Cofundador da Binance esclarece listagem de tokens em meio à controvérsia envolvendo o token TST

O cofundador da Binance abordou as preocupações sobre os critérios de listagem de tokens da exchange após a rápida ascensão e queda do token Test (TST), que brevemente alcançou uma capitalização de mercado de US$ 500 milhões.

A maioria dos investidores de varejo em criptomoedas aloca capital por meio de exchanges centralizadas (CEXs), como Binance e Coinbase, onde os tokens listados recebem atenção significativa e alta demanda dos investidores.

O critério mais importante para a listagem de um token é o retorno sobre o investimento (ROI), calculado comparando o preço médio do primeiro dia de negociação com o desempenho trimestral em outras CEXs, disse Yi He, cofundadora da Binance, em entrevista a Colin Wu publicada em 10 de fevereiro.

O segundo critério da Binance é a capacidade do projeto de trazer inovação e novos usuários para a indústria, que possam “evoluir para usuários dedicados de blockchain ao longo do tempo”.

O terceiro e último critério envolve “projetos de alto perfil com grande repercussão no mercado e avaliações significativas”, analisando o desempenho do token em outras exchanges importantes. Se um token com “forte apelo tecnológico e hype de mercado” não for listado na Binance, “corremos o risco de perder participação de mercado”, afirmou He, acrescentando:

“Esses três critérios nos ajudam a cobrir uma ampla gama de projetos, incluindo os populares ‘tokens de venture capital’, projetos com forte potencial de longo prazo e até memecoins, que frequentemente geram grande hype e efeitos de valorização.”

As declarações de He vêm logo após Changpeng Zhao, cofundador e ex-CEO da Binance, afirmar que “o processo de listagem da Binance está um pouco quebrado”, devido às oportunidades de arbitragem exploradas por traders de exchanges descentralizadas (DEX), que levaram a um desempenho fraco logo após a listagem.

As DEXs são geralmente usadas por traders avançados para identificar criptomoedas emergentes antes do anúncio de listagem em uma CEX, o que frequentemente funciona como um sinal de compra de curto prazo para traders de DEX. Esses traders vendem o token assim que ele é listado, gerando uma pressão significativa de venda.

Insider trading e preocupações com violações internas

A Binance aplica medidas rigorosas de conformidade regulatória e interna. Segundo Yi He, as investigações internas da Binance identificaram mais de 120 casos de má conduta, resultando na demissão de 60 funcionários.

No entanto, a maioria das violações não estava relacionada a insider trading. He afirmou que a Binance impõe restrições rigorosas para que seus funcionários não se envolvam em atividades de negociação. Em vez disso, os problemas mais comuns envolveram o recebimento de subornos ou o redirecionamento de endereços de carteiras da empresa para contas pessoais.

"Tomamos medidas legais e registramos denúncias para esses casos, que envolvem jurisdições nacionais e internacionais", destacou He.

Rali do token TST para quase US$ 500 milhões reacende preocupações sobre listagem de tokens

O interesse nos critérios de listagem de tokens da Binance foi impulsionado pelo token TST, listado na Binance. Inicialmente criado como parte de um tutorial da BNB Chain, ele foi adotado pelos investidores como um memecoin.

O token TST subiu temporariamente para uma capitalização de mercado máxima de US$ 489 milhões em 9 de fevereiro, antes de cair mais de 50%, para os atuais US$ 192 milhões, segundo dados do CoinMarketCap.

O nome do token TST foi brevemente revelado por cerca de um segundo em um vídeo tutorial da BNB Chain para sua plataforma Four.Meme, sendo utilizado exclusivamente para fins de teste.

Apesar de Zhao esclarecer que o vídeo “não era um endosso” do token, comunidades de influenciadores da China começaram a promovê-lo, impulsionando sua capitalização de mercado.