Resumo da notícia
ETFs de Bitcoin acumulam 1,32 milhão de BTC, totalizando US$ 152 bilhões.
Estudo da BestBrokers mostra crescimento de 118% em um ano.
BlackRock lidera com 801 mil BTC e 4% da oferta global.
O mercado de criptomoedas vive um momento histórico com o avanço dos ETFs de Bitcoin, que agora concentram mais de 1.351.896 BTCs, o equivalente a US$ 152 bilhões em ativos. O dado faz parte de um novo relatório publicado pela plataforma de análise de investimentos BestBrokers, que rastreia o crescimento das posições dos fundos negociados em bolsa desde a aprovação dos ETFs à vista pela SEC, em janeiro de 2024.
Segundo o levantamento, o montante representa 6,8% de todo o Bitcoin em circulação, reforçando a presença institucional no mercado de ativos digitais. Apenas o iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, detém 801.403 BTC, avaliados em cerca de US$ 86,6 bilhões, o que equivale a mais de 4% da oferta total de Bitcoin existente.
Os números revelam um crescimento expressivo. Em outubro de 2024, o valor sob gestão (AUM) dos 11 ETFs analisados somava US$ 70 bilhões. Um ano depois, o total mais que dobrou, com alta de 117,7%, impulsionado pela confiança institucional e pelo avanço da narrativa de que o Bitcoin pode atuar como uma alternativa moderna ao ouro.
BlackRock lidera expansão institucional
De acordo com a BestBrokers, a BlackRock tem liderado o movimento de acumulação. Desde o segundo trimestre de 2024, o fundo aumentou sua posição em 163,6%, passando de 303.935 BTC para mais de 801 mil BTC até 22 de outubro de 2025. Nenhum outro ETF se aproximou desse ritmo de expansão.
Outros fundos, como Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund, VanEck, Bitwise e Grayscale Mini, também ampliaram suas posições, mas em proporções menores. A Fidelity, por exemplo, detém 205.888 BTC, enquanto a VanEck soma 18.291 BTC. Já a Grayscale Mini, versão reduzida do tradicional fundo da Grayscale, conta com 48.126 BTC.
No sentido oposto, sete dos onze ETFs reduziram suas participações ao longo de 2025. Entre eles estão Grayscale, Invesco, Valkyrie e Franklin Templeton, que enfrentaram saídas líquidas e ajustes de portfólio. Mesmo assim, o impacto foi compensado pela força de compra da BlackRock, que sozinha adicionou 49.340 BTC apenas no último trimestre.
Bitcoin se consolida como novo “porto seguro”
Para Paul Hoffman, analista da BestBrokers e autor do estudo, o crescimento dos ETFs reforça uma mudança estrutural no comportamento dos grandes investidores.
“O Bitcoin está sendo reconhecido como um ativo de proteção moderna, comparável ao ouro. Os ETFs estão atraindo fluxos em ritmo acelerado, o que mostra uma mudança estrutural na alocação de capital institucional”, afirmou Hoffman.
Os números ajudam a sustentar essa visão. Hoje, os ETFs de ouro detêm 3.840 toneladas do metal, avaliadas em aproximadamente US$ 472,5 bilhões, o que os coloca como o segundo maior detentor global, atrás apenas do governo dos Estados Unidos. No entanto, o ritmo de crescimento do ouro é muito inferior ao dos ETFs de Bitcoin, que vêm superando o metal precioso em velocidade de captação de novos recursos.
De forma prática, o avanço dos ETFs demonstra que grandes instituições financeiras estão adotando o Bitcoin não apenas como ativo especulativo, mas também como instrumento de diversificação e proteção contra a volatilidade macroeconômica. A possibilidade de incluir o ativo em portfólios regulados ampliou a base de investidores e aumentou a liquidez do mercado.
Impactos e perspectivas para o mercado global
A análise da BestBrokers destaca ainda que, no último ano, os ETFs aumentaram suas reservas em mais de 230 mil Bitcoins, um crescimento sem precedentes desde a criação do ativo em 2009. O fenômeno está transformando o Bitcoin em um ativo de reserva institucional, e não apenas em um instrumento de investimento alternativo.
Em 2025, esse movimento tem se intensificado à medida que bancos, fundos soberanos e gestores de patrimônio começam a incluir Bitcoin em estratégias de longo prazo, algo impensável há poucos anos. Esse comportamento reforça a percepção de que os ativos digitais estão entrando definitivamente no mainstream financeiro.
Especialistas acreditam que, se o ritmo atual continuar, os ETFs poderão deter mais de 10% de todo o suprimento de Bitcoin até 2027. Isso aumentaria ainda mais o poder institucional sobre a liquidez e a precificação do ativo, criando um novo paradigma para o mercado cripto.
“O crescimento dos ETFs mostra que o Bitcoin deixou de ser um experimento de nicho e se tornou um pilar reconhecido da alocação global de ativos”, conclui Hoffman no relatório.