O preço do Bitcoin finalmente rompeu a faixa de consolidação e fechou abaixo de US$ 113.000, encerrando um período de 16 dias de estabilidade. A queda de 3,4% nesta semana aumenta a preocupação dos traders, que agora tentam entender se a retração indica um movimento passageiro ou o início de uma correção mais profunda.

O rompimento do suporte aconteceu logo após a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos de manter a taxa de juros inalterada entre 4,25% e 4,50%. Foi a quinta reunião seguida sem alterações, mesmo com a pressão do ex-presidente Donald Trump e aliados, que defendem uma redução nos custos de empréstimo.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central ainda não decidiu se cortará juros em setembro, demonstrando uma postura cautelosa com ativos de risco como o BTC.

A sinalização conservadora impactou diretamente o apetite dos investidores. A probabilidade de corte nos juros caiu de 60% para 43% após a coletiva do Fed, segundo dados do CME Fedwatch Tool.

Além disso, o mercado recebeu com cautela a dissidência inédita de dois governadores do Fed, Michelle Bowman e Christopher Waller, que se opuseram à decisão.

Enquanto isso, os traders também monitoram as incertezas comerciais geradas pelos novos anúncios tarifários de Trump.

O governo americano confirmou uma tarifa de 50% sobre importações do Brasil e outros países, além de medidas adicionais sobre produtos de cobre. As tensões comerciais, embora já não provoquem quedas acentuadas como no passado, ainda pressionam o sentimento de risco.

Com o movimento corretivo, o RSI caiu abaixo de 50, e o MACD mostrou cruzamento negativo com histograma em queda, sugerindo aumento de força vendedora.

Se a retração continuar, o BTC pode buscar a média móvel exponencial de 50 dias em US$ 112.951. No entanto, caso recupere o fôlego, o ativo pode mirar novamente os US$ 120.000, retomando a faixa anterior de consolidação.

E agora, qual criptomoeda comprar

Dessa forma, o Cointelegraph conversou com Guilherme Fais, head de finanças da NovaDax, que apontou as melhores criptomoedas para comprar em agosto

Para facilitar a análise, os ativos foram classificados em três grupos: os líderes do mercado, os tokens com força institucional e os destaques emergentes do universo cripto.

BTC e ETH – Os líderes do mercado

Julho foi um mês histórico para o Bitcoin (BTC), que rompeu a barreira dos US$ 123.000 antes de fechar o mês em torno de US$ 117.000, acumulando valorização superior a 20%. Já o Ethereum (ETH), impulsionado pela liquidez de ETFs e crescimento em soluções L2, encerrou julho cotado a US$ 3.700, com alta próxima de 18%.

Esses resultados refletem fatores como avanços regulatórios, entrada institucional e fundamentos técnicos sólidos. Entre os destaques, estão a Executive Order 14178, que proíbe uma CBDC varejista nos EUA e apoia stablecoins privadas, e a entrada de capital via ETFs de BTC e ETH, que aumentou a liquidez, reduziu a volatilidade e reforçou a pressão compradora.

Esse cenário reforça o papel do BTC como reserva de valor estratégica e fortalece o ETH como infraestrutura para finanças descentralizadas.

Previsões para agosto:

  • BTC: Se romper a resistência de US$ 124.000, pode buscar US$ 130.000. Suporte em US$ 112.000.

  • ETH: Enfrenta resistência em US$ 3.950 e suporte em US$ 3.500. Se romper o topo recente, pode alcançar US$ 4.200.

XRP, Solana e Cardano – Tokens com força institucional

A XRP, Solana (SOL) e Cardano (ADA) também ganharam destaque em julho. As três criptomoedas foram citadas no contexto da nova Reserva Estratégica de Ativos Digitais dos EUA, o que pode indicar reconhecimento futuro dessas redes em estruturas financeiras públicas e privadas.

Previsões para agosto:

  • XRP: Fechou julho a US$ 3,66 (+36%). Tem resistência em US$ 3,80 e suporte em US$ 3,20. Alvo em US$ 4,20.

  • Solana (SOL): Encerrou julho em US$ 178. Resiste em US$ 190 e tem suporte em US$ 165.

  • Cardano (ADA): Terminou julho em US$ 0,75. Testa resistência em US$ 0,78, com suporte em US$ 0,66. Próximo alvo: US$ 0,85.

PENGU e BONK – Onda meme com fôlego técnico

Julho também trouxe uma nova onda de memecoins com fundamentos técnicos. A Pudgy Penguins (PENGU) disparou +290%, impulsionada por crescimento orgânico da comunidade, expansão para o metaverso e parcerias com plataformas NFT.

A BONK, ligada ao ecossistema Solana, subiu +140%. O movimento se deve à queima de tokens, projetos DeFi e ao lançamento de um protocolo de staking, que aumentou em 30% sua base ativa de usuários.

Previsões para agosto:

  • PENGU: Resiste em US$ 0,038. Se romper, pode chegar a US$ 0,045. Suporte forte em US$ 0,03.

  • BONK: Tem resistência em US$ 0,000032 e suporte em US$ 0,000026. Alvo em US$ 0,000049 se romper o topo anterior.

Agosto promete ser um mês decisivo para o mercado cripto. O avanço das regulamentações nos EUA, a entrada de capital institucional e o fortalecimento de narrativas técnicas e sociais colocam várias criptomoedas em destaque. As oportunidades são distintas, e os ativos analisados despontam como fortes candidatos à valorização neste novo ciclo.