A correlação entre Bitcoin e ouro está crescendo, com ambos os ativos fortalecendo suas reputações como proteções contra a incerteza macroeconômica, segundo o CEO da CryptoQuant, Ki Young Ju.
Em um post no X nesta terça-feira, Ju observou que a correlação BTC–ouro aumentou acentuadamente junto com a disparada do ouro para novas máximas históricas. “O ouro continua batendo novas ATHs. A correlação BTC–ouro está alta; a narrativa do ouro digital ainda está viva. A demanda por proteção contra a inflação não morreu”, escreveu.
De acordo com dados da CryptoQuant, a correlação BTC–ouro atualmente está acima de 0,85, em comparação com -0,8 em outubro de 2021. A correlação já havia atingido uma máxima histórica de cerca de 0,9 em abril do ano passado.
Bitcoin segue o caminho do ouro
Segundo Andrei Grachev, sócio-gerente da DWF Labs, a correlação também mostra como os investidores institucionais percebem o Bitcoin (BTC). “O capital naturalmente se desloca para ativos percebidos como reservas de valor estáveis”, disse ele.
Grachev comparou a trajetória do Bitcoin com a do próprio ouro, que passou de uma moeda ativa a uma reserva de riqueza. “O ouro já foi amplamente usado como meio de troca antes de se tornar principalmente uma reserva de valor. O Bitcoin parece seguir um caminho semelhante, o que explica por que seus movimentos de preço estão cada vez mais alinhados à dinâmica do ouro”, afirmou.
Ben Elvidge, chefe de aplicações comerciais da Trilitech e líder de produto da Uranium.io, disse que o Bitcoin atualmente tem mais utilidade como reserva de valor do que como meio de transferência, devido à sua escassez programática. “Isso ocorre porque seu potencial de valorização de capital superou sua facilidade de uso em pagamentos”, explicou.
Ouro e prata disparam para novas máximas
Na terça-feira, o ouro atingiu uma nova máxima histórica de US$ 4.179,48 por onça. O ouro à vista subiu 0,5%, chegando a US$ 4.128,49, enquanto os contratos futuros de ouro dos EUA para dezembro avançaram para US$ 4.158. O metal já acumula alta de 57% neste ano, impulsionado por riscos geopolíticos.
A prata também atingiu um recorde de US$ 53,60 antes de recuar para US$ 52,27, ampliando seu ganho anual para mais de 85%, superando o rali do ouro.
A disparada do ouro e da prata ocorre enquanto instituições financeiras adotam cada vez mais o “trade da desvalorização”, investindo em ativos que protegem contra a perda do poder de compra causada pela impressão contínua de dinheiro.
Na semana passada, o empresário Anthony Pompliano afirmou que “as instituições agora reconhecem que ninguém jamais vai parar de imprimir dinheiro”, o que está impulsionando a demanda por ativos escassos.