A exchange nacional Mercado Bitcoin anunciou a criação de uma campanha para ajudar a minimizar os estragos feito pelo desastre ambiental no Pantanal.

Assim a empresa anunciou a criação de uma carteira pública para a campanha de financiamento coletivo Brigada Alto Pantanal Haroldo Palo Jr para enfrentar o fogo que consome a região do Pantanal nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O objetivo do Mercado Bitcoin é trazer visibilidade à causa e arrecadar Bitcoins que serão revertidos em recursos para a iniciativa, que tem o apresentador Luciano Huck como padrinho e conta com o Instituto Homem Pantaneiro, ambientalistas, pesquisadores, empresários e entidades conservacionistas unidos em apoio ao Estado no combate às chamas.

Bitcoin

Segundo a empresa facilitar organizações que buscam apoiar causas sociais é uma das premissas do Mercado Bitcoin, que já se engajou com outras campanhas.

“Contribuir com uma causa tão importante fazendo uso da tecnologia blockchain, uma rede segura e pública aonde qualquer um pode acompanhar e auditar quanto está sendo arrecadado, em tempo real, está totalmente alinhado com o nosso propósito de democratizar o acesso a soluções inovadoras”, comenta Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin.

O endereço da carteira pública é 37EKMMNStPx14sFszJZLUy69nAKfn1PvuH que, no momento da escrita, já recebeu 5 transações totalizando 0.03330560 bitcoins.

Segundo o MB,  qualquer pessoa física ou jurídica com conta em exchanges de criptomoedas pode fazer a doação por meio de transferência.

Encerrando o período, o Mercado Bitcoin e a Brigada Alto Pantanal Haroldo Palo Jr. divulgarão o montante arrecadado a ser doado à campanha. 

Cenário preocupante

Imagens de satélite mostram que o cenário é preocupante: até o início de setembro deste ano, mais de 2.842.000 hectares, soma equivalente a 18,66% de todo o bioma, foram incinerados no Pantanal, maior planície alagável do planeta (segundo o IBGE, ocupa 15.169.200 hectares — ou seja, 1,78% do território nacional), Patrimônio Natural da Humanidade Unesco e Reserva da Biosfera.

“O fogo e a fumaça asfixiam a natureza e toda a economia do Pantanal. Sofrem o turismo, a pecuária, a pesca e as cidades e, por consequência, toda a população, como ribeirinhos, indígenas e produtores, além dos animais silvestres e o gado”, afirma o documentarista Lawrence Wahba, um dos idealizadores de uma campanha.

Segundo Angelo Rabelo, diretor de Relações Institucionais do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e coordenador deste projeto, a ideia de criar a brigada surgiu para apoiar o Estado, uma vez que a contratação de brigadistas pelo IBAMA e ICMBio ocorre de forma sazonal, entre julho e dezembro, e não consegue ter homens  suficientes para atuar nas regiões mais remotas e menos habitadas do Pantanal.

“Neste ano, os incêndios começaram em fevereiro. Então, contratamos brigadistas que já tinham experiência, pagando diárias para eles, até que, em julho, o Ibama contratou novas equipes. Assim, nossa proposta é preencher essas lacunas nas quais os brigadistas não estão mobilizados e, ao mesmo tempo, cumprir um papel de prevenção em locais que são de interesse estratégico para conservação, sobretudo em áreas públicas e distantes das cidades”, diz.

Para Filipe Cunha, coordenador da campanha, essa é uma questão urgente e ao mesmo tempo de longo prazo.

“Por isso, estamos levantando recursos simultaneamente em várias frentes e por questão de Compliance, periodicamente divulgamos relatórios de todos os valores recebidos. Nesse sentido, a carteira de bitcoins acaba sendo a fonte mais transparente de todas. Esperamos com esta campanha inspirar outras organizações a utilizarem deste recurso em captações futuras", revela.

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