhe as compras no toque do fundo do canal e faça as vendas no toque do topo desse canal – é exatamente desse jeito que estamos trabalhando aqui

Nesse instante estamos neutros. Acreditamos que, no momento que o SP&500, que está corrigindo, parar de cair e voltar a subir, o BTC também fará uma nova puxada de alta, e o próximo alvo agora que o BTC precisa pagar está ali na base de US$ 89.800 até US$ 90 mil. Seria o alvo ali que seria a próxima resistência que o Bitcoin estaria enfrentando", disse.
 

Rafael Bonventi, analista da Bitget, destaca que o Bitcoin segue segurando acima dos principais níveis de suporte dentro de um padrão de cunha ascendente, mantendo a estrutura de alta apesar de um recuo recente. No entanto, segundo ele, o nível crítico de suporte em US$ 86.190 precisa se manter para que o movimento de alta continue.

"Tivemos um pavio que passou brevemente abaixo desse nível, mas nenhuma vela horária fechou abaixo, mostrando que os touros defenderam forte no suporte de 50% de Fibonacci e na linha de tendência. Se esse nível for perdido, o próximo suporte chave está em US$ 83.200, com o fundo de 21 de março sendo a última linha de defesa antes de uma correção maior. Já no lado da resistência, US$ 92.000 é a zona crucial a ser rompida para liberar mais espaço para a alta. Além disso, a linha de tendência descendente vermelha ainda impõe um desafio para os compradores", afirma.

Bonventi também aponta que na estrutura de Elliott Wave, o BTC ainda pode estar formando um padrão diagonal, sugerindo que uma onda 5 de alta pode estar a caminho! Se conseguirmos cinco ondas claras para cima, isso confirmaria a continuação da tendência de alta.

"Mas atenção: se US$ 86.190 for rompido com força, o cenário começa a ficar complicado, podendo abrir espaço para uma correção mais profunda. Enquanto os recuos permanecerem em três ondas, o viés de alta continua no radar. Neste momento, o BTC está em um ponto de inflexão crítico, com os traders de olho em US$ 86.190 como suporte fundamental e US$ 92.000 como a grande resistência a ser rompida para confirmar uma nova perna de alta", afirmou.

Já Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, afirma que BTC rompeu uma linha de tendência de alta formada a partir de mínimas anteriores e também quebrou para baixo um padrão triangular de consolidação — o que abre espaço para novas quedas.

“Estamos negociando abaixo das médias móveis exponenciais (EMAs), o que indica fraqueza no momento,” destacou Ermolaev. “Além disso, vemos várias divergências de baixa no RSI, que já opera abaixo da marca de 30, o que confirma o sentimento negativo.”

Com base nesse cenário, o analista sugeriu uma ideia de venda (short) com entrada na região atual e um stop de proteção em torno de US$ 86.940. “Se o mercado cair até a região dos US$ 77.000, estamos falando de uma relação risco-retorno de até 7,5 vezes, o que torna a operação bastante atrativa,” explicou.

Ainda de acordo com Ermolaev, o primeiro objetivo de queda está em US$ 83.540, oferecendo cerca de duas vezes o retorno sobre o risco inicial. Depois disso, há potenciais alvos em US$ 81.000 e US$ 77.000, ampliando ainda mais o ganho potencial.

“O rompimento foi consistente, e há uma boa confluência de níveis de suporte que pode ser explorada nessa estrutura de queda,” concluiu.

Portanto, o preço do Bitcoin em 28 de março de 2025 é de R$ 502.729,89. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0019 BTC e R$ 1 compram 0,0000019 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 28 de março de 2025, são: Cronos (CRO), Toncoin (TON) e DeXe (DEXE), com altas de 4%, 3% e 2% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 28 e março de 2025, são: Ethena (ENA), Lido Dao (LDO) e Stacks (STX), com quedas de -10,3%, -10,2% e -10% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão