Principais pontos:
As saídas dos ETFs de Bitcoin, que totalizam US$ 2 bilhões desde 29 de outubro, aumentaram a pressão do mercado e eliminaram o otimismo em torno da demanda institucional.
Lucros corporativos fracos e riscos macroeconômicos sugerem que o Bitcoin pode cair abaixo de US$ 100.000 antes que os compradores recuperem a confiança.
O Bitcoin (BTC) teve uma reviravolta inesperada na quinta-feira, retestando o suporte de US$ 101.500 e provocando mais de US$ 135 milhões em liquidações de posições compradas alavancadas em futuros de BTC. Os derivativos de Bitcoin indicam que o impulso de alta praticamente desapareceu, levando os traders a questionarem se o suporte de US$ 100.000 conseguirá resistir à pressão adicional.
O prêmio mensal dos futuros de Bitcoin em relação ao mercado spot pairou brevemente próximo de níveis neutros na quinta-feira antes de cair abaixo do limite de 5%, um sinal de enfraquecimento da demanda por exposição comprada. A queda de 2,5% do BTC desde quarta-feira refletiu o agravamento do sentimento nas ações, com o índice Nasdaq caindo 1,6% e apagando os ganhos acumulados nas duas semanas anteriores.
Sem notícias ou catalisadores específicos de cripto, analistas afirmam que o medo atual decorre de fatores macroeconômicos mais amplos. Eles apontam para as avaliações esticadas e potenciais restrições de energia ligadas à produção de chips de inteligência artificial, evidenciadas pela queda de 5% nas ações da Qualcomm (QCOM) e de 7,5% nas ações da AMD (AMD), apesar do forte crescimento dos lucros das empresas.
Para aumentar a incerteza, investidores temem que a paralisação do governo dos EUA já tenha começado a afetar os gastos do consumidor. As ações da DoorDash (DASH), Pinterest (PINS) e Duolingo (DUOL) despencaram na quinta-feira após resultados trimestrais mais fracos que o esperado. O sentimento piorou ainda mais depois que a Suprema Corte dos EUA questionou a autoridade do presidente Donald Trump para impor tarifas de importação.
A demanda por opções de venda (put) de Bitcoin disparou, elevando o indicador de desvio para 14%, um nível altamente incomum e bem acima da marca neutra de 6%. A baixa demanda por estratégias neutras ou de alta reflete um medo mais amplo de correção, à medida que as economias globais mostram sinais crescentes de fragilidade. Como resultado, pode levar mais tempo para que os touros do Bitcoin recuperem a confiança necessária para empurrar os preços de volta para US$ 110.000 ou mais.
A queda do preço do Bitcoin para US$ 100.300 na quinta-feira não levou a uma redução no juros em aberto dos futuros de BTC, sugerindo que traders comprados provavelmente adicionaram margem para evitar liquidação. Esse comportamento sinaliza um voto de confiança cauteloso de que o suporte de US$ 100.000 vai se manter, aliviando parte da tensão causada pelo posicionamento extremo no mercado de opções de BTC.
Traders preferem dinheiro ao Bitcoin em meio aos riscos do mercado acionário
Os traders de criptomoedas, no entanto, continuam preocupados com a forte redução da liquidez desde o colapso de 10 de outubro, o que tem alimentado picos de volatilidade. Embora o Bitcoin esteja em uma posição única para se beneficiar da saída de capital das ações, muitos preferem manter dinheiro como proteção contra uma queda repentina no mercado acionário.
Os massivos US$ 2 bilhões em saídas dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin desde 29 de outubro adicionaram ainda mais pressão de baixa. Ao mesmo tempo, o prêmio sobre o valor patrimonial líquido das empresas de capital aberto que mantêm reservas estratégicas de Bitcoin colapsou, eliminando o incentivo para emitir novas ações nas avaliações atuais.
Ainda não está claro se a recente onda de resultados corporativos decepcionantes está ligada à paralisação do governo dos EUA ou se sinaliza o início de uma recessão. Os touros do Bitcoin provavelmente vão esperar por sinais mais claros dos indicadores macroeconômicos antes de voltar ao mercado, deixando em aberto a possibilidade de uma correção abaixo de US$ 100.000.
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