Principais pontos:
- Bitcoin fica atrás enquanto investidores migram para ações após EUA e China fecharem um acordo que pode encerrar a atual guerra comercial.
- As condições macroeconômicas estão se afastando dos investimentos em ouro e retornando para as ações.
O Bitcoin (BTC) atingiu seu preço mais alto em mais de três meses, chegando a US$ 105.720 em 12 de maio, mas não conseguiu manter o impulso de alta. Curiosamente, a queda para US$ 102.000 ocorreu após um alívio temporário no conflito tarifário entre EUA e China. Isso deixou os traders confusos sobre por que o Bitcoin reagiu negativamente a desenvolvimentos que pareciam positivos.
A trégua de 90 dias reduziu as tarifas de importação, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, observou que o acordo pode ser estendido, desde que haja um esforço genuíno e diálogo construtivo. Segundo o Yahoo Finance, os temas em discussão incluem “manipulação cambial”, “dumping de preços do aço” e restrições às exportações de semicondutores.
Parte da recente falta de impulso do Bitcoin pode ser atribuída aos ganhos de 24% nos últimos 30 dias, período em que os futuros do S&P 500 subiram 7% e o ouro permaneceu estável. Os investidores veem pouca razão para uma divergência adicional entre o Bitcoin e os mercados tradicionais, especialmente porque a correlação de 30 dias com o mercado de ações continua alta, em 83%.
Além disso, o Bitcoin agora superou a capitalização de mercado da prata e do Google, tornando-se o sexto maior ativo negociável do mundo.
A notícia de que a Strategy adquiriu mais 13.390 BTC entre 5 e 11 de maio também levantou preocupações entre investidores. Com a BlackRock e a Strategy juntas detendo 1,19 milhão de BTC, cerca de 6% da oferta circulante, alguns traders temem que a empresa de Michael Saylor seja em grande parte responsável por sustentar o preço.
Críticos como Peter Schiff preveem que o preço médio de compra cada vez mais elevado da Strategy pode, eventualmente, levar a prejuízos e forçar a empresa a vender parte de suas reservas para cobrir custos de empréstimos. No entanto, esse cenário parece improvável, já que a empresa dobrou seu limite de captação de capital em US$ 21 bilhões em ações e outros US$ 21 bilhões em dívidas.
Bitcoin desacelera enquanto eventos macroeconômicos favorecem ações em vez do ouro
Embora os traders muitas vezes foquem em eventos específicos do Bitcoin, a razão mais provável para a fraqueza próxima dos US$ 105.000 são as condições macroeconômicas mais amplas. Apesar da pausa nas tarifas beneficiar diretamente o mercado de ações, o efeito em ativos escassos como o Bitcoin é um pouco negativo. Por exemplo, o ouro caiu 3,4% em 12 de maio, à medida que a demanda por ativos de refúgio diminuiu.
O ouro geralmente mostra uma correlação inversa com o Índice do Dólar Americano (DXY), que subiu para seu nível mais alto em 30 dias em 12 de maio. O fortalecimento do dólar americano sinaliza confiança dos investidores, apesar da queda de 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre dos EUA e do salto de 6,1% nas vendas de casas pendentes em março em comparação com o mês anterior.
A falta de convicção entre investidores de Bitcoin quando os preços negociavam perto de US$ 105.000 se deve, ao menos em parte, à redução da demanda por ativos escassos, já que os investidores veem o mercado de ações como um beneficiário mais imediato e direto do acordo comercial entre EUA e China. Tarifas de importação mais baixas sugerem receitas mais altas e, potencialmente, margens de lucro melhores para as empresas.
Dado o impressionante fluxo de US$ 2 bilhões para os ETFs de Bitcoin spot dos EUA entre 1º e 9 de maio, a probabilidade de uma queda abaixo de US$ 100.000 continua baixa. A demanda consistente por Bitcoin após um ganho mensal de 24% aponta para uma adoção institucional, em vez de um FOMO impulsionado pelo varejo, o que é um sinal muito positivo para o preço.
Este artigo é apenas para fins informativos gerais e não se destina a ser, nem deve ser considerado, aconselhamento jurídico ou de investimento. As opiniões expressas aqui são exclusivamente do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Cointelegraph.